Kyle levantou atordoado, com o envelope ainda na mão.
Mancando e zonzo, ele se encaminhou para o carro de Tom. Seus pensamentos estavam confusos e sua cabeça ainda doía, o gosto metálico ainda era intenso.
Assustado, ele olhava para todas as direções possíveis, talvez o assassino ainda estivesse lá o observando. Ele só parou de andar quando já havia chegado a uma proximidade considerável do carro de Tom, lá, parado perto do carro, ele se ajoelhou e lágrimas discretas desceram por seu rosto, lágrimas de raiva e ódio, não de medo e pânico. Mataria aquele desgraçado na primeira oportunidade que tivesse.
Ele permaneceu lá parado, o rosto ardia com as lágrimas que desciam sobre o corte em seu rosto. Então Tom acordou:
- Ky...Kyle ? - ele levantou a cabeça, seu nariz ainda sangrava - On...onde você tá ?
Kyle se levantou e limpou as lágrimas no rosto, que doeu ao passar pelo ferimento.
- Aqui - respondeu.
Ele se encaminhou para a porta do carro de Tom e a abriu para ajudá-lo a sair dali. Sua perna ainda mancava, mas a dor se tornara mais suportável, provavelmente não a quebrara.
- O que aconteceu ? - perguntou o Dr. Ross confuso e assustado.
Kyle apenas o entregou o bilhete que estava no chão ao seu lado minutos antes.
- Ele descobriu que iriamos contar para a polícia - falou, enquanto ele lia o conteúdo do bilhete, com dificuldade, já que uma das lentes de seu óculos havia sido parcialmente quebrada.
- Mas como ? - indagou. Kyle deu de ombros, não fazia ideia do que dizer - Aqui diz que ele deixaria uma pista, você a encontrou ?
- Ainda não, talvez ele a entregue depois - falou, pois realmente não havia visto nada.
Tom se levantou e saiu do carro. Cobriu o nariz com uma das mãos e disse:
- Acho que será mais seguro se passarmos essa noite no hospital.
- E onde ficaremos ?
- Nós estamos feridos, além disso eu trabalho aqui e você tem dinheiro suficiente para comprar um quarto desse hospital só para você, o mínimo que eles podem fazer é nos deixar passar uma noite em observação - respondeu.
Apesar da situação, Kyle esboçou um sorriso com o comentário de Tom.
Tom saiu na frente, ele havia deixado o bilhete no carro. Kyle voltou para pegá-lo e então a viu.
A pista.
No caso, as pistas.
Pastas finas estavam empilhadas, umas sobre as outras, no banco onde ele estava sentado antes de sair correndo de lá.
E em cima delas estava mais um envelope, que também havia sido escrito com recortes de jornais.
Me encontre, estava escrito em um bilhete dentro dele.
- Ei, Kyle ! - chamou Tom - Encontrou alguma coisa ?
Ele pegou tudo e colocou dentro da calça, embaixo da blusa.
- Não, nada ! - respondeu.
Ele não achava que Tom era o assassino, mas definitivamente ele estava escondendo algo, por isso Kyle achara melhor não contar a respeito daquilo, no dia seguinte ele investigaria. Ele e os outros. Menos Tom.
- Vamos ! - falou, enquanto saia do carro e pegava o bilhete.
**
Kyle passou a noite no hospital, Tom estava certo sobre o dinheiro, ele conseguiu um bom lugar, era espaçoso e longe o suficiente para que Tom demorasse para encontrá-lo.
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Doentio
Mystery / ThrillerNa ala psiquiátrica do hospital de Darrensville, há um grupo de apoio para jovens de passado suspeito. Cada um deles está, ou já esteve, internado naquele hospital, apesar disso, nenhum deles se conhece, sua unica conexão é o fato de todos estarem e...