Capítulo 38

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Den e Thomas se encontraram numa lanchonete próximo ao colégio onde ambos estudam. O Sol estava radioso, e várias pessoas andavam de bicicleta por aquelas redondezas. A lanchonete era um ótimo ponto para se refrescar no verão, pois ao ar livre as mesas de madeira e guarda sóis ficavam fora do alcance do recipiente  abafado. Thomas em seus pensamentos só conseguia lembrar de Marc, ambos iam sempre naquele lugar depois de pedalar juntos, tomavam algum suco natural de 2 litros e jogavam conversas fora, como dois amigos, porém a relação deles naquela época era muito mais intensa. Agora Thomas olha para sua frente e vê Den, que tenta o ajudar a respeito de seus sentimentos.
Den apesar de não gostar do que Thomas fez, ainda estava ali para ajuda-lo. Puxou de seu bolso uma pulseira de pano resistente, com as letras M~T bordadas e de cor verde claro com as letras brancas. Ele recebera aquilo de seu amigo via agência de Correios, mas prometeu que não iria dizer que o recebera agora, disse para Thomas ao entregar que antes de Marc partir, esse o entregara para num tempo futuro fazer o mesmo para Thomas.
- Ela é linda. Vou usá-la.  Disse Thomas colocando em seu braço, por um instante ele não conseguia, estava trêmulo, seus olhos estavam fundos e vermelhos, não chorava mas estava mais tenso que tudo. Den o ajudou a colocar a pulseira.
- Veja como você está. Não deveria estar feliz por seu namorado lembrar de você?  Não se sinta mal por isso cara.
- Não estou assim por isso... Eu fui um idiota esse tempo todo.
- Por que diz isso Thomas?
- Eu não quis acreditar e confiar no Marc.
- Você só não quis, não quer dizer que não acreditou.
- Mas agora ele não quer falar com mais ninguém por minha causa.
- Ele vai voltar a falar, só precisa de tempo. Acredita.
- Eu não vou aguentar ficar sem falar com ele.
- Mas vocês não se falam a um bom tempo... Você consegue sim.
- Eu..  eu..  aff.. é diferente.
- Olha Thomas, é melhor você esquecer um pouco o Marc. Essas lembranças estão te sufocando. Olhe para você!
- Eu não sei... Thomas olhou para seu reflexo na caminhonete que estava próximo dos dois e viu que realmente estava pior que tudo, deu uma profunda respirada. E então pensou que o que Den o dissera era realmente verdade, quem não garante que Marc está bem e saudável onde está. O que importa era isso. Ele também queria dar seu melhor para ficar bem. E foi naquele momento que Thomas prometeu para si mesmo que não iria mais se desgastar daquela forma. Mesmo que doesse muito ele iria superar Marc por um tempo.

- Você tem razão, devo melhorar minha situação sim.

- isso, dê o seu melhor, não importa o que aconteça você é capaz de tudo Thomas, e sempre que precisar de mim pode me chamar.

- Obrigado pelo apoio cara, ah. As aulas estão voltando, você pretende continuar nesse colégio?

- Sim, apesar que meu namo... Digo, apesar que o Liun já se formou, ainda vou para a mesma escola.

- Você tá namorando com o Liun?

- Não, calma. Hahaha. Não disse isso.  Ah Thomas, e você? Vai estudar aqui ainda?

- Estou pensando seriamente se vale a pena ficar na mesma escola em que Marc e eu passamos nossos dias juntos. Mas acho que sim, vai ser bom ter sua amizade.

Den colocou a mão sobre a de Thomas que estavam sobre a mesa e de uma forma doce passou toda sua positividade de amigo.

- Vai dar tudo certo, e eu te garanto que posso ter seu melhor amigo.

Liun ao descer do carro se deparou com a cena de seu namorado segurando as mãos de Thomas, aquilo o deixou meio frustado. Não queria ir atrás de Den mas ficou preocupado pois o garoto havia saído sem nem ao menos mandar mensagem para ele, havia 40 minutos que Den não respondia suas mensagens e então ele decidiu procura-lo.

- Den?

Den olhou para trás e imediatamente largou a mão de Thomas, esse ficou sem graça pelo mal entendido e Den de imediato levantou para encarar Liun.

- Que você faz aqui? Pensei que estava em casa.
- Eu vim te buscar, já podemos ir? A voz de Liun não era rude mas agressiva ao cruzar os olhos para Thomas e voltar sua atenção para Den.
- Den, pode ir com seu "namorado" você já me ajudou muito. A gente se vê. Disse Thomas ao se levantar e ir em direção a porta sem olhar para trás.

Depois que Thomas saiu, Liun segurou a mão de Den e o puxou em direção ao carro.  Quando entraram no veículo Den não sabia o que dizer, sabia que Liun estava irritado por um mal entendido. Mas não sabia como tocar no assunto para conforta-lo.
Alguns minutos de silêncio se passaram e Den percebeu que o caminho que o carro fazia era em direção a casa de Liun.

- Vamos para sua casa? Perguntou Den.
- Uhum.
- Liun, você está com raiva ?
- Eu deveria ficar ?

- Não, mas você parece zangado.

- Relaxa.

- Me diz o que se passa Liun.  A voz de Den para Liun era um remédio de calma e ao mesmo tempo funcionava como viagra, o deixando louco de prazer. Ele não iria resistir aos encantos daquele garoto.
- Eu só... Não gostei de te ver na maior intimidade com Thomas. De mãos dadas sob a mesa? Fala sério...

- você entendeu errado, ele ama Marc, não exagere.

- Eu não estou exagerando, só não estou contente com isso.

- Vamos Liun. Eu não amo mais ninguém.

Liun sentiu uma pontada em seu coração, como uma flecha que ultrapassara com toda força, o que Den dissera era como um " eu amo só você cara", com isso ele se acalmara e então de seu rosto surgiu um grande sorriso.

- Tá rindo por quê? Disse Den abrindo um sorriso e olhando Liun passar a marcha e passar sob um quebra mola.
- Dorme comigo hoje lá em casa?

Den apenas assentiu com a cabeça, com um sorriso luminoso em seus lábios.

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