Carinho de uma família

Capitulo 9 -Afogamento

Mari on

Assim que escutei o barulho de algo caindo na água me desesperei. Em uma fração de segundo, milhões de possibilidades passaram na minha cabeça. Dentre elas a imagem de Emma se afogando. Quando eu percebi arranquei meus sapatos de salto e corri como nunca havia corrido antes.

E assim que eu vi pequenos braços se afundando na água a ficha caiu: Emma estava lá dentro. Sem hesitar eu mergulhei em sua direção e nadei até o fundo.

Era um lago, por isso estava meio lamacento, e o pé de Emma estava preso em um alga, o que justifica ela não ter conseguido nadar até a superfície. Eu fui até a raiz da alga e a puxei com toda minha força, mas não consegui soltar. Eu já não ligava para o oxigênio que ali já me faltava. Emma era a única que me importava ali e com esses pensamentos eu puxei mais uma vez a raiz e consegui soltar o pé da menina.

Com uma mão segurei o corpo de Emma e com ambos os pés e a outra mão livre, nadei até a superfície onde recupero o ar que entra rasgando meus pulmões.

Nado até a margem e apenas vejo Adrien chegando correndo desesperado junto com os outros. Ele pega Emma e a coloca no chão enquanto eu saio do local e rapidamente tomo frente da situação e faço massagem cardíaca nela.

Eu havia feito cursos de primeiros socorros por ter vivido em um lugar com altos índices de afogamentos, então sabia o que estava fazendo, ou pelo menos queria acreditar que sabia, mas a verdade... a essa altura eu estava chorando, lágrimas caíam sobre meu rosto e se misturavam com meu corpo molhado. Mas isso não importava. Não agora

Após alguns minutos Emma tosse a água fora e eu como impulso a puxo para perto de mim e a abraço com todas minhas forças sentindo o choro aumentar.

-Nunca mais! Nunca mais! Nunca mais faz isso Emma -imploro ainda chorando

Adrien rapidamente se agacha e abraça Emma com olhos marejados e algumas lágrimas pelas bochechas

-Emma?? Você está bem? Não me assuste assim! Nunca mais me assuste assim-diz com voz embargada pelo desespero eminente
-Meu Deus! Emma! Marinette, tome-diz Alya entregando uma toalha- vou buscar mais

Eu rapidamente pego a toalha para envolver Emma e Adrien a abraça de lado a mantendo aquecida.

-Você vai ficar resfriada-diz Emma com voz fraca e falha ao ver ao me ver encharcada com olhar ainda preocupado
-Emma Agreste não fale!-repreendemos Adrien e eu com uma seriedade nunca antes vista

Emma mesmo naquela situação toda sorri pela preocupação de ambos o sentimento bom que a envolvia naquele exato momento.

Alya traz outra toalha e não hesito em pega-la e usar para secar os cabelos de Emma

-Tá bom pego mais uma.-bufa ao ver que não usei a toalha para mim mesma
-Antes que venha dizer que eu vou ficar resfriada, devia ter pensado nisso antes se afogar! E um resfriado não mata mais a preocupação sim!-olho seriamente a menina
-Você tem noção de como me deixou preocupado? De como nos deixou preocupados-começa Adrien que me revezava olhares entre Emma e eu que ainda segurava o choro

Alya chega com mais uma toalha a qual Adrien pega agilmente e coloca sobre meus ombros antes que a usasse para aquecer Emma. Eu apenas agradeço com um pequeno sorriso e um aceno de cabeça

-Acho melhor irmos....-falo para os presentes no local
-C-c-claro... -diz Chloe
-Ainda bem que salvaram ela a tempo-murmura Alice aliviada
-Foi bom revê-los-diz Kim

Todos se despendem rapidamente e Adrien entra no carro sem tirar os olhos do retrovisor onde conseguia me ver abraçando Emma fortemente para mantê-la aquecida

Ele dirige até o apartamento e eu levo a garota em direção ao banheiro.

Ao notar que finalmente estava em casa, Emma começa a chorar fazendo o pai correr em direção ao local para saber o que estava acontecendo

-Emma? O que foi -indaga adentrando o lugar fazendo a menina ir correndo até ele e o abraçar

O loiro se agacha no chão ficando da altura da garota sem desfazer o abraço e ela esconde a cabeça no ombro do pai em aparente vergonha

-Pequena, não tem problema nenhum em chorar. Pessoas fortes choram sabia? E você é a pessoa mais forte e corajosa que eu já conheci. Seu pai está aí para você eu posso dizer isso por ele. Mas eu também estarei aqui como segunda opção sempre que precisar -digo e Emma me puxa para o abraço.

Estávamos Emma e eu totalmente molhadas com apenas toalhas nos aquecendo, e Adrien todos abraçados.

-Foi.. horrível-diz ainda chorando

Eu e Adrien nos entreolhamos com olhos marejados, ambos pensando a mesma coisa
"Sei que foi horrível, para mim também foi"

-Eu sei meu amor.-diz com lágrimas nos olhos
-Foi horrível para nós também -digo também permitindo as lágrimas caírem
-Por que estão chorando?-pergunta confusa
-Você não tem noção da sua importância sabia?-diz Adrien encarando a filha
-Acho que ela não é importante assim!
-Nunca mais diga isso Emma!-digo brava-
NUNCA mais! E nunca mais me assuste assim! Você é muito importante! Importante demais!
-Por favor filha vá pro banho. Você vai se resfriar-pede suspirando

A garota faz o que o pai pediu e rapidamente entra no box fazendo Adrien e eu sairmos do banheiro com pernas bambas

Assim que fecho a porta, bastou uma simples troca de olhares entre eu e Adrien, para que um abraçasse o outro e caíssemos no choro

-Ela é a única coisa me restou Mari... sem ela eu não saberia o que fazer-
-Foi assustador! Eu não quero passar por isso de novo!
aNão quero perder mais alguém importante para mim-dizemos juntos quase como em uma oração silenciosa e permitimos que mais lágrimas caíssem enquanto apertávamos o abraço

Narradora on

Um tempo depois eles se recompõem e sorriem uns pros outros.

Eram amigos, ex noivos, ex namorados, ex colegas e atuais melhores amigos. Tinham conhecimento uns dos outros. Das manias, das ideias, dos sentimentos, de tudo! E apenas um sorriso batava. Afinal Mari "já carregou o filhos deles" e ambos viviam a vida sempre juntos.

A azulada resolve ir para seu apartamento e tomar um banho já que ainda se encontrava molhada

No Apartamento de Adrien

-Pai, você é meu pai e Mari minha amiga. Por que ela agiu como você hoje e não como uma amiga minha agiria?-pergunta Emma deixando o pai claramente sem reação