O Encontro

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CAPÍTULO TERCEIRO

O ENCONTRO

O ar parecia puro, pela primeira vez em anos conseguia respirar sem ter alguém por perto me seguindo ou observando e dizendo o que eu devia fazer. Parei em uma vila próxima, para comprar alimentos para viagem, um senhor estranhamente alegre, me indicou um local mais a frente, onde poderia conseguiria um pouco de comida.

Ao entrar logo percebi que não era um local normal, estava tocando uma música alegre e os homens davam risadas, com mulheres vestidas com pouquíssimas roupas. Fui direto até uma mesa comprida, onde um homem corpulento e suado atrás do balcão perguntou!

- Você tem idade para estar aqui garoto?

- Um homem lá fora me disse que conseguiria comida para a viagem aqui... tirei algumas moedas do bolso e coloquei sobre o balcão empurrando em direção do homem ele pegou as moedas do balcão como se nunca tivesse visto uma daquelas ele a examinou colocou entre os dentes, como para verificar se erra real e disse:

- Vou pegar algo para você garoto!

Agradeci com um aceno de cabeça, cada canto do lugar parecia muito com as conversas que escutava dos guardas, principalmente a noite enquanto eles pensavam que eu estava dormindo, e falavam quase cochichando sobre mulheres e bebidas, e enquanto estava distraído em meus pensamentos, percebi uns homens se aproximando!

- Ei garoto! Se perdeu da sua mãe? Acho que você está sentado em meu lugar?

Todos deram risadas, o homem me encarou como se fosse me devorar em seu rosto no lado direito estava uma cicatriz que chegava perto da orelha, alguns homens que estavam com ele se aproximaram como se estivem acabado de chegar de uma longa viajem, alguns ao me verem começaram a fazer piadas, o homem de traz do balcão pegou quatro canecas de cerveja e colocou em cima da mesa, cada um pegou a sua quando pensei que eles iriam me deixar em paz, o homem foi se aproximando, por um instante ser meu fim, quando alguém interrompeu!

- Deixe o rapaz em paz Onel!

Ele se aproximou era alto e forte usava uma armadura, diferente dos outros homens na estalagem, Onel resmungou um pouco e se sentou em outra mesa, junto com os outros, que já tinham saído de perto.

- Obrigado! -Agradeci ao estranho.

- Não se preocupe Onel só late, ele não morde! Qual é seu nome?

- Eu me chamo Hery...

- É um prazer conhece-lo Henry... pode me chamar de Príon!

- Garoto sua comida está pronta! - O dono do bar trouxe um pano enrolado com meus mantimentos para a viagem.

-Obrigado! Acho que já vou indo!

- Pra onde você vai?

-Para o Norte!

- Já está escurecendo! Não é sábio viajar a noite porque não fica na hospedagem e vai ao amanhecer!

- Eu não posso me atrasar, tenho um compromisso! Foi quando percebi que ele olhava para meu pescoço, onde trazia sempre comigo o anel que ganhará do estranho na noite em do funeral de meu pai, eu peguei o anel e coloquei por dentro da blusa, já estava saindo quando ele me chamou...

- Entendo, me diga Henry... quem te deu esse anel?

-Foi um amigo de meu pai! Peguei a comida e saí o mais depressa que consegui... como pude esquecer de esconder o anel. Soltei meu cavalo e voltei a caminhar e não iria parar tão cedo!

Príon, por um instante deixou que os pensamentos inundassem sua mente, era como ver tudo novamente, o calor da batalha, o relampear das espadas se colidindo uma com as outras, o calor, o sangue que manchava o chão, uma batalha sem fim, um menino com os olhos vermelhos em um corredor, não poderia ser ele pensou, tomou mais um gole de sua bebida, já quente, por ter ficado conversando com o Henri... de Henrique, ele se dirigiu ao grupo de seus amigos que davam risadas e bebiam com algumas mulheres em volta da mesa.

- Onel! Pegue suas coisas e chame os outros!

- Ah, Príon, mas eu nem comecei a beber ainda e olhe foi você que não me deixou brigar com o piralho!

-Onel! Sabe aquele piralho, era seu Rei, então temos que ir agora.

- Como assim o Rei! Você deve estar enganado, ele deve estar no castelo dormindo a essa hora - Disse Onel.

- O anel no pescoço dele, era o mesmo que eu dei ao Príncipe alguns anos atrás, o meu anel não tem como ser coincidência.

- E vai que o Rei perdeu, ele era uma criança nem deve lembrar desse anel.

- Sim por sorte ele não deve lembrar de mim, será mais fácil atraí-lo.

- Se fosse o Rei, teríamos reconhecido!

-Se esquece que há anos o Rei não aparece em público, Goris o mantem trancado a sete chaves, agora pare de choramingar, temos que acha-lo antes que os batedores o encontrem.

Relatos de um PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora