Capítulo 12 - A estranha casa de Malu

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Enquanto isso Lucas ia até a casa de Malu. A garota morava em uma linda mansão de arquitetura oriental, localizada no Lago Sul. Lucas ficou encantado com com a casa da garota. Nunca tinha visto nada parecido. O local era exótico e transmitia uma aura pacífica e de tranquilidade.

Os dois entram dentro da casa. Lucas se estranha um pouco, pois não havia nada de convencional naquela casa. As paredes estavam repletas de cortinas, o chão repleto de tapetes. E na mesa, ao invés de cadeiras, havia almofadas. Tudo ao estilo oriental.

Mas o que deixou Lucas mais chocado foi ele ter encontrado uma mulher de ponta cabeça.

Lucas: O que essa mulher faz de ponta cabeça?

Malu: Shhh! Isso é a posição sirsasana. Uma das posições mais difíceis do Yoga. Exige concentração.

Malu: vem cá. Eu vou fazer um chá para você. Gosta de chá?

Lucas: Gosto sim.

Malu preparou o chá. Mas estava sem açúcar.

Lucas: "Mas que chá sem graça! Não acredito que uma garota como essa não sabe fazer um chá decente."

Malu: Aceita alguns biscoitos?

Lucas: Aceito sim.

Lucas: "Eu preciso comer uma coisa decente. Esse chá está uma água de batata."

E lucas experimentou o biscoito, mas o gosto estava horrível. Mesmo assim, para transmitir simpatia à Malu, Lucas fingiu que estava maravilhoso.

Lucas: "Ugh, que biscoito ruim. Tem gosto de cimento!"

Malu: E aí Lucas? Está bom os biscoitos?

Lucas: Sim, bem gostoso.

Lucas: "Só que não, mesmo!"

Malu: Eles são bem exóticos. São sem açúcar e sem glúten. Aqui em casa a gente não consome nada com açúcar porque ele faz muito mal ao metabolismo.

E, enquanto isso, aquela mulher que estava de ponta cabeça veio em direção aos dois. Aquela mulher se chamava Lena e era a mãe de Malu.

Lena: Boa noite, filha. trouxe colega novo para casa.

Malu: Sim. este é o Lucas. Ele sofreu um acidente e eu quera ver se você tinha alguma técnica holística para tentar ajudar ele.

Lena: Prazer, Lucas. Eu sou Lena.

Lena: Deixa eu dar uma olhada nele.

E Lena olhou os machucados de Lucas.

Lena: Olha, não há nada demais. São só alguns arranhões superficiais. Mas para aliviar a dor e relaxar os músculos, eu aconselho fazer uma sessão de acupuntura. O que vocês acham?

Lucas: Acupuntura? Aquela técnica que utiliza agulhas?

Lena: Essa mesmo.

Lucas: Ah, me desculpe, mas eu tenho pavor de agulhas.

Lena: Relaxe, Lucas, não vai doer nada. Você nem vai perceber. Pelo contrário, vai se sentir muito melhor.

Lucas: Se é assim, então tudo bem.

Lena: Então pode tirar a roupa. Já vou me preparar para a sessão.

Lucas: Como assim? Tirar a roupa?

Lena: Éh, o ideal seria que você tirasse toda a roupa. Mas se você tiver muita vergonha, pode ficar só de cueca.

Lucas tirou quase toda a rupa. Ficou apenas de cueca. E quando ele tirou os tênis, um fedor enorme contaminou a sala. Malu não aguentou e teve que tapar o nariz.

Malu: Ugh! Que isso Lucas. Seus tênis estão tão fedidos que chegam a ficar azedos.

Malu: Com licença, Lucas. Mas eu vou colocar esses tênis para lavar. Não dá para calçá-los nessa condição.

Lucas amou a sessão de acupuntura. Ele ficou todo zen. No final, Lena aproveitou para fazer uma sessão de reiki.

Lena: Lucas, eu vou terminar essa sessão de acupuntura com um pouco de reiki.

E Lena começou a fazer o símbolo reikiano chokurei.

Lena: Chokurei, chokurei, chokurei.

Lena: Vou puxar a energia negativa acumulada no seu corpo para tentar equilibrar seus sete chakras. Talvez você pode sentir alguns arrepios.

E Lucas sentiu vários gatilhos e arrepios prazerosos. Toda a sua dor havia sido eliminada e ele estava completamente relaxado.

Lena: Pronto, agora vamos jantar.

O esposo de Lena havia feito um jantar muito gostoso. Arroz com furikake e rodelas de ovo. Acompanhado com salada e sushi.

A comida aparentava estar muito gostosa. Era de dar água na boca.

Durante a refeição, os quatro haviam conversado assuntos diversos e dado bastante gargalhadas. Até que o assunto passou a ser a comida predileta.

Lena: E você, Lucas? Qual é a sua comida predileta?

Lucas: Uma picanha bem suculenta na brasa.

Malu: O quê? Como assim picanha? Você não tem coração não? Não se preocupa com o sofrimento dos animais?

Lucas se assustou de tal maneira com a reação de Malu que quase se engasgou com a comida.

Lena: Calma, filha. Não é todo mundo que tem os mesmos hábitos que a gente. Para falar a verdade, somos a minoria.

Malu: Mas mãe, ele é um assassino! Ele se alimenta da carne dos pobres animais só para o luxo de satisfazer o seu paladar.

Lena: Entenda, Malu. O vegetarianismo é um estilo de vida. Você não pode levar isso tão à sério de querer impor aos outros.

Lucas: Posso te fazer uma pergunta, Malu?

Malu: Sim, claro.

Malu já estava mais calma.

Lucas: Se você é vegetariana, por que você come a carne de peixe então?

Malu: Ah, isso é culpa da minha mãe que fica teimando em preparar essas receitas com carnes de peixe. A gente não resiste e acaba comendo. Mas eu confesso. Sou uma vegetariana de araque. Eu ainda como peixe! Mas eu pretendo ainda um dia me tornar uma vegana e não consumir nada de origem animal. Nem mesmo ovo e leite.

Lena: Sabe o que é Lucas? Essa menina é muito intensa e radical. Eu tomei uma decisão na minha vida de me tornar vegetariana a fim de ter um estilo de vida mais saudável e mais respeitoso com os animais. Mas eu não levo isso tão à risca. Agora a Malu, entrou nessa de cabeça.

Malu: Mas convenhamos, mãe. Ser vegetariano é bem melhor. Tanta coisa melhorou na nossa vida. Por exemplo, esse mal cheiro do tênis do Lucas. Isso é por causa das toxinas da carne que se acumularam no corpo dele. Tenho certeza.

Malu: Lucas, você poderia se juntar ao meu grupo de ativismo ambiental. Você vai aprender muita coisa lá. Quem sabe você não se conscientize do quanto a indústria da carne é nociva aos animais.

Lucas: Ah, é uma boa ideia. Eu topo.

Lucas passou seu contato para Malu para se integrar ao grupo.

Depois do jantar, o pai de Malu se ofereceu para levar Lucas até a casa dele. Mas acontece que a casa de Lucas era dentro da churrascaria da avó dele. E para não causar mais indignação à Malu, Lucas preferiu mentir seu endereço.

Ele teve que fingir que morava em uma casa humilde sem portão e com muro baixo. E fingir que teria que entrar pelos fundos para não acordar seus pais. Ele esperou por um tempo e depois foi para a churrascaria.

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