A Continuação...

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antes do próprio corpo. Richard o decapitou num piscar de olhos. - Desapareçam antes que eu mate a todos, seus vermes! - vociferou Richard encarando a mulher. - E começarei por você. A líder o enfrentou com o olhar, mas não arriscou. Ameaçada, ela levantou a mão direita e fez uma espécie de código com os dedos, o suficiente para a multidão de mendigos abrir passagem para nós. Com a espada em punho, Richard saiu galopando acelerado por um caminho esculpido nas rochas negras. Uma imponente construção surgiu após cavalgarmos por uma área que parecia abandonada havia muito tempo. As formações rochosas escurecidas mais faziam lembrar um pa palácio consumido pelo fogo. Um palácio negro. Seus altos muros eram resguardados por um exército em prontidão, mas não houve problemas com a nossa aproximação. Os enormes portões se abriram sem a necessidade de qualquer tipo de comando ou negociação. Aguardavam por nós. - Agora você vai saber quem realmente sou e tenho o pressentimento de que não vai gostar, Tesouro - confessou com o olhar ardente e suas gemas azul-turquesa chegaram a me queimar. Eu estava zonza, fraca demais para entender ou reagir. - Bem-vinda ao meu mundo. Mundo dele? O que ele queria dizer com aquilo? Quem é você afinal, Richard? - Abram caminho! É Richard! - anunciou eufórico um homem lá do passadiço. - Ele está com a híbrida! Quando os portões se fecharam atrás de nós, deparei-me com um dos pátios que cercava o castelo negro e vulcânico. Ele era largo, mas pouco extenso, e cem metros adiante havia um novo muro de pedras escuras, da mesma proporção que o primeiro. No passadiço do segundo muro, pude avistar homens sacudindo os braços euforicamente. Sem cerimônia, lançavam seus gritos de vitória, saudações e vivas no ar. Minha captura seria o motivo de toda aquela alegria? Por que aquele lugar era tão protegido? - Por Tyron! Você con conseguiu! - Prestando continência para Richard, um homem armado da cabeça aos pés vibrou alegremente. Ele vinha à frente de um grupo de rapazes que trajavam roupas pretas semelhantes às usadas por guerreiros árabes da Antiguidade. - Já se esqueceu com quem está falando, homem? - a resposta de Richard saiu cheia de convencimento. Podia sentir seus músculos dilatados, como se ele estivesse estufando o peito de satisfação. - Rick conseguiu! Rick conseguiu!- berrava animado um grupo de adolescentes que vinha correndo em nossa direção. Todos também de preto. - Ganhamos. A híbrida é de Thron! "Thron?" Que maluquice é essa? O frio terrível na minha barriga subia ao pescoço. Meu Deus! Não podia ser! Eu não queria aceitar as evidências, mas uma coisa era certa: o local onde estava era absurdamente inóspito. Mesmo sob a escuridão, era palpável a diferença em relação a tudo que eu já tinha visto na vida. E olha que eu já havia conhecido muito lugar esdrúxulo em minhas andanças pelo mundo com minha errante mãe. - Avisem a Shakur! - ouvi um grito e, em seguida, o som estridente de cornetas. Cornetas? - Você é mesmo uma lenda, resgatador! - exaltou um sujeito que se aproximava de nós. Um bra bracelete preto, igual ao que Richard usava, brilhou em seu pulso. - Eu sei. - A resposta saiu com jeito casual. Primeira certeza: Richard era convencido. - Sthepan, mande evacuar a saída leste. Há sombras demais por lá - comandou Richard ao segundo rapaz. - É pra já, Rick. - Liquidem a líder e racionem a comida por trinta dias. Pão e água, duas vezes ao dia. É bom que eles aprendam com quem estão lidando. - Liquidar? - O sujeito pareceu titubear. - Algum problema? - indagou Richard. - De forma alguma, Rick -

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