II - O Ato

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    Lá estávamos os oito adolescentes, em um carro que cabiam cinco, Juan dirigia, eu e Taila dividimos o banco do passageiro, e na parte de trás estavam os ouro cinco. A emoção de fazer algo "errado" era grande, uma mistura de medo de dar ruim, com a ansiedade para a aventuara.

   Já era quase 22:00 e as únicas fontes de luz eram a Lua, o farol do carro e as lanternas do celular. E fomos fazendo a festa no caminho todo, gritando e rindo da loucura que iríamos fazer. Chegamos no local e o combinado foi que quatro pessoas entrariam jogariam os milhos para fora da cerca, onde três pegariam e colocariam no porta malas, e o Juan ficaria no carro pronto para dar partida quando acabássemos.

   Eu fui o primeiro a entrar e foi bem sinistro, pois depois da cerca tinha uma "camada" de mato e poderia ter algum animal ali, além do mais não tínhamos ideia de se ali tinha algum cachorro ou caseiro escondido. Quando nós quatro acabamos de entrar escutamos um barulho de carro na estrada, e ficamos desesperados, foi então que Rô gritou:

- Todo mundo deita no mato e apaga a lanterna do celular! vai! Vai! Juan, liga o pisca alerta, e se o cara perguntar fala que o carro quebrou mas já está vindo ajuda!  

   E assim fizemos. depois que o carro passou, começamos a pegar os milhos e jogar, fizemos isso rapidamente para pegarmos o máximo possível. Não vou mentir, foi uma das cenas mais lindas que eu já vi, parecia uma versão de "Tá Chovendo Hambúrguer" com milhos de tanto milho que jogávamos pro alto e caiam na estrada, e fazíamos tão ferozmente que as meninas até falaram para jogar mais devagar pra dar tempo de colocar no carro. E do nada ouvimos um grito:

-Aaaiiiiiiii!!!

    Era minha prima Tarsi,

-O que foi Tarsi?

-Vocês acertaram um milho nas minhas costas!

   Todos rimos aliviados, e assim continuamos alguns minutos, sempre se jogando no mato e apagando a lanterna quando aparecia um carro, estava indo tudo muito bem até que a Taila gritou:

- Gente, corre, um cachorro!

  Eu nunca vi as pessoas correndo tão desesperadamente, e nem sabia que meus parente pulavam a cerca com tanta rapidez e facilidade. Ficamos na beira da estrada do lado do carro se recuperando do susto, e nenhum cachorro apareceu.

- Cadê o cachorro Taila?

- Eu não sei, só escutei o barulho de longe.

  Todos soltamos um "aaaahhh" bem grande por termos corrido atoa, então coletamos os milhos que ainda estavam jogados na estrada, e esperamos alguns minutos para ter certeza de que não havia nenhum cachorro. Enquanto estávamos, surgiu na estrada um par de faróis, vindo em nossa direção bem devagar. Fechamos o porta malas correndo e ficamos do lado do carro, só "fazendo a egípcia" de quem não finge que nem é com ela. O carro parou do nosso lado e o homen perguntou:

- Opa, estão precisando de ajuda?

- Opa, não, estamos só esperando o outro carro chegar para levar o resto do pessoal.

- Ah sim, e vocês são daqui mesmo?

- Sim / Não - Cada um dos oito respondeu uma coisa, e o homem olhou confuso. Então Juan disse

- Alguns são, outros não...

-Entendi, vocês sabem onde fica o mercadinho?

- É só seguir em frente por uns dois quilômetros.

- Obrigado!  

E vimos o carro partir,  ficamos aliviados, olhamos uns aos outros, e fomos para o segundo round do roubo. Todos menos Juan decidiram entrar na plantação, e enquanto estávamos pulando a cerca, apareceu outro carro na estrada, e eu e Tarsi estávamos esperando os outros pularem, e começamos a gritar desesperados para irem mais rápido para passarmos, o carro foi se aproximando, e nada de eles terminarem de pular, e foi se aproximando. Eu disse:

- Tarsi, vamos ter que deitar aqui na estrada mesmo, agora!

Então deitamos correndo e passamos por baixo da cerca deitados para entrar no mato e não sermos pegos. Assim que o carro passou, tiramos mais uns trinta milhos. pegamos todos da rua, entramos no carro e demos a fuga!


Pulando a CercaWhere stories live. Discover now