Capítulo 2 - Em busca de novos amigos

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No dia 10 de setembro de 2010, cheguei à nova cidade. Chegamos todos cansados da viagem, acabei nem andando, deixei para conhecer um pouco da cidade no dia seguinte. Gostei da casa, era um sobrado, meu quarto era maior que o anterior, a casa ficava bem localizada em um ótimo bairro.

E assim foi, no dia 11 de setembro de 2010, era uma tarde de sábado, comecei a caminhar sozinha, passei por uma avenida e quase no final desta avenida, virei em uma rua, após ver um campo de futebol.

Eu gostava muito de futebol, porém comecei a gostar mais ainda em 2009, quando eu assistia a um jogo de futebol, me esquecia dos meus problemas, gostava principalmente dos jogos de fase mata-mata, era bem emocionante.

Naquele campo de futebol vi alguns rapazes jogando, um dos jogadores abandonou o treino, pois o outro jogador brigou com ele, nem vi como ele era, só sabia que se chamava Patrício, após ouvir gritarem, ‘’volta Patrício’’. Resolvi observar mais de perto, entrei lá dentro, por fora parecia um pequeno estádio, tinha algumas garotas vendo o jogo.

– Puxa que jogo ruim – reclamou uma garota que estava com a mão encostada no alambrado.

– Mas também você quer o que Luana? O time da nossa cidade jamais ganhou um título, e é sempre motivo de zombaria das outras cidades – respondeu a outra garota.

Aquele time jogava mal mesmo, eu até que entendia de alguns esquemas táticos, tive vontade de ajudar e ir sugerir algo. Assim que acabou o jogo fui falar com o treinador, ele gostou da ideia para a minha surpresa e aceitou que eu o ajudasse, mas disse que os jogadores precisavam votar se me aprovariam como ajudante. E assim ele reuniu os 18 jogadores que estavam no treino e contou a ideia a eles.

– Por mim eu aceito – disse um deles.

– Eu também, você pode nos ajudar – respondeu outro.

Um deles começou a rir muito.

– Treinador, você só pode estar louco, garotas não entendem de futebol. Nem pensar.

– Verdade Fabrício, essa garota só quer arrumar um pretexto para ver o Rafael. Eu não aceito.

– Que Rafael? Eu cheguei ontem nessa cidade. Nem sei de quem vocês estão falando –respondi nervosa, mas me controlando.

– Garota! Você não entende nada de futebol, vai piorar mais as coisas, vai embora daqui! – disse Fabrício o mais arrogante de todos, tinhas cabelos escuros, olhos castanhos, ombros largos e era alto.

E assim os 18 jogadores decidiram e o resultado foi surpreendente para mim, cinco foram gentis e votaram a favor, já os outros não aprovaram. Sim, eu recebi 13 massacrantes ‘’não’’ em um dia. Sai de lá muito arrasada, não tinha sido aceita pela galera do futebol. Mas deixa, amanhã é outro dia.

Assim que entrei em casa, já fui ligar o computador, queria ver se o Julian estava online, mas não estava, nem no site dos jogos. Estava sentindo muita falta de conversar com ele, já não nos falamos por duas semanas. Sei que ele tinha que trabalhar muito, com a crise por lá as coisas não estavam fáceis. Não parava de pensar nele, fiquei online na esperança de que ele aparecesse, mas nada, eu gostava muito dele, mas não estava apaixonada, era só amizade. Ele não apareceu mais uma vez, sai do computador e fui ver TV. Depois tentei dormir, mas estava triste pensando se o Julian estaria bem e no que aconteceu hoje, comecei a chorar, a depressão estava voltando.

E assim foi passando os dias, não sai muito de casa, só para caminhar um pouco. Consegui conversar um pouco com o Julian, ele disse estar muito ocupado e que estava trabalhando muito, compreendi, porém estava sentindo que estávamos nos afastando aos poucos e que em breve aquela amizade acabaria. Fiquei triste de novo, estava sem amigos para conversar.

Nada poderá nos separar (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora