Assassino, Ou Não?

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Terminamos o beijo com um sorriso meio que sem graça e, diria que com, vergonha um do outro.

— Eu não queria, eu, eu, tchau Justin – Ela diz abrindo a porta do carro e saindo direto para o banco onde ia se sentar antes de eu chamá-la.

Desço do carro indo atrás dela e a alcançando, segurando no braço dela. Não era o que eu queria fazer, mas eu deveria fazer a minha parte.

— O que foi? Você não gostou? – Digo depois de a virar pra mim.

— Não, eu só fiquei com vergonha. Você... Gostou? – Fala olhando pra mim.

— Claro. Quero dizer, sim. – Digo atrapalhado e solto seu braço.

— Vem Selena! – Um homem chega em um carro preto, e a chama da janela do carro.

— Eu tenho que ir agora. Me liga?

— Ah, claro.

Ela corre até o carro e posso ouvi-la dizer "Pai!". Aquela voz me parecia tão familiar.

"Isso é oque dá, dever o maior traficante de Las Vegas. Não seja igual ao seu pai, ou vai acabar morto em um beco sujo e escuro."

Era ele. A mesma voz do cara que matou o meu pai naquela noite no beco, sete anos atrás. O pai de Selena era o assassino do meu. Depois de anos eu finalmente o encontrei. Mas estava incrédulo, o pai da moça mais pura, sem maldade nenhuma no coração, era um assassino frio e calculista. Ainda sem acreditar, liguei para Alfredo.

— Alfredo?! – Digo ligando pra ele à caminho de casa.

E aí cara, como foi lá com a sua garota?

— Ela não é minha garota. Eu tenho um bagulho muito importante pra te dizer, tu tá em casa?

Tô, vem logo então.

Desligo o celular e acelero o carro pra chegar em casa o mais rápido possível. Atordoado, entro dentro de casa e saio procurando Alfredo.

— Finalmente! – Diz ele quando o encontro na cozinha.

— O pai da Selena é o vagabundo desgraçado que matou o meu pai! Dá pra acreditar que esse verme tem uma filha tão linda e sem maldade nenhuma?! Caralho eu vou matar ele! – Falo com as mãos na cabeça e andando de um lado pro outro.

— O quê?! Justin, para. Você está tão fixado nessa idéia de vingança, que acha que qualquer um é o assassino do seu pai! Aliás, o pai da Selena deve ser algum empresário renomado, ele não é nenhum traficante.

— Alfredo, eu estava lá no beco naquele dia, eu me lembro de tudo ok?! É ele, e agora eu preciso por minha vingança em prática, eu vou matar ele!

— Se você se lembra de tudo, por que não lembra do rosto do assassino? E se você matar o pai da Selena, você será preso e nunca terá o perdão dela. Tira essa idéia louca da cabeça! Relaxa, e vamos receber Chaz daqui a pouco.

Alfredo tinha razão. Eu não queria decepcionar Selena nunca, e também eu não me lembrava do rosto e nem sabia o nome do maldito que matou meu pai sete anos atrás. Mas nada ia me tirar da cabeça que era ele. E a minha vingança não está morta, eu ainda vou executá-la, e Alfredo não vai poder me impedir nesse dia.

Depois que Chaz chegou, fomos direto pra minha casa.

— Chaz, que bigode maneiro. – Diz Alfredo.

— Não atrapalha na hora dos seus boquetes, madame? – Falo zoando ele.

— Um pouco. Mas se for pra você, eu tiro na hora. – Chaz responde fazendo todos rirem.

— Que nojo vocês dois! – Diz Alfredo.

— Você também quer um boquete do Chaz, Alfredo? Admite. – Digo cutucando Chaz.

— Cala essa porra de boca, Justin Bieber! – Diz Alfredo irritado, e Chaz e eu rimos.

— Vamos curtir uma noite louca em Las Vegas, ou ficar pro jantar? – Chaz perguntou.

— Eu não estou com cabeça pra noite de curtição. – Digo.

— Ok bro, então eu vou cozinhar e vamos conversar como três meninas fofoqueiras na cozinha.

Alfredo e eu rimos disso, e seguimos Chaz até a cozinha.

— Ryan podia vir também. - Digo.

— Ele anda trabalhando muito, e depois vai tirar férias com a família. – Diz Chaz.

— Cadê a Hailay, Justin? Você falou da Selena pra ela? – Perguntou Alfredo.

— Falar o que da Selena? Aliás, a Hailay não é nada minha, nós transamos de vez em quando, nada de mais.

— Você transa com a Hailay Baldwin e diz que não é nada demais?! Você só pode estar louco Justin Bieber! – Diz Chaz indignado.

— Ele está apaixonado, Chaz. – Diz Alfredo.

— O que? Por quem?

— Por ninguém. – Respondo.

— Pela Selena Gomez, a garçonete que ele salvou e depois foi buscar na faculdade e ele não me contou o que aconteceu lá, né Justin?

— A gente deu um beijo, e só. E ela nem beija tão bem assim, há melhores.

— Duvido! Você não deve parar de pensar no quanto a Selena beija bem e não vê a hora de beijar ela de novo.

— Cala essa boca Alfredo! Eu vou matar o pai dela, você acha mesmo que eu vou me apaixonar pela filha do assassino do meu pai?

— Assassino do Jeremy? – Diz Chaz.
— O pai da sua garota é o assassino do Jeremy?

— Isso é idéia do Justin, não faz sentido. Ele nem lembra do rosto do cara, só está fixado nessa idéia maluca de vingança. — Alfredo diz.

Permaneço em silêncio. Eu não queria pensar que o pai da Selena havia matado o meu. Era uma ideia louca, mas não saía da minha cabeça, e talvez nada iria tirar ela de mim.

Impossible | JelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora