Feliz Aniversário Emanuel

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     Nosso pisciano está de aniversário, preparei um super surpresa para ele, o meu já havia passado, ele também havia preparado uma surpresa, retribuição, certo? Talvez sim, talvez não, difícil retribuir algo para alguém que não precisa de nada, mas o que dá para alguém quem te dá tudo, até o sua última gota de sangue?! Convidei as primas dele, uns amigos novos dele que ele fez na universidade, um novo amigo meu e só.
A universidade, como vai? Ah, universidade, o lugar é muito lindo, grande e cheira bom. Gostei da grande biblioteca, gosto de ler. Achei um lugar feito para mim, ou quase feito para mim, entrei no clube do coral da universidade, além de entrar no time de vôlei. Não importa aonde você vá, sempre haverá preconceito e alguém que vai querer seus ossos, não importa se é o país mais desenvolvido do mundo. Na primeira semana já sofri preconceito, mas foi a primeira e a última vez, creio eu.

— Emanuel, eu... — Digo entrando no vestiário, vejo Emanuel com uma toalha na cintura, em seguida ouço uma voz me interrompendo.

Hey cara, você não pode entrar aqui dentro. — O rapaz diz.

— Por que ele não pode entrar aqui dentro? — Emanuel pergunta encarando ele.

— Porque... você sabe... os boatos... ele é gay. — O rapaz diz meio sem graça.

— Os boatos? Então passe esse boato... Sim, Nicolas é gay e é namorado do capitão do time de futebol americano. — Emanuel diz.

      Ele ficou bem bravo com o rapaz, mas Emanuel tem um bom coração, o rapaz pediu desculpas para Emanuel e ele aceitou. Agora, são melhores amigos, dos amigos de Emanuel, eu não gosto muito dele, ele era vice-capitão do time, seu nome era Charlie. Alguns centímetros menor que Emanuel, pele morena, olhos escuros, um pouco forte e um sorriso sarcástico. No fundo, acho que ele pediu desculpas só porque Emanuel é capitão do time, espero estar errado.
Já tirei o gesso faz algumas semanas, muito melhor sem o gesso, pior sensação é não ter mais movimento de alguma parte do corpo. Emanuel e eu morávamos em um apartamento alugado, nossos pais nos ajudavam, pensamos em procurar um estágio, mas é meio difícil alguém contratar quem está no primeiro ano.

— Temos que buscar o bolo, certo? — Dylan diz.

— Sim, temos que passar pegar o bolo. — Digo.

— Vamos de carro? — Ele diz.

— Claro que não, vou começar a fazer carteira de motorista mês que vem, você sabe que eu não sei dirigir. E aliás, é aqui perto. — Digo a ele.

— Ah sim. — Ele diz.

     Dylan foi a primeira pessoa que eu fiz amizade na universidade, ele é do coral e do time de vôlei, então me aproximei mais dele. Acha que vai chegar na universidade e achar pessoa maduras com mentalidade aberta, mas não é bem. Muita gente está lá só para zuar e que universidade é apenas um status para a pessoa. Já vi muitas pessoas se vangloriar por estar fazendo medicina ou direito.

— Já sabe o que irá cantar essa semana no clube? O tema até que interessante. — Dylan diz apertando o botão do elevador.

— Talvez Praying. — Digo a ele.

— É bonito essa música, muito bonita. — Ele diz entrando no elevador.

      Havia encomendado o bolo em uma padaria da esquina de casa. Caminho com Dylan pela rua, continuando a história da faculdade, hoje era sábado, pleno dia 24 de fevereiro. Pegamos o bolo, alguma pessoas já estavam chegando em casa, era uma surpresa, logo mais ele chegaria, ajeitamos tudo.

— Eu não trouxe o meu violão Nico. —  Dylan diz.

—  Sem problemas, pegamos o de Emanuel. Se quiser pode ir pegar no quarto. —  Digo pegando o celular.

O Garoto 2: A Universidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora