Capítulo 01

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Notas: Olha só quem voltou... Pois é, eu mesma e mais cedo do que eu imaginava. A verdade é que eu estava muito ansiosa pra começar a postar essa última parte. Então vamos lá!
Ps.: Eu ainda não decidi quais dias da semana terão atualizações, vou começar postando conforme for dando.
Boa leitura e até o próximo! 💖
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A Professora Alex Vause estava parada à porta do seu escritório, com as mãos nos bolsos, olhando para a esposa com considerável paixão.

Ambas se conheceram quando Piper era uma jovem de 17 anos (dez a menos que ela) e se apaixonaram. Porém haviam sido separadas pelo tempo e pelas circunstâncias, mas, acima de tudo, pelo estilo de vida hedonista da morena.

Seis anos mais tarde Chapman se tornara sua aluna de pós-graduação em Toronto, o que reacendeu a paixão entre elas. Casaram-se um ano e meio depois. Agora que já tinham quase seis meses de casadas, ela a amava ainda mais do que antes. Invejava até o ar que respirava.

Havia esperado tempo demais pelo que estava prestes a fazer. Talvez sua esposa precisasse ser seduzida, mas Vause orgulhava-se de ser experiente na arte da sedução.

Os acordes da canção Mango, de Bruce Cockburn, flutuavam pelo ar, evocando lembranças da viagem a Belize, que fizeram antes de se casarem. Na ocasião, tinham feito amor em vários lugares ao ar livre, inclusive na praia.

Piper estava sentada à mesa, sem se dar conta da música ou de que era observada. Digitava no laptop, cercada de livros, pastas de arquivo e de duas caixas de papéis que Alex fizera a gentileza de trazer do andar de baixo da antiga casa de seus pais.

Havia uma semana que estavam morando em Selinsgrove - uma trégua em suas vidas agitadas em Cambridge, Massachusetts. A morena dava aulas na Universidade de Boston, e Chapman terminara pouco tempo antes o primeiro ano do doutorado em Harvard, sob a orientação de uma brilhante acadêmica, ex-professora de Oxford. Elas haviam fugido de Cambridge porque a casa na Harvard Square estava uma bagunça, por conta de uma reforma para expandi-la.

A casa da família Clark em Selinsgrove fora reformada antes de chegarem, seguindo com exatidão os padrões estabelecidos. Grande parte da mobília deixada por Lee, o pai adotivo de Alex, tinha ido para um depósito.

A loira escolhera cortinas e móveis novos e convencera a esposa a ajudá-la a pintar as paredes. O gosto estético dela pendia mais para madeiras escuras e couro marrom, mas Piper preferia as cores claras de uma casa de praia, com paredes e mobília pintadas de branco, realçadas com vários tons de azul.

Vause havia pendurado no escritório reproduções de pinturas que enfeitavam a casa delas na Harvard Square - Dante e Beatriz, de Henry Holiday, Primavera, de Botticelli, e Madona com a criança e dois anjos, de Fra Filippo Lippi. Ela se pegou analisando com atenção o último quadro.

Era possível dizer que aquelas pinturas ilustravam as etapas do relacionamento que tinham. A primeira retratava o encontro das duas e a obsessão crescente dela por Piper. A segunda representava a flecha de Cupido atingindo-a quando Alex já não se lembrava dela, além do namoro e do casamento subsequente. Por fim, a pintura da Madona mostrava o que esperava do futuro.

Aquela era a terceira noite que a esposa passava sentada à mesa, preparando sua primeira palestra pública, que seria dada em Oxford no mês seguinte. Quatro dias antes, quando os móveis ainda não tinham sido entregues, haviam feito amor no chão do quarto, sujas de tintas.

(Piper descobrira que pintura corporal com a morena era seu novo esporte favorito.)

Com as lembranças da conexão física entre elas em mente e ouvindo o ritmo da música acelerar, a paciência dela chegou ao fim. Elas eram recém-casadas e Alex não tinha a menor intenção de ser ignorada por mais uma noite.

A Redenção de Alex Vause Onde histórias criam vida. Descubra agora