Capítulo 04

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Os parentes do casal tiveram o bom senso de não comentarem como elas pareciam relaxadas e felizes quando enfim saíram do quarto, pouco antes do almoço.

Mais tarde, Bennett, irmão de Alex, chegou com a esposa Daya e o filho, Quinn. Todos, incluindo o pai de Piper, Bill, e sua namorada, Grace, se reuniram para jantar cedo.

Grace Stewart era uma negra atraente, de pele impecável, olhos escuros e cabelos encaracolados na altura dos ombros. Aos 40, ela era quase dez anos mais nova que o namorado. Conhecia-o havia um bom tempo, pois passara a vida inteira em Selinsgrove.

Na hora de servir a sobremesa, a mulher flagrou Alex e Piper dançando na cozinha. Vause tinha instalado um sistema de som central na casa e os acordes de um jazz latino suave enchiam o ar.

Elas estavam abraçadinhas, gingando devagar ao som da música. A morena sussurrou algo no ouvido da esposa. Ela pareceu ficar constrangida e virou a cabeça para outro lado, mas a mulher deu uma risadinha e a puxou mais para perto, beijando-a.

Grace recuou, com a intenção de voltar à sala de estar, mas o piso de madeira antigo rangeu sob seus pés. As duas pararam de repente e se viraram para ela.

- Tem alguma coisa esquentando aqui. E não é a torta de maçã. - Grace sorriu.

Alex riu, um som alto e alegre, enquanto a loira sorria e apoiava a testa nela.

Grace meneou a cabeça, aprovando a cena.

- Vocês estavam demorando tanto para preparar o café que achei que tivessem esquecido como se faz.

Vause correu os dedos pelos cabelos, que estavam despenteados graças às explorações que a esposa fizera pouco antes.

- Amor? - Ela baixou os olhos para Piper.

- O café está pronto e as tortas estão esfriando. Só mais um minuto.

Relutante, Chapman se afastou da esposa, que lhe deu um tapinha discreto na bunda.

Neste exato momento, Lorna e Daya se juntaram a elas. A latina era a mais nova integrante da família, tendo se casado com Bennett, o irmão mais novo de Alex, no mês anterior.

- Por que a demora? - Perguntou Lorna, lançando um olhar desconfiada para a irmã, como se ela fosse a única culpada pelo atraso.

- Estávamos fazendo café. - Disse Piper, escondendo o constrangimento ao servir a bebida em uma série de xícaras.

- Aposto que sim. - Rebateu Daya com uma piscadela maliciosa.

- Humm... Acho que não era café que elas estavam fazendo, não. - Grace agitou um dedo para elas.

- Está bem. Vou deixar vocês cuidarem disso sozinhas. - A morena deu um beijo casto em Piper antes de escapulir para a sala de estar.

Morello examinou as tortas de maçã no balcão central da cozinha, testando a temperatura com o dedo.

- Pegue uma faca, Piper. Vamos experimentar essas tortas.

- É assim que se fala. - Grace recusou o café oferecido pela anfitriã e sentou-se em um dos bancos.

- Então, o que estava rolando aqui? E, por favor, não me diga que vocês usaram os balcões. - Lorna olhou para os novos balcões de granito que a irmã insistira em comprar.

- Não, são gelados demais.

Piper levou a mão à boca, mas era tarde.

As mulheres caíram na gargalhada e começaram a provocá-la sem piedade.

A Redenção de Alex Vause Onde histórias criam vida. Descubra agora