Capítulo 2

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LAURA

Remexo na cama resmungando algo incompreensível até para mim quando ouço o barulho estrondoso do celular no criado mudo

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Remexo na cama resmungando algo incompreensível até para mim quando ouço o barulho estrondoso do celular no criado mudo. Pego o travesseiro do lado e forço contra rosto numa tentativa inútil de sufocar o som. O celular para, mas a pausa não é nem de cinco segundos para então começar de novo a tortura.
Não dormi nada na noite passada, e o motivo não podia ser mais delicioso. Até consigo sorrir ao lembrar do exato momento. Não sou de fazer essas coisas, não sou de ir em boates, beber e sair com o primeiro que se senta ao meu lado e me paga uma bebida. Mas não vi problema, até porquê já que Daisy e Alfie me convencerem à ir, tinha que ter uma vantagem nisso tudo.

Você parece uma velha de 80 anos — Alfie diz quando me nego a sucumbir às coisas que ele faz.

Sou uma velha por ter juízo? Tenho uma empresa para comandar, não posso me dar ao luxo de sair e me embebedar e ainda correr o risco de ser vista em uma situação deprimente. Até posso ouvir o sermão do meu pai se soubesse disso. Ele sempre me manteve em rédeas curtas, desde muito pequena fui treinada a ser presidente da Angnel, a maior empresa de publicidade de Nova York, aquela que os concorrentes odeiam e copiam descaradamente. Tinha que merecer esse cargo e trabalhei duro para meu pai confiar à mim.

Os acionistas ficaram tão irritados quando meu pai anunciou que iria deixar a empresa em minhas mãos, me chamaram de imatura e na minha frente ousaram falar que uma mulher não poderia mandar neles, nunca obedeceriam. Hoje comem na minha mão, provei e contínuo provando que sou capaz.

Outro toque começa e dessa vez acabo aceitando que não terei escolha a não ser atender, jogo o travesseiro longe e peço internamente que não seja Alfie perguntando sobre a noite passada, aquela bicha purpurinada adora se meter em assuntos alheios, mas eu o amo. Claro que nunca confessaria isso em voz alta, o ego dele já é grande demais.

Megera, é como me chamam na empresa, acham que não ouço os murmúrios dos funcionários por onde passo, eles me odeiam, essa é a verdade. Mas não me importo nem um pouco, se sentiriam decepcionados se soubessem.

No começo, todos os funcionários insistiam em me comparar com o meu pai, como se eu fosse sua cópia e estivesse fardada a fazer exatamente o que ele fazia. Não entendiam que as coisas iriam mudar, que eu iria fazer do meu jeito naquele momento em diante. Então foi aí que começou, tive que impor alguma autoridade, e aos poucos fui conseguindo o ódio de cada um. Parei de tentar agradá-los e me dediquei ao dever, mando quando é necessário, brigo quando vejo algo errado e ignoro completamente quando se sentem ofendidos com a minha forma de guiar a empresa, até agora vem dando certo, estamos no caminho da perfeição, não preciso da adoração de todos, preciso que me respeitem e façam exatamente o que digo sem questionar.

Ainda deitada, levo o celular ao ouvido sem olhar quem é.

— É sábado, espero que seja muito importante para me acordar à essa hora. — ranjo os dentes, logo ouço a voz aflita de Sue do outro lado, minha secretária.

No limite da Atração - Série Mitchell | Livro 03[HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora