Epilogo

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Ficamos observando Alice entrar, Léo segurava minha mão e eu segurava a vontade de chorar.

O medo me bateu, e se ela tivesse a mesma falta de sorte no colegial que eu? Quem poderia cuidar dela? E se ela cometesse os mesmo erros que eu?

-Pat não chora, ela sabe se cuidar! - ele disse secando minhas lágrimas.

-Mas e se tiver uma Regina para atazanar a vida dela? - Perguntei inconformada, tudo bem que eu estou sendo dramática, mas é a minha filha!

Ele se virou para mim e sorriu.

-Amor, não importa se tenha mil Reginas, o que importa é que nós iremos sempre estar ao lado dela, nós vamos aconselhar, consolar e apoiar, nós estamos juntos nessa, lembra? Eu por você e você por mim? Então juntos, nós seremos pela nossa garotinha, nós vamos enfrentar essa nova fase juntos, sabe por que? - Balancei a cabeça negativamente, sentido as lágrimas. -Porque eu amo você Pat, não me imagino com mais ninguém e nossa filha é um tesouro que Deus nos deu. Você passou por essa, ela vai passar também. - Disse ele me olhando.

- Sim, eu sei. Foi só uma insegurança boba, afinal ela tem um exemplo e lições do que não fazer.

- Ela é esperta.

- Tá querendo dizer que eu era burra? - Perguntei exasperada e ele prendeu o riso. - Leonardo, acho melhor você pedir desculpas se não quiser passar a noite no sofá! - Digo cruzando os braços, me divertindo com a cara de desespero dele.

- Pat do meu coração, não faz isso não com o seu marido! Me perdoa vai! Vai! Eu te amo! Você não era burra, meu amor, eu só estava sendo implicante - Não aguentei e gargalhei da cara de desespero do Léo.

Ele me olhou e sorriu mesmo à contragosto.

-Hum, então você estava mentindo?! Você vai ver!

Ele destravou o cinto e partiu para cima de mim, me enchendo de cócegas, eu ria e gritava pedindo para ele parar, até que o som de uma buzina nos assustou. Olhamos para trás e tinha uma fila de carros buzinando para nós sairmos do caminho. Alguns até xingavam. Imagine se não estivéssemos na frente de uma escola!

Liguei e acelerei o carro saindo dali. E Léo continuava rindo da minha carranca.

- Vamos, amor, sorria! - Disse, Léo fazendo cara de cachorro pidão.

-Só se você me der muito chocolate. - Respondi.

- Pat, acabou o chocolate, se lembra que ontem você estava com TPM e pediu que eu buscar na dispensa pra você porque o estoque do quarto acabou. E falando em coisas que acabaram, não têm pipoca, refrigerante e iogurte. - Léo disse na maior tranquilidade, como se o que estava faltando fossem coisas desnecessárias, em que mundo ele vive?!

Não dá para assistir séries sem pipoca e refrigerante, simplesmente não tem condições.

-Vamos ao supermercado. - Eu falei já dando o retorno no carro e indo em direção ao mercado mais próximo.

✏️✏️✏️

-Mas se você pode levar chocolate eu também posso levar minhas geladas! - Disse Léo inconformado.

Havíamos acabado de passar no corredor de bebidas e Léo pirou pelas cervejas, mas eu disse que essa senama não tinha cerveja para ele, queria poder filmar o rosto do coitado. Só faltor se ajoelhar e chorar feito um bebê. Fez tanto drama que me deu vontade de sair correndo e largar ele lá. Nós viramos o carinho no corredor de alimentos, e Léo fez uso do seu acervo de piadas sem graça, o problema foi que dessa vez não consegui prender a risada e ri da piada sem graça dele.

O Guia de Uma Mãe, Sobre O Que Não Fazer no Ensino Médio. [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora