Capítulo 5

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Os dias foram passando e minha mãe resolveu chamar minhas amigas para jantar aqui em casa, para que eu pudesse me distrair um pouco. Eu e a Lorene uma amiga que morava aqui na rua de casa, estávamos sentadas no sofá da sala de TV, enquanto isso minha mãe e a Jennifer preparavam o jantar na cozinha, ela adorava cozinhar, e comer então nem se fala. Quando o jornal começou, o apresentador deu uma daquelas notícias ruins, a matéria era sobre crianças que vivem em abrigos, e de como elas precisam de carinho, amor e ajuda. O número de crianças em abrigos e orfanatos estava crescendo assustadoramente a cada ano, e não havia pessoas o suficiente para cuidar delas, é muito difícil manter funcionários os gastos são muito altos, por isso precisamos de voluntários. A diretora de um dos abrigos que estava dando entrevista chamava a atenção para os projetos de voluntários, e a necessidade da ajuda deles nas instituições. O que mais me chamou atenção foram os depoimentos daquelas crianças, elas falavam sobre a violência sofrida por elas, tanto emocional como sexual. Eu não pude me conter as lágrimas caíram de meus olhos quando ouvi a reportagem. Todas nós ficamos tristes com aquela matéria. Desligamos a TV e fomos jantar, mas a comida parecia ter perdido o sabor. Quando terminamos minha mãe e as meninas tiraram a mesa, eu subi para o meu quarto e fui dormir não me sentia muito bem. Deitei na minha cama, rolava de um lado para o outro, aquela reportagem não saia da minha cabeça, orei a Deus e pedi pelas vidas daquelas crianças. Comecei a pensar no que eu poderia fazer para ajudá-las. No dia seguinte na hora do café da manhã, depois de colocarmos a mesa e nós sentamos para comer, decidi falar sobre minha decisão, as três não paravam de falar e eu não sabia por onde começar. Então eu as interrompi a fim de anunciar algo importante, me levantei da mesa e comecei a falar:

__ Ei, eu quero falar algo e é muito importante! __ Elas pararam e ficaram me olhando assustadas.

__ Fiquei pensando a noite toda sobre aquela triste reportagem de ontem, e percebi que aquelas crianças estão precisando de ajuda, então decidi virar voluntária, para poder ajudar aqueles que precisam. Sei que ainda está muito recente ao acidente que matou Aurélio, mas eu sei que aquelas crianças estão precisando de mim. Ajudá-las me fará bem. __ Elas não tiravam os olhos de mim, e com um sorriso enorme vieram em minha direção e me abraçaram, um abraço daqueles bem apertados!

__ Filha, que gesto mais lindo esse o seu, estou tão orgulhosa de você!

__ Amiga sua linda! Mas como vai ser? O que você precisa para ser uma voluntária? __ Dizia a Jennifer toda empolgada.

__ Pera ai você tem certeza? Não é fácil não! A vida de um voluntário é bastante desgastante, os voluntários passam por muitas dificuldades... Você tem certeza do que vai fazer?__ Questionou Lorene.

__ Calma meninas! Eu pesquisei tudo ontem durante a madrugada. Está tudo certo, já me candidatei como voluntária. Tenho todas as informações necessárias e plena convicção do que eu estou fazendo.

__Se é assim a mamãe te apóia.

__ E nós também, não é Lorene?

__ Claro que sim! __ Nos abraçamos novamente e eu já não lembrava mais da minha dor, eu havia percebido que outras pessoas também precisavam de ajuda e apoio. E um incêndio no antigo abrigo, e isso já faz 10 anos e de lá pra cá nunca teve uma reforma, quero dizer ainda não teve, estamos aqui não só para a semana da alegria, mas também para ajudar na reforma do prédio. Mas se o problema fosse só esse, ainda tema comida que era muito simples, às vezes só servem uma sopa por não ter alimentos o suficiente para preparar o almoço, faltava muita coisa, até o básico como lençóis para as camas. O abrigo se chama Doce Lar, mas aquilo estava longe de ser um lar. Existem centenas de crianças morando em abrigos, orfanatos em todos os lugares do mundo, que eu não era a única que tinha problemas.

A VIRADA DE UMA ADOLESCENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora