Primitivo

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O comandante bate seus dedos na mesa, observando as feições do ômega na tela. Ele é bonitinho, certamente maior do que a maioria dos ômegas nos CPOs, mas pequeno de qualquer jeito.

Eles me fizeram fazer isso. Eles que me fizeram, Jimin—

O alfa para a gravação, rebobinando até o rosto do ômega aparecer novamente na tela. Seus lábios se movem de um jeito fascinante enquanto ele fala, seus olhos, cheios de emoções. O alfa havia se esquecido do quão cativantes os ômegas são, do quão fácil é cair em suas armadilhas. Belo, rebelde ômega. Tão delicado. Tão fácil de destruir. O resto da evidência não mostra muito, apenas as costas do ômega e de um rebelde correndo na frente da isca e então, a câmera apenas mostra um teto de concreto, depois da isca ser baleada.

"Então, ele está com os rebeldes, assim como esperávamos," diz o Comandante, rebobinando para o rosto de Jimin novamente, querendo memorizar cada centímetro dele.

"Sim, Senhor," responde o soldado, suando debaixo de sua jaqueta.

"Bastardos, eles pensam que podem me enganar assim. Pensam que eu nunca irei acha-los," o Comandante cospe as palavras, lábio superior se contorcendo em desgosto. "Aumente a cota de filhotes para quarenta, anuncie a notícia para todo o mundo ver."

O soldado hesita, antes de falar. "Quarenta? Mas — se me permite, Senhor — os ômegas nunca conseguiram cumprir a cota, seus corpos mal conseguem aguentar do jeito que está."

O comandante pausa o vídeo, o rosto do ômega dominando a tela. "Bom, isso irá atrair o ômega para fora de seu esconderijo e ensinar uma lição para todos. Ninguém zomba de mim desse jeito e consegue escapar ileso. Apenas espere até eu conseguir pegar aquela vadia. Ele irá desejar nunca ter nascido."

"Perdão, Senhor?"

O Comandante sorri, lento e sinistro. "Eu irei usá-lo como exemplo, para caso alguém queira se rebelar novamente."

ΩΩΩ

Jimin se senta nu em sua cama, e encara.

Ele encara para suas coxas. Mais especificamente, ele encara os chupões que estão a se desvanecer. Eles estão com uma cor amarela agora, quase desaparecendo, mas visíveis o suficiente para o ômega percorrer seus dedos sobre eles. Jimin os conecta como se fossem uma constelação, uma que soletra Jeon Jungkook.

Com raiva, Jimin perfura suas unhas nos hematomas maiores, os que estão demorando mais para curar. Uma onda de dor percorre de suas pernas para todo o seu corpo. Jimin arqueja, pênis acordando com a sensação, com a excitante memória de um alfa deixando sua marca. Logo, ele está deitado em suas costas, olhos no teto enquanto ele traça seus dedos por sua pele, tendo dificuldades em relembrar as memórias do quarto de cio. O resultado é insatisfatório depois de seu orgasmo, como uma história onde as partes mais essências estão faltando. O ar cheira apenas como chuva, solitária e fria, nem um pouco purificadora.

São apenas as últimas faíscas de seu cio, Jimin quer acreditar.

Não é porque ele sente falta dos toques de um alfa — Jungkook. Nem um pouco.


"Você quer que eu faça isso?"

Jungkook dirige seu olhar, dos carregadores que ele estava carregando, para Jackson, que está se apoiando contra a parede, com uma expressão preocupada. O alfa volta sua atenção para sua tarefa, os enchendo com munição e colocando os carregadores de volta na coronha. O beta estala sua língua, pegando uma arma. Ele lança um último olhar para Jungkook antes de começar a atirar nos alvos. O som reverbera pelas paredes, alto mesmo com protetores de ouvidos que ambos estão usando.

The Omega RevolutionOnde histórias criam vida. Descubra agora