Cinco anos atrás...
POV LAUREN
Eu estava ali pela praia tomando umas cervejas que comprei num daqueles barzinhos da orla enquanto refletia sobre a minha vida.
Era sempre assim: Eu acordava, fazia algumas ligações, recebia as mesmas informações de sempre tipo: "Nada feito" ou "Desculpe, senhorita Jauregui, mas ainda não obtivemos resultados". Confesso que, na maioria das vezes, eu tinha vontade de desistir logo de tudo e deixar essa vida. Mas, algo me dizia que eu ainda encontraria aquilo que eu mais buscava. A pergunta era: Quando? Ou até que ponto eu ainda conseguiria levar uma vida assim no fundo do poço?
Eu sei que precisava mudar de vida e tentar evoluir para estar devidamente pronta para quando aquilo acontecesse. Tinha que acontecer, eu me convencia ou tentava. Portanto, eu deveria estar descente, com um trabalho, uma casa, um futuro promissor para oferecer.
Ainda mais pelo fato de que eu não queria porra nenhuma do dinheiro sujo daquela família merda da qual eu vinha. Claro que eu já tinha feito o meu próprio dinheiro antes de as coisas desandarem completamente e era com ele que eu me mantinha nessa vida lixo atual de dor e sofrimento, bebida, cigarros, sexo sem compromisso e em uma cidade cujo país que até hoje eu não sabia porque diabos decidi me fixar.
Vai ver porque em Havana a vida me parecia mais leve, apesar dos pesares. Um local afastado, poucos meios de comunicação, menos estresse, cidade boêmia, turística na qual, mesmos com as dificuldades político-econômicas de Cuba, a maioria da população ainda era otimista e bondosa consigo mesma. Ao contrário da Europa ou dos EUA, onde cerca de 90% das pessoas que eu conheci não passavam de um bando de falsas, prepotentes, egoístas e interesseiras, principalmente na família da qual eu vinha. Não que necessariamente todos fossem assim, não vamos generalizar. Mas digamos que eu tive mais motivos para sair daquele inferno do que para ficar.
Pelo menos vivendo sozinha aqui, eu poderia lidar apenas com o meu inferno particular e com os meus fantasmas, ao invés de aguentar a merda dos outros. Contudo, parece que alguém estava querendo atrapalhar o meu eterno momento de bad.
Sim, eu estava "de boas" curtindo a minha fossa de todos os dias, até que sou interrompida por um diacho de uma garota magrela de cabelos curtos nos ombros correndo que nem louca de um bando de doidos. Eu adorava Havana, contudo, assim como outras cidades, principalmente se tratando de um país em subdesenvolvimento, a violência era um marco em certos locais e horários pela cidade.
Não que a culpa fosse da pobre menina, pelo menos, eu acho que não era porque ela tinha que ter feito algo grande e muito ruim para irritar três caras ao ponto de ser perseguida pela madrugada, de modo que ela me parecia mais uma vítima e não culpada por algo. Além de que não podemos esquecer que aquela violenvia toda também se tratava de uma questão de segurança pública do governo.
Mas de qualquer maneira, nesse mundo machista e imundo de hoje, não era nenhum pouco aconselhável que uma garota jovem e bonita andasse sozinha pela madrugada na praia, ainda mais se fosse rica e estrangeira. Os turistas eram os principais alvos de todo tipo de gente, seja para assaltantes, estupradores, traficantes de pessoas, dentre outras maldades que o ser humano era capaz de fazer.
Dessa forma, a fim de livrar a garota daquele destino indefinido, porém certamente cruel e, para pelo menos fazer uma boa ação para a humanidade uma vez na vida, tomei o meu último gole para finalizar a cerveja e girei a chave do carro, me aproximando dela e oferecendo ajuda.
Mas, como se quisesse me fazer arrepender de tentar a ajudá-la, a menina ainda teve a audácia de me olhar desconfiada. Ok que não era normal alguém te oferecer uma carona aleatoriamente na madrugada quando você já está totalmente em apuros e correndo de bandidos. Obviamente que ela poderia estar desconfiando de mim, mas eu não era nenhuma filha da puta, eu sou um pouco legal, prometo. Assim, chamei a sua atenção novamente quando os caras estavam quase a alcançando, uma vez que ela já estava cansando e, finalmente, depois de um ultimato, ela fez sinal e eu parei o carro para ela entrar.
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Havana (Camila G!P)
FanficSinopse: Aos 14 anos, em sua primeira viagem de férias apenas com as suas amigas, Camila faz um mochilão pela América do Sul e Central. E, em sua última jornada, Havana, ela conhece uma misteriosa mulher de olhos verdes e voz rouca e a paixão é in...