Rebuilt- A História de um Sonho

Estou fazendo isso por nós!

Os dias pareciam demorar cada vez a se passar. As meninas estavam ansiosas com tudo, mas também, quem não ficaria?

Até certo tempo atrás _________, Lisa, Momo, e Jennie pensavam apenas em passar para a melhor faculdade do Rio de Janeiro e agora, cá estavam elas: prontas para decolarem no primeiro vôo para a Coréia do Sul. Não é de surpreender com isso, elas davam tudo de si para realizar seus sonhos. Mas como todos sabemos, nem tudo ocorre como planejamos ou esperamos. 

Momo agora já era quase uma adulta e se fosse para Coréia ela estaria na casa dos 20 e como sabemos, um dia a responsabilidade chega, bate na porta e nós somos obrigados a atendê-la. Querendo ou não um dia sempre amadurecemos e nossos pensamentos já não são mais os mesmos não importa quanto tempo passe, a experiência sempre pesa mais do que a idade e de experiência essas meninas tinham muito o que contar

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A lua iluminava meu quarto através da janela, minha cadela dormia confortavelmente em sua almofada próxima a cama (eu estava feliz por ter conseguido dinheiro para levá-la conosco para a  Coréia, não  gostaria de deixá-la aqui). Eu me revirava sobre os lençóis tentando posições diferentes para dormir e mesmo assim eu não conseguia. Observei o quarto em que eu estava: havia duas camas, em uma delas Lisa dormia feito pedra. O espelho que refletia a luz da lua estava próximo a minha cama fazendo com que certa iluminação ficasse em meu rosto. Àquilo me incomodava mais do que eu podia imaginar. Eu tinha medo de escuro mas isso não significava que eu dormia com luzes acesas, eu odeio dormir com claridade. Pode parecer contraditório mas era um fato. Eu me sentei na cama passando as mãos sobre meu cabelo e testa. Mamãe e Lucas estavam tentando ser a família perfeita e os pais perfeitos e isso resultou em "tentar um experiência" como eles haviam dito. O "tentar uma experiência" era dormir na casa de Lucas e Lisa e para nos acostumarmos. Eu não fazia questão disso, para mim não fede e nem cheira. Se mamãe estava feliz com ele e ele com ela, por mim tudo bem. Eu vou continuar em casa morando com minhas amigas e sei que Lisa e Lucas são pessoas boas. Em algum momento vai ter algum confronto em relação a maneira de viver. Vamos ter de mudar alguns hábitos mas não é nada de mais. 

Morar na Coréia é algo que, para mim, só ficaria em pensamento. Nunca tive esperança de fato de que um dia estaríamos indo para lá e seria definitivo. De que um dia iriamos tentar ter a cidadania, já que com toda a burocracia era extremamente difícil, a não ser que tenhamos conseguido bolsa de estudos e assim obter o visto de estudante ou tenhamos algum parente lá ou alguém se casasse com um descendente ou coreano, e pelo o que eu me lembro não tínhamos nenhum parente coreano e nem bolsa de estudos. O fato de de repente aparecer uma tia que mora na Coréia do sul era estranho e um pouco bizarro (mas eu tenho certeza que ela nasceu no Brasil). Era como se tudo estivesse a nosso favor e a sensação não era muito boa, eu sentia que a qualquer momento tudo isso ia acabar. Distraída em meio aos meus pensamentos levo um leve susto com o celular tocando. A música tema de Star Wars começou a tocar. Eu olhei para o relógio, já era 03:25 da manhã. Atendi o celular sem ao menos ver o nome do contato. 

— Alô?

—_________   –eu reconheci a voz chorosa de Momo– Eu... Eu sinto muito! 

— O que houve Momo? Está tudo bem? Por que está chorando?

— Eu não vou conseguir ir para Coréia. Não posso ir com vocês. Eu não posso ir _____. –a menina do outro lado da linha chorou mais.

—Momo, fica calma. –eu me levantei silenciosamente da cama e saí do quarto indo para o banheiro– Amiga, fica calma e me conta o que houve.–eu tranquei a porta do banheiro e me sentei no chão do mesmo.

—Minha mãe, ela... Ela precisa de dinheiro para pagar as contas e ela está muito endividada. Eu não posso ir e deixar ela assim _______, ela precisa de mim e eu não sou egoísta de sair do país com ela nessa situação.