Impossible | Jelena

Cassino VEGAS 09

Levantei da cama às seis da manhã, fui na sacada, era um dia nublado. Era nesses dias que eu começava a me lembrar do meu pai. Mas já faz oito anos desde sua morte, eu já estava mais calmo mas nunca consegui superar. E nunca vou superar até conseguir a minha vingança.

  Depois de me arrumar, desci para tomar um bom café, iria dali direto para o cassino.

— Mary, minha mãe ligou hoje? — Mary era a governanta da casa, meu braço direito, mulher da minha confiança.

— Sim, Justin. Mas você estava dormindo, ela disse que ligaria depois.

— Invente qualquer desculpa se ela ligar novamente, eu não quero que ela me ligue enquanto estiver tratando dos meus negócios. Deixe ela fora disso.

— Como quiser. – Disse ela e serviu meu café.

  Peguei um cigarro, e entrei no carro, acelerando para chegar ao cassino.

— E aí Sammy, novidades por aqui? – Perguntei ao bar-men que limpava o balcão.

— Não senhor, tudo calmo como sempre.

— Sem clientes? – Perguntei espantado.

— Não. Há clientes esperando pelo senhor lá dentro.

— Ótimo. Obrigada Sammy.

  Embora eu tivesse a fama de durão e frio, eu sempre fui um ótimo patrão e tratei meus funcionários muito bem. Nunca houve reclamações.

— Bom dia senhores, querem uma tragada essa hora da manhã, ou vinheram me pagar o que devem? – Perguntei adentrando o escritório.

— Calma, eu vou te pagar. Eu só preciso de um pouco de maconha pra esquecer tudo. – Disse Jack, que já era cliente a muito tempo.

— E você Robert? Vai me pagar, ou serei obrigado a te matar? – Disse pegando a maconha de Jack.

— Calma aí! Não será necessário Justin. Eu vim aqui exatamente pra isso. Aqui está seus 500 dólares. – Disse ele me dando um rolinho de dinheiro.

— Ótimo! Você não vai querer nada? Porque não aproveita pra pagar a dívida do seu amigo aí também? Vocês acham que tem como tocar um negócio e uma vingança, sem que esses viciados me paguem? Eu te dou uma semana Jack, ou diga adeus à sua querida erva.

— Você tá bolado com oque cara? Vamos te ajudar, não vamos? Fica calmo Justin. – Jack respondeu.

— Não quero a ajuda de vocês. Quero que me paguem tudo oque me devem. Por favor, saiam daqui. AGORA!

Eu odeio dívidas. Por causa de uma maldita dívida, meu pai morreu. Por isso não quero que me devam nada, sou capaz de matar alguém, acabo descontando a raiva de anos atrás nas pessoas ao meu redor.

O Cassino VEGAS 09 era herança do meu pai. Depois que ele se separou da minha mãe, ele foi pro tráfico e pros jogos. Lá não era um simples cassino. Havia bar, strippers a noite toda, tráfico dia e noite, o movimento nunca acabava e isso trazia muito dinheiro pra mim, era meu orgulho tocar os negócios do meu pai. Minha mãe e meus irmãos não sabem dessa vida que eu levo, e pretendo deixá-los sem saber. Ajudo eles todo mês, não deixo faltar nada, são as pessoas que mais amo nesse mundo, faço tudo o que puder por eles.

Já era noite, o movimento começou a ficar intenso. Estava no escritório onde a música alta e os homens fritando fazendo apostas não me incomodavam. Organizava algumas coisas e uns corres, quando uma menina adentrou meu escritório.

— Quem te deixou entrar aqui garota? – Perguntei.

— Eu mesma. Mas se não quer vender sua mercadoria para uma jovem rica querendo se divertir, eu já estou saindo.

— Para de drama. O que você quer?

— Eu não quero nenhuma droga. Eu quero um emprego.

— Emprego?! – Ri alto. — Isso aqui tem cara de lugar pra estagiário garota? Vaza daqui.

— Posso limpar tudo após os clientes irem embora, posso ajudar o bar-men, ou ser stripper também.

— Não estou contratando. Muito menos uma mimadinha como você. Sai daqui vai.

— Me dá só uma chance. Quero provar pro meu pai que posso ser independente.

— Foda-se oque você quer provar pro teu pai. Se você é rica tá fazendo oque aqui?

— Eu discuti com meu pai, ele disse que eu era escorada demais. E eu não sou tão mimada assim, e posso provar.

Encarei aquela garota por um tempo. Seu rosto era muito jovem, cabelos negros, olhos do mesmo jeito, lábios brilhantes, voz doce. Ela certamente não sabia nem mesmo como limpar um balcão. Mas não tem porque não deixá-la tentar sobreviver a esse cassino.