Do fim ao começo

Adeus de prata, Olá de ouro

Adeus de prata, Olá de ouro

"Existem mais explosão e calor no fim de um beijo de amantes que se despendem, do que há explosões solares".

O sino da igreja bate sei que chegou a triste partida, essa triste ida marcou meu dias tudo que em anos mantivemos fora arrancados de nós como um naco de carne a mordida flamejante de um tubarão que nos dragou para as profundezas abissais do oceano.

Os dias foram correndo e tive que me contentar com minhas noites solitárias e que não havia o calor de um corpo junto ao meu, aos poucos as badaladas me levavam mais longe daquele dia. Procurei me refazer, mas quando sentia a essência das rosas silvestres entrava em ebulição, saia, tal qual um louco atrás de você, mas só via uma casa fechada que aos poucos trepadeiras a digeria. Ao vagar as ruas do centro pude ver um senhor imerso em seus pensamentos, dentro de uma praça coberta onde outros senhores jogavam xadrez calmamente, tendo uma refinada e apurada concentração, menos esse senhor estava só, não era uma solidão de abandono; não creio nisso, via ele com uma certa dignidade que só mesmo via em pessoas bem sábias e vividas.

Sentei ao seu lado, ele esboçou um sorriso, conversamos e soube que ele perdera sua alma gêmea no mesmo dia que eu; senti uma compaixão silenciosa e respeitadora ele perdera de uma forma diferente que eu a minha alma gêmea sumira em meio as águas de um oceano, para construir sua família no outro lado dessa grande esfera.

A dele foi mais além de um espírito inocente e cândido deixou-se ser levada à moradia dos anjos, para lá poder olhar ternamente para aquele senhor tão sortudo, pensei isso comigo sortudo e de um sobressalto fiquei atônito cheguei a conclusão que: Ele como eu vivera um período muito íntimo que o marcou e fez-lo muito feliz, mas a vida tem dessas, mesmo que o período do meu amor não fosse de décadas pude sentir me pleno por ter amado e junto com essa experiência ter a oportunidade abrir-me para uma nova vida.