Velho Amigo

78 11 9
                                    

TENTEN NÃO PODERIA ESTAR MAIS NERVOSA. Finalmente conseguira falar com seu amigo, que deu um jeito de enviá-la uma passagem para ir ao Japão — com um nome falso, claro —, ao seu encontro.

Ao que parecia, Lee, seu amigo de infância, já estava a par da situação — não inteiramente, só em relação à morte de Huang —, o que tornava o fato de estar a ajudando estranho, afinal, ela estava teoricamente desaparecida e o lógico seria notificar as autoridades.

Lee apenas disse que, independente do que houve, ela não devia ter culpa de nada. Ah, se ele soubesse a verdade... Será que ele vai olhá-la como se fosse uma aberração? Tentará vendê-la para um circo dos horrores ou algo do tipo? Céus, claro que não! O Rock Lee que conhecia nunca faria algo do gênero.

Neste momento a Mitsashi encontrava-se dentro de um avião cujo destino era uma cidade chamada Konoha. Ao que parece, não era um lugar muito grande, mas também não era muito pequeno. Era o tipo de lugar para onde alguém devia ir se precisasse fugir: pequeno demais para ser procurada lá, grande demais para ser notada como estrangeira.

O que a estava realmente preocupando era o fato de estar num avião. Caso algo acontecesse e ela acabasse se transformando, estar trancada numa lata de sardinha à sabe-se lá quantos pés de altura definitivamente não era uma boa ideia. Exatamente por isso estava usando o artifício que mais lhe agradava: música. Além de deixá-la calma também a mantinha distraída. Mas, infelizmente, a música não a impedia de dormir e, consequentemente, ter pesadelos...

Huang havia insistido que deviam ver o sol se pôr juntos. Claro que ela negou, não estava se sentindo bem naqueles últimos dias, mas ele persistiu tanto que ela acabou cedendo.

Se encontraram numa colina, não muito afastada, mas onde os jovens se reuniam para ver coisas como o pôr-do-sol ou queima de fogos. Por sorte, eles eram os únicos lá.

O lugar estava calmo, silencioso e tudo parecia perfeito. Até Huang começar a agir como um idiota!

Tudo começou com uma "inocente" troca de beijos. TenTen não era ingênua, ela sabia perfeitamente que Huang não a levou até lá para ver o sol se pôr. Só aceitou ir para conhecer as reais intenções dele em relação a si, e estas estavam se mostrando nada boas, considerando que ele tentava aprofundar os beijos mesmo quando ela lhe dava leves empurrões.

Aquilo a estava irritando bem mais do que imaginou que iria. Uma vontade crescente de arrancar a cabeça daquele desgraçado estava tomando conta de si. Mas a gota d'água foi quando Huang pôs a mão em seu seio esquerdo. O empurrão que ele recebeu fora forte, tão forte que ele ficou surpreso, o que deu a TenTen a chance de se levantar e sair dali.

Quando o Huang se recuperou, correu atrás dela. Aparentemente, ele não estava acostumado a ouvir um "não" quando se tratava de sexo.

— Onde pensa que vai?! — Ele perguntou quando conseguiu alcançá-la.

— 'Pra casa! — Começou a andar mais rápido, numa tentativa de livrar-se dele.

— Não vai, não! — Talvez ele tenha feito por instinto, talvez tenha feito de propósito, o fato é que ele agarrou o braço da morena, obrigando-a a parar e quase a derrubando.

Foi naquele momento que aconteceu. TenTen ficou tão brava... Ela sentiu algo dentro de si estourar. De repente não era mais ela. Era a sua consciência, mas não o seu corpo. Aquele corpo era grande, pesado.

— O-o que você é?! — Apavorado, o homem deu dois passos para trás, mas não fora suficiente.

Ela o arremessou contra uma árvore como se ele fosse feito de papel. Embora sua consciência gritasse para parar, seu corpo era incapaz de obedecer. A Mitsashi assistiu, impotente, aquelas garras mutilarem o garoto.

Blood MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora