Um espaço vazio

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1947, estado de Maine, Augusta 

Esta preparado? Por que hoje eu vou te contar uma historia, não uma historia qualquer mais a historia da minha vida, não crie expectativas, pois não e sobre um conto de fadas, e sim um pesadelo, de certa forma encantado... 

Bom tudo começou naquele verão, no ano de mil quatrosentos e trinta e quatro, em New Jersey. La estava eu naquele espaço agora não tão espaçoso quanto já foi um dia, mais não importava pois aquele era o meu espaço, só meu, de mais ninguém . Todos dizem que e impossível algum ser se lembrar de como era enquanto dentro na barriga, bom eu não acho, por que de alguma maneira  desconhecida, eu lembrava, de cada detalhe. 

Votando ao ponto, enquanto eu descansava no meu espaço aconchegante, que no caso era a barriga de minha mãe,do nada  foi arrancada  de la de dentro contra minha vontade, e agora o meu espaço estava vazio, sem ninguém para cuidar dele por mim, foi ai  que meu interior encheu de ódio,e tristeza pela primeira vez, mais afinal que diabos estavam fazendo ? Eles não tinha o direito de me tirar de la de dentro dessa forma. Foi ai que eu percebi, que daquele momento em diante, nada seria como antes. Agora eu tinha a obrigação de  crescer e passar por todas as etapas da vida, para depois morrer, e ser enterrada debaixo da terra,trágica realidade.

E sei oque esta pensando, isso não faz sentido, como uma criança que acabou de nascer, tem consciência das injustiças da vida ?

Bom a verdade e que todos temos um passado, e querendo ou não somos afetados por ele, mais no meu caso, eu era afetada pelo passado de meus pais, e esse passado  me afetava de uma  profundamente cruel, que podia a qualquer momento me levar a loucura, mais vou guardar essa parte para o final. Quero que você saiba como foi minha infância e depois vou te contar por ela foi assim.

Eu era muito diferente das outras crianças, naquela época a escola era apenas para meninos que tinha condições de pagar, as garotas tinha apenas uma utilidade, aprender serviços domésticos, para conseguir um marido, depois de conseguir um pretendente, as coisas só iriam piorar, naquela época o casamento parecia trazer apenas mais obrigações para as ingenuas moças, a recém noiva teria que lavar as roupas imundas do marido, fazer jantares todos os dias sem atraso para não deixar o homem irritado, teria que cuidar sozinha dos filhos que o marido lhe deu,  teria que suportar as noites de bebedeira do marido, ao se casar você se tornava escrava de seu marido e não teria volta, se ele quisesse algo você era obrigada a  fazer, por mais que houvesse um amor reciproco ela deveria viver com medo, pois um erro resultaria em  punição. Eu não queria ter que passar pelo sacrifico que era o casamento, aprendi a falar mais rápido do que qualquer criança, aos cinco anos fugia de casa para ir a um convento onde havia chantageado a Madre superiora Sra.  Katherine a me ensinar a ler, depois de alguns messes sabia ler tão bem quanto ela. Enquanto as meninas da minha idade passeavam pelas ruas de mãos dadas com as mães eu passava a tarde sentada nos bancos da praça sozinha lendo livros que a Madre me emprestara. Aos oito anos de idade eu  sabia  falar três línguas diferentes, enquanto as outras garotas não sabiam nem ler e escrever, elas mal conseguiam falar a própria língua, mais aos oitos elas sabiam fazer algo que eu sempre cobiçara,  todos sabiam costurar, e eu não conseguia nem se quer passar a linha no buraco da agulha, as vezes eu sentia uma pontada de vergonha e inveja por não conseguir mais ai eu lembrava da minha capacidade de ler, escrever e de falar, algo que era um motivo de inveja muito maior.  

Alguns dias atrasOnde histórias criam vida. Descubra agora