Capítulo 7

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Já havia se passado 12 anos desde o acidente que matou meu filho, achei que jamais aprenderiam a pessoa responsável pela tragédia. Foi quando eu recebi uma ligação da delegacia a qual havíamos prestado queixa, o delegado nos disse que haviam prendido um suspeito, ele havia sido pego após se envolver novamente em um acidente. Nem o próprio delegado acreditou que depois de tantos anos conseguiria prendê-lo. Não se passou muito tempo, eu e minha mãe desesperadas e revoltadas chegamos até a delegacia, havia um homem sentado de cabeça baixa usando um capuz, ele estava algemado com as mãos para trás, foi quando minha mãe rapidamente foi ao seu encontro e puxou o capuz, ele o olhou com olhar de surpresa, fiquei em choque, entrei em desespero era a pessoa que eu jamais acreditaria que fosse capaz de tamanha barbaridade.

__ Sara, Sara o que você está fazendo aqui?

__ Você eu não posso acreditar! Como teve coragem?

__Eu não sei do que está falando.

__ Você matou meu neto naquele acidente, ele era uma criança! Era o aniversário dele, como você foi capaz?

__ Eu, eu, eu, não sabia me perdoa!

__ Perdão? Não existe perdão para o que você fez você é um monstro!

Desesperada, corri para os braços de minha mãe que ainda estava abalada com aquela revelação, como era possível? Minha mãe me abraçou me deu um beijo e eu fui até o assassino de Aurélio e lhe dei um forte tapa no rosto. Não me contive e comecei a esbofeteá-lo.

__ Monstro você matou seu próprio filho, você matou o meu filho! __ Caio em lágrimas, todos naquela sala ficaram assustados com o que estava acontecendo.

__ Me perdoa Ana estou arrependido. Me perdoa! __ Christian confessou seus crimes e disse que estava arrependido, mas eu não acreditava nele, apesar de vê-lo chorar eu não acreditava. Então um policial veio e o levou para uma cela, ele não merecia a liberdade, deveria ficar o resto da vida preso.

Abaladas voltamos para casa, era difícil dormir depois daquela revelação, como pode uma coisa dessas? Christian matou o próprio filho, e o pior os dois acidentes poderiam ter sidos evitados, já que ele estava apostando rachas, algo que ele sempre soube que era ilegal, por que ele ao menos não procurou um lugar que permitisse tal coisa? Mas nada justifica isso. Revivi o dia do acidente, pensei que ficaria mais tranquila depois que o assassino do meu filho fosse preso, mas para a minha desgraça estou destruída.

Algum tempo passou e o dia do julgamento chegou, eu nem podia acreditar. Assistir aquela audiência era uma tortura, mas eu queria vê-lo sendo julgado eu tinha esse direito, eu não queria vingança eu só queria justiça. Chegamos ao tribunal por volta das 08h30min. A audiência começaria a 09h00min. Entramos na sala e minhas pernas tremiam, aquela situação era difícil demais para mim. Todos falaram a defesa, a acusação, a promotoria. O juiz deu um intervalo a fim de decidirem a sentença do réu, aqueles minutos pareciam uma eternidade. O juiz voltou ao plenário e pediu que todos se levantassem.

__ Fique de pé o réu Christian Almonte dos Anjos. Já temos a sentença. Conforme os crimes praticados pelo réu, racha corrida ilegal entre automóveis, que colocou em risco a vida dos participantes e de pessoas inocentes que não guardavam qualquer relação com a corrida, resultando na morte decorrente de culpa, se envolvendo em um acidente a qual matou uma criança, e deixou duas pessoas feridas, fugindo sem prestar socorro às vítimas. Considerando o réu culpado sobre a pena de dez anos de reclusão em regime fechado. É dada como encerrada essa seção. __O juiz bate o martelo, mas nem assim meu coração se acalma; não me conformava achava pouco pelo o que ele fez. Vieram dois guardas para levá-lo, foi quando ele parou e olhou para trás.

__ Quero dizer algo, sei que errei e cometi muitos crimes, também sei que sou muito odiado, mas nenhuma sentença é pior do que a dor da culpa, depois de ver a mãe do meu filho ali naquela delegacia, chorando a sua morte, entendeu tudo o que havia feito; a tamanha desgraça causada, por isso peço perdão Ana. Sei que isso não trará nosso filho de volta, mas saiba que estou arrependido, mas infelizmente não posso mudar o passado, se eu pudesse faria tudo diferente, mas eu não posso. __ Ele abaixou a cabeça e saiu acompanhado dos guardas. Para te falar a verdade eu vi sinceridade em seus olhos e em sua fala, por isso eu o perdoei, eu sabia que a mágoa estava fazendo mal a mim mesma. Decidi enterrar o passado, esquecer da tragédia, da magoa, da raiva e do Christian, a única coisa a qual jamais me esqueceria é do meu sol, minha luz, meu Aurélio. Um amor que levarei para a vida toda.

Estava triste mais sabia que a vida não podia parar e que existiam centenas de crianças me esperando do lado de fora daquela sala, quando sai Jenni estava lá, ela sempre estava, para te falar a verdade ela era quase uma mãe pra mim, fomos as três para casa no dia seguinte iríamos embarcar novamente para uma viajem, fomos então descansar, ainda tínhamos uma missão a cumprir.

A VIRADA DE UMA ADOLESCENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora