Impossible | Jelena

Determinação.

A garota estava sentada naquela cadeira esperando uma resposta minha. Seus olhos brilhavam cheia de esperança de conseguir um emprego. Sabia que aquilo de provar algo pro pai dela era realmente importante pra ela, eu faria o mesmo. Depois de alguns segundos pensando e encarando aquela garota, dei a resposta final:

— Tudo bem. Pode ajudar o Sammy a cuidar do bar servindo as mesas, ok? Chegue aqui às sete da noite que é quando o movimento começa. Nada de atraso, caso contrário é rua.

— Muito obrigada Senhor Justin! Eu prometo, juro de dedinhos, que nunca vou me atrasar! – Ela sorria ofegante. Aquilo significava muito pra ela.

— Você ainda não se apresentou. Como quer que eu te contrate? – Falei debochado.

— Bom, desculpe. Meu nome é Selena Gomez.

— Tá. Pode começar hoje mesmo, e não chegue atrasada Selena.

-— Sim, senhor. Eu já vou indo, tenho que me preparar.

Não respondi nada, ela simplesmente acenou dando tchau e saiu.

Era tão jovem, e tão determinada. Ela com certeza ia animar esse lugar, e principalmente os caras que vem aqui. Não podia negar que ela tem um corpo lindo, que todos iam querer provar. Mas não vou deixar fazerem nenhum mal à ela, dava pra ver que era tão ingênua, que o primeiro lugar que procurou um trabalho foi no cassino do maior traficante de Las Vegas.

Segui com os negócios o dia inteiro, o movimento de vendas foi ótimo durante o dia. Ao meio dia, saí pro almoço e deixei Sammy cuidando de tudo junto com os seguranças.

Atravessei a rua e entrei no carro. De repente, meu celular começa a tocar.

— Alô?

— Oi amor! Tá aonde? – Era a Hailay.

— Oi Hailay, tô saindo pro almoço. Oque você quer?

— Me pega aqui e a gente almoça juntos, ok?

— Não dá pra falar por telefone não? Tenho que voltar pro cassino daqui a pouco.

— Justin, por favor. De noite te faço uma surpresa bem gostosa na nossa cama. O que me diz?

— Essa é uma proposta muito boa. Só doido pra recusar, eu já chego aí baby.

— Ok! Beijos!

Dei partida na minha BMW e fui buscar a Hailay. Saímos pra almoçar em um dos restaurantes mais caros de Las Vegas, o que não significava nada pra mim.

Conversamos sobre o cassino, sobre a vida dela e sobre a nova coleção da Calvin Clein que ela seria a modelo. Passamos a tarde toda conversando, tanto que nem percebi que já era hora de voltar para o cassino, com certeza os caras estavam doidos atrás das drogas pra dar início à noite.

— Hailay, vamos eu te deixo em casa.

— Ah, mas já?! A conversa tá tão boa, nunca te vi tão carinhoso assim Justin.

— Então não abusa. Vamos logo!

Ela revirou os olhos e saímos do restaurante depois que paguei a conta. Deixei a Hailay em casa, e fui direto pro cassino.

— O Senhor Alfredo Flores está esperando pelo senhor no escritório.
— Disse Sammy assim que entrei.

— Alfredo! – Sorri abraçando meu amigo.

— Justin! Que saudade bro.

— Sim, mas o que faz aqui em Las Vegas? – Perguntei me sentando.

— Eu vim te ver, e ficar aqui um tempo. Férias de um ano.

— Uooow! Não acredito! Que bom cara.

— Você ainda tá vendendo esses bagulho?

— Ah, sim. Eram os negocio do meu pai cara, eu tenho que fazer isso por ele e pela minha família que vive no Havaí. Mas não são só vendas de drogas, tem o cassino também. Eu sou um homem rico Alfredo.

— Eu entendo Justin. Mas esse não é o melhor caminho, e você sabe.

Alfredo tinha razão. Mas eu não podia abandonar o cassino nunca, minha família dependia disso, e eu tinha um status que deveria manter até o último dia da minha vida.

— Você tem talento o suficiente pra sair daqui Justin. Eu posso te ajudar.

— Você acha mesmo que vou largar meu cargo de maior traficante de Las Vegas pra virar um cantorzinho de bar Alfredo? Nunca! Isso aqui é minha vida. Pessoas dependem de mim, ok?

— Tudo bem então...

Sammy adentrou o escritório de repente.

— Senhor, a nova garçonete Selena chegou.

— Sim Sammy, eu já vou. Obrigado. Eu tenho que ir Alfredo, vai ficar pra se divertir?

— Não, não... Eu tenho que procurar um bom apartamento.

— Pode ficar na minha casa se quiser. Tem empregados e tudo o que você precisar.

— Sério? Valeu cara!

— Disponha. Aqui as chaves, só não leve putas para o quarto, detesto ouvir gemidos à noite.

Ele gargalhou alto e pegou as chaves e saiu.

Saio do escritório, e vou receber a garçonete. Ela segurava um casaco e olhava o cassino de canto à canto.

— Bem pontual você. Gosto disso.

— Ah, boa noite senhor! –Ela sorriu o mais sincero possível. E como era lindo seu sorriso...

— Boa noite. Vai trabalhar que os clientes já estão chegando.

Ela manteve o sorriso no rosto apesar da minha frieza. E saiu indo se vestir.

Aquela garota tinha algo de diferente de todas as outras mulheres que já conheci. Ela não demonstrou interesse nenhum em mim, as outras já teriam se derretido só de me ver. Ela realmente só queria um emprego, era determinada, bonita, inteligente e simpática até demais. Algo no meu coração estava diferente. Não pode ser nada demais, acabei de conhecer a Selena. E também ela não passava de uma simples garçonete.