Refúgio

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Valentina e Alan caminharam cortando caminhos pela antiga e encantada floresta.

O rapaz bombardeava a garota com perguntas, ela por sua vez respondia quase todas com um leve balançar de cabeça. Estava mais atenta ao caminho em que Alan a levava, não era muito de conversar. Ele percebeu isso, o que o instigava ainda mais a perguntar coisas aleatórias. Sua curiosidade parecia um espinho cravado na unha.

Valentina se sentiu mal por deixar ele falando sozinho, mas seu instinto de sempre fugir e ser cautelosa era maior, era como uma besta vivendo em uma caverna.

Depois que o terreno ficou ainda mais elevado e a vegetação densa, Valentina estava concluindo que provavelmente devia correr para o mais longe possível desse estranho, mas seu coração se aquietou quando eles caminharam um pouco mais a frente.

Estavam em um lugar perdido em meio a selva, no chão rama de flores silvestres cresciam por todos os lados a esmera. Ar árvores altas os davam cobertura completa, aquele era um pequeno paraíso particular.

Havia um lago mais a frente, era como espelho reluzindo. A água da ponta tinha um azul profundo, já a do meio era transparente e lá vários peixes nadavam. Eles eram tão lindos que Valentina apertou os olhos para ver se enxergava realmente bem. Peixes dourados, brancos, azuis, verdes e tantos outros nadavam entre sim na mais perfeita harmonia.

Alan podia apenas se submeter a beleza de Vale, mergulhando nos traços de seu rosto, a deriva dos seus olhos sobrenaturais.

Havia algo nela, ele ainda não sabia, mas era algo que ele podia sentir.

Valentina tirou os sapatos que cozinham seus pés e os enterrou nas flores que cresciam ali, depois saboreou o vento que vinha com tamanha leveza do sul.

Alan queria segurar sua mão, e estava resistindo ao máximo esse instinto. Ora pois, ele havia conhecido a moça apenas um dia antes, que efeito abrasador poderia ser esse?

Tentando não se perder, ele se afasta, caminhando para um tronco de carvalho, a árvore mais linda e majestosa do lugar.

Suas raízes eram convidativas, e a grama tão macia quanto veludo das princesas perdidas mundo afora.

Valentina olhou confusa para Alan, que finalmente tinha se calado e seguiu seus passos até a árvore carregando consigo as velhas botas de couro.

Ajeitou seu vestido de forma que o vento não o levantasse, e como uma preguiça selvagem foi se sentando de mansinho no chão, submersa na beleza do lugar e no frescor do vento.

Passou suas mãos pelas flores sem se atrever a arrancar, elas moravam ali, Valentina não tinha o direito de tirá-las de sua morada, a mãe terra.

Sim, desde pequena a menina sempre amou o que vinha da floresta, era a única coisa que acalmava sua alma sempre quente em uma fornalha.

Os animais que não possuíam a visão da maldade, como crianças.

As árvores que forneciam o ar e deixava a vida mais amena, mais fácil de ser vivida.

Os frutos que alimentavam tantos povos doentes.

As flores. Ah, as flores.

Valentina tinha uma conexão grande com tudo que vinha da natureza, pois era a coisa mais poética criada no mundo. Ela não conseguia entender como poucas pessoas conseguiam enxergar esse fato.

Quando ela cortava o trigo ou colhia os morangos sabia que dançava em sincronia no ritmo da vida, ela sabia diferenciar as coisas.

Alan observava o lago, se lembrando do perigo em que colocou boa parte do seu povo vindo para A Toca Do Lobo. Mas ele já tinha perdido sua mãe e seu pai para os malditos... Bem, ele mal gostava de pensar no nome.

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2018 ⏰

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