procriar? O sorriso dele desapareceu e sua postura altiva foi substituída por uma pesarosa. — É a pura verdade, entretanto… — Entretanto? — imprensei-o. — Nós temos curiosidades e a nosssa bebida nos permite sentir alguma coisa — confessou ainda sem me encarar enquanto passava os dedos pelas cicatrizes das mãos. — O álcool? Então é isso! — exclamei, finalmente compreendendo o motivo do alvoroço em Thron. — Não é bem o álcool, mas sim o Necwar. Contudo, nem de longe se compara ao que eu sinto por você, Tesouro. Havia urgência em suas palavras. — Eu vi como você olhava para elas, Richard — rebati. — Ninguém me contou. — Se foi capaz de ver isso, será que ainda não conseguiu enxergar que me enfeitiçou? Ele me olhou profundamente, um olhar em chamas. Perdi a linha do raciocínio. — Eu? — quis parecer sarcástica, mas soou como um assovio fino. Ele apertou os olhos e, após um momento de introspecção, ratificou de forma séria e cadenciada: — Elas não significam nada para mim. Você, sim. Senti meu escudo tombar e fiquei desarmada. Aquelas últimas palavras mexeram com algo bom dentro de mim. Eu era importante para ele? — Agora não faz mais diferença o que você sente ou não por mim, Rick — quis bancar a durona, mas minha voz saiu fraca. Levantei-me rapidamente, certa de que, se não saísse logo dali, acabaria cedendo aos seus encantos e me arrependendo amargamente depois. — Você não me quer mais? É isso? — Richard segurou meu braço e também se levantou. Estávamos perigosamente próximos. Com uma fisionomia indecifrável, ele envolveu carinhosamente meu rosto entre suas enormes mãos, deixou seus olhos arderem nos meus e, antes que eu pudesse notar, já estava aprisionada dentro deles. Foi o suficiente para fazer minha respiração vacilar, minha pulsação acelerar, meu rosto corar. Fervi por dentro. Jesus! Eu tinha que aguentar. Eu precisava ter domínio sobre minhas emoções! Consciente do poder que exercia sobre mim, deixou seu nariz deslizar lentamente pela minha pele, gerando novos e enlouquecedores arrepios. Seus lábios úmidos passearam pelo meu pescoço, roçaram minha orelha e deslizaram com uma aprazível delicadeza pelo meu rosto até
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Não olhe!
FantasyNina Scott não suportava mais a vida nômade e solitária que sua mãe, Stela, a obrigava a ter. Mudar de cidade ou de país a cada piscar de olhos, conviver com tantas perguntas que a consumiam, assombrada por mistérios de um passado guardado a sete ch...