Capítulo 5 - Os cristais perdidos no tempo

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Bom, enquanto isso, Daniele estava focada em seu experimento. Ela precisava obter os cristais dos quatro elementos: Fogo, Terra, Água e Ar. Esses cristais só aparecem em ocasiões muito especiais de uma determinada época, sendo impossível que dois ou mais dos cristais coexistam ao mesmo tempo. Por exemplo, quando o cristal de Terra surge em algum lugar, em determinada época, o de Fogo desaparece.

A única maneira de reunir os quatro cristais simultaneamente é viajando no tempo. E, ainda sim, apenas um cristal deve ser transportado em uma única viagem no tempo. Para reunir os quatro cristais, são necessárias quatro viagens no tempo.

Viagens no tempo podem ocorrer simultaneamente. No entanto, se ao final de uma viagem no tempo, não houver nenhuma outra ocorrendo, a máquina do tempo fica incapaz de ser utilizada por um período aproximado de três meses.

Daniele tinha conhecimento disso e planejou obter os cristais dos quatro elementos no período de um ano. Isso porque não poderia contar com a ajuda de mais ninguém. Mesmo estando sozinha, Daniele tinha muitas chances de obter sucesso. Ela era uma pesquisadora sem igual, e já havia obtido as datas e locais exatos de cada um dos cristais. Faltava agora ter paciência para conseguir realizar seu experimento.

Antes de tudo, era preciso dar um jeito de entrar na cozinha do restaurante universitário. E para isso, ela mentiu para os funcionários da cozinha, dizendo que a dispensa se encontrava trancada porque alguns reagentes químicos muito perigosos estavam guardados lá. Ela havia combinado com os funcionários que em todo o final de expediente deles ela utilizaria a máquina.

Conseguindo entrar dentro da despensa, Daniele ligou o painel da máquina do tempo e selecionou o ano de 1200 a.C. O local era Roma. 

Está enganado quem pensa que a fundação de Roma está relacionada com aquela velha história de duas crianças, Rômulo e Remo, sendo amamentados por uma loba. A verdadeira história é bem diferente. 

Tudo começou quando os deuses do Olimpo decidiram fazer uma festa. Eles queriam que essa festa fosse perfeita e para isso, eles decidiram que não convidariam a deusa Éris, que era a deusa da discórdia. No entanto, Eris não ficou nada satisfeita e decidiu se vingar por não ter sido convidada.

Ela colocou na mesa de jantar o poderoso cristal de fogo que estava acompanhada de um bilhete: "para a mais bela".

As deusas Afrodite, Hera e Atenas começaram a disputar entre si, pois queriam ficar com o presente. Na verdade, elas estavam mais interessadas em receber o título de a mais bela do que no próprio cristal de fogo. Até porque elas eram deusas e seus poderes eram bem maiores do que os que o cristal poderia oferecer.

Zeus queria resolver essa briga no Olimpo, mas ele sabia que se escolhesse de forma direta, as deusas ficariam com raiva dele. Então ele escolheu Páris para escolher no lugar dele.

As deusas começaram a fazer ofertas para Páris em troca do título. Atenas prometeu que Páris venceria todas as guerras que ele lutasse. Hera prometeu que ele construiria o império mais gloriosos de todos os tempos. Afrodite prometeu que ele poderia se casar com a mulher que ele quisesse.

Como Páris estava apaixonada por Helena, a cunhada do rei da Grécia, ele elegeu Afrodite como a mais bela. 

Como recompensa, Afrodite ofereceu o cristal do fogo e disse: "Com isso, você não só conquistará a mulher dos seus sonhos, como também conseguirá o que Atenas e Hera prometeram."

Daí, com o auxílio do cristal de fogo, em uma das viagens que Páris fez à Grécia, ele trouxe Helena para Troia junto com ele. Mas os gregos ficaram furiosos com essa atitude e declararam guerra contra Troia.

Páris não era tão bobo quanto dizem por aí. Na verdade, ele era muito calculista e, com exceção da morte de seus familiares, toda a guerra se desenrolou conforme ele havia planejado. Inclusive o Cavalo de Troia.

Páris sabia que em determinado momento da guerra ele deveria sair de cena. Caso contrário seria inevitável sua morte. E para sair da guerra sem ser percebido, nenhum guerreiro poderia estar do lado de fora da cidade. Então ele pediu para que alguns troianos se passassem como guerreiros gregos e sugerissem aos gregos a rendição e a construção do Cavalo de Troia. Essa era a única maneira de fazer com que os gregos não vigiassem o lado externo da cidade, permitindo, assim, a sua fuga.

 Essa era a única maneira de fazer com que os gregos não vigiassem o lado externo da cidade, permitindo, assim, a sua fuga

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Mas toda essa estratégia de Guerra de Páris provinha do cristal de Fogo que ele havia obtido. Esse cristal era um verdadeiro "Pomo da Discórdia". Foi graças a ele que esse mito foi criado. Foi o cristal de Fogo que guiou Páris, Helena e alguns de seus servos em uma longa caminhada até a região de Roma, onde Páris fundou a civilização romana.

Daniele teria, agora, uma missão desafiadora. Não será nada fácil conseguir o cristal de Fogo e voltar ao tempo atual.

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