Sônio é um idoso de treze anos com diversas ideias malucas na cabeça, ele mora na pequena cidade de Geleiras do Sertão, local que está começando a atingir seu ápice de modernização.
Era 33 de agosto quando Sônio passeava pelo parque com Deusa, sua zebra de estimação. Seus amigos adoravam gozar seu pequeno bichinho, pois Deusa, embora seja uma zebra, não possuía manchas e sim pintas amarelas. Infelizmente Deusa se ofendeu com algumas piadas racistas e correu em prantos para a beira do rio, seu dono foi atrás e assim acabou vendo uma das coisas mais fantásticas do universo! Uma ponte smartphone! Isso mesmo! Geleiras do Sertão resolveu investir todo fundo da prefeitura em um smartphone de meio km.
Incrível não é? Agora Gertrudes Maria Elizabeth, uma linda nêne de seis meses, poderia atravessar o rio para palestrar sobre direito no zoológico municipal. Sem falar de Francisco, senhor à beira da morte que teria uma ponte muito estilosa para suicidar-se!
A ponte seria o sonho de qualquer um! Agora, mais do que nunca, as duas metades da cidade estariam interligadas! Não seria mais necessário pegar navios piratas para atravessar o rio ou montar em aviões de políticos para poder chegar na outra margem. Bem, serIA! Infelizmente o pedágio para atravessar a grande estrutura custava seis mil reais, um impressora 3d, duas costelas um fígado. Indignado com a situação, Sônio sentou em seu quarto e com a ajuda de Deusa, ambos desenharam um grande projeto, talvez o mais ambicioso já projetado nos últimos dez minutos da história da humanidade! Sônio estava criando uma ponte!
O idoso fez um pequeno empréstimo, pegaria 300 reais para começar estrutura e pagaria com dezessete prestações de 300 reais. Dito e feito, Sônio contratou três joão de barro, os maiores especialistas em construções baratas de pouco orçamento, baixo custo e que custavam pouco dinheiro.
Demorou, demorou, mas em alguns minutos a ponte já estava erguida! A estrutura era bem fraca e balançava com as brisas dos fumantes da ponte smartphone que ficara 23 metros e 3/4 ao lado da ponte de Sônio.
A nova estrutura não tinha impostos abusivos, mas mesmo assim Deusa insistiu em criar um pedágio que ajudaria em melhorias na travessia. Pouco a pouco várias pessoas estavam adotando essa ponte de barro e palito de picolés como um meio alternativo de viagem! Robôs que queriam uma nova vida ou golfinhos que foram expulsos de casa por não se identificarem como peixes, passavam pelo local, mas a maioria não queria sair de lá, pois um grupo musical chamado Imagine Dragões, pediram para realizar um show beneficente de quatro anos no local, e assim todos queriam morar na ponte!!!
O prefeito não estava gostando desta situação, aquele lugar estava crescendo e o governante não lucrava em nada! Em uma semana uma pequena favela já estava montada próxima as pilastras de madeira, em duas semanas já tinham prédios próximos a pilastra de barro, em um mês uma tribo indígena construiu um shopping sobre a ponte, em meio ano o local já estava sendo requisitado como sede olímpica.
Sônio e Deusa tinham uma cobertura sobre o shopping, Sônio arrumou uma linda namorada um ano mais velha e Deusa investia seu tempo trabalhando sem parar nos lucros do pedágio. Um pequeno aeroporto foi montado sobre a estrutura, atraindo mais turistas para o local.
O prefeito estava cada vez mais furioso, só a área de suicídios da ponte de Sônio lucrava mais do que um mísero pedágio da ponte smartphone, assim o governante autorizou um mini apocalipse no local, alguns zumbis foram contratados para aterrorizar e matar todos que lá viviam, porém após as criaturas discutirem civilizadamente com Deusa, acabaram se revoltando contra o prefeito, pois não tinham um seguro desemprego, ou um plano de saúde que incluía perder a cabeça. Elas foram realocadas para um parque temático que estava começando a ser construído na zona sul da ponte e assim poderiam começar do zero.
Após muito tempo lucrando e vivendo feliz Sônio viu na tv que ia acontecer um furacão. Um dia chegou o furacão e a ponte caiu.
FIM

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A Ponte
FantasiUma história aleatória sobre um idoso, uma zebra e uma ponte . . (Não fiz revisão e nem vou fazer)