Capitulo 13

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Draco
Tudo está um completo caos, eu sei que: Estão usando os prisioneiros como retaguarda. Depois que nosso exercito se cansar, o verdadeiro inimigo irá atacar a cidade.
"Já sei o que vou fazer"
Caminho até o escritório de meu irmão, ele não está nada bem. Estamos com grandes problemas, e preciso dele, ele é o comandante e o melhor estrategista que conheço.
Abro a porta, encontro meu irmão sentado em uma poltrona, pensativo, com o olhar brilhando, ele se vira para mim.
_ Vou ter ela de volta.
É tudo o que ele diz antes de se levantar e vir me abraçar.
Já entendi o que ele quis dizer. Fico feliz que Kaleese tenha cedido.
_ Que bom meu irmão, mas agora preciso de você. Já sei o que vamos fazer.
Nós andamos até a parede em que está o mapa de todo o deserto. Com todos os pontos marcados onde os prisioneiros já passaram.
_ Quero tropas de vigias aqui... _aponto para o canto do ponto leste onde todo o povo já foi dominado.
_ Eles estão com um plano formado. Estão fazendo o povo de refém ao nosso redor...
Meu irmão começa e eu termino:
_ Para a principal tropa tomar a cidade central.
Sei exatamente com quem devo falar. A maioria teria esquecido, mas sei que ela consegui um mapa, e uma saída, segura, sem  ninguem prrceber.
_ Dobre o treinamento de nossas tropas veteranas e dos novatos. Vou falar com Kaleese.
_ Por que?
_ Ela conseguiu o mapa e arquitetar todo o plano da fuga com uma pessoa desse castelo, um traidor.
_ Quero informação dos reinos vizinhos... Se for o que eu estou pensando, não é só um que quer tomar o poder daqui.
_ OK, eu...
Antes que eu termine escuto um grito, talvez uma mistura de grito e choro. Algo desesperador.
_ NÃÃÃÃOO!
Mamãe.
Eu e Marcos saímos correndo para os aposentos de nosso pai.
Assim que chegamos nos deparamos com o esperado, mas não aceito.
Papai pálido na cama, e nossa mãe com o corpo tremendo, chorando descontrolada ao lado da cama.
Corro até meu pai desesperado, tento acorda ló. Marcos corre para amparar nossa mãe.
Não é possível que isso esteja acontecendo agora. Não pode. Por anos ouvi meu pai falando "no dia em que eu me for...". Quando tinha 10 anos, pensava que meu pai era imortal, ouvia sobre suas batalhas ganhas, e desejava o mesmo. Quando tinha 16 anos, saia com meu pai a caçada, e pensava que ele era o melhor em tudo, que um dia, eu poderia me olhar no espelho e dizer com orgulho e merecimento "sou filho dele". Hoje vejo que ele não é imortal, que nunca serei que nem ele e que nunca poderei merecer dizer "sou filho dele" sem ele ao meu lado.

    Caminho automaticamente, para a única pessoa que me entenderia naquele momento.
"...meu pai sempre foi um herói pra mim, quando estava com raiva, triste, sozinha, ele estava . Sempre foi minha base, sempre me ensinou que com a força conseguimos superar nossos sentimentos ruins.."
Me lembro das palavras de Kaleese na noite em que passamos juntos pela primeira vez. Eu não a conheço como deveria, sei que me esconde quem é de verdade, isso de alguma forma me machuca, sinto algo por ela que nunca senti por ninguém, isso é algo que nao nego. Mas acho que nunca vou descobrir sem conhece lá de verdade, sinto algo ruim em pensar nisso.
     Abro a porta do cômodo, e ela está lá, olhando para alem das grandes janelas que mostram o horizonte de minhas terras.
Assim que percebe minha presença ela se vira, me analisa. E não aguento...

Kaleese
    Minha mente está confusa, tudo o que queria era saber que minha irmã está bem. Depois de tudo o que passamos... Tenho certeza que não merecemos tal destino.
"Separadas"
É tudo o que penso.
As coisas só pioram, depois que o rei morreu essa manhã, estou até agora tentando consolar Draco. Ele não merece. Apesar do pouco tempo, percebi o amor que ele tem pelo pai, ele não merecia que as coisas acontecessem de tal forma. Pelo que sei, esse é só o começo de muitos problemas que ele terá de enfrentar.
Ele simplesmente de jogou nos meus braços. Confesso que quase cai, que homem grande e pesado!
  Quando perdi meus pais, não me importei com mais nada, sabia o que tinha que fazer, mas não fiz, eu fui covarde e fugi com minha irmã. Ela era tão nova naquela época... Depois que passamos a viver perambulando por esse deserto, aprendemos que não tínhamos nada, só uma a outra, por isso não brigamos mais.
    Antes, não suportava ficar perto dela, sempre briga vamos, ia cada uma para um lado, perdemos tantos anos...
Continuo fazendo cafuné em Draco, ele não chora, nem se mexe, só fica aqui, deitado no meu colo olhando para o teto do grande quarto.
_ Ele... Sempre quis mostrar lhe que ele fez o melhor comigo...
Ele começa a falar, em pausas, tentando montar frases.
_ E ele fez, e sabe disso. Ele morreu sabendo que tem um filho maravilhoso, que você vai fazer muito mais que ele já fez. Draco, olhe pra você, ele te preparou para ser o melhor e conseguiu.
Lembro que passei horas batendo na coluna de sustentação da cabana que eu e minha irmã invadimos, depois de nossa fuga.
_ Penso que era muito cedo, que ainda precisava dele.
  Chego mais perto dele, por que mesmo com a dor... Ela ainda é teimoso!
_ Vem... _Surruro em seu ouvido_ Vem comigo.
  Me levanto e puxando ele junto.
Sei que o que vou fazer pode acarretar em vários problemas sérios: o primeiro por que Draco não me conhecê, nem sabe de venho. Não sei por quanto tempo vou conseguir esconder a verdade depois disso...
    Depois de tanto andar por esse palácio, desocupada mente, descobrir o sub solo onde tem uma sala de treinamento.
Assim que abro as grandes portas da sala em questão:
_ Por que me trouxe aqui?
Draco perguntou curioso, mas sem animação nenhuma. Eu entendo essa parte, depois que perdemos alguem que amamos, passamos por fases:
        Negação, aceitação e saudades
Draco já esta na aceitação, onde tudo o que quer, é voltar no tempo, e sei o que pode ajuda ló...

_ Vamos... Me bate.
Falo por fim, quando já estamos no centro de treinamento dos guerreiros do palácio.
_ Do que você está falando? Ficou maluca? Eu não vou...
Não deixo ele terminar, e dou um soco no rosto dele. E tenho certeza que doeu mais dele do que em mim, tanto que ele virou o rosto, por ser pego de surpresa.
Quando ele olha pra mim de novo pergunta, visivelmente írado.
"Acho que alguem aqui nao gosta de apanhar.."
_Por que fez isso?  Onde aprendeu isso?
_ Primeira regra: nunca subestime seu oponente.
Tento dar outro soco nele, mas o mesmo. Segura meu pulso no ar.
_ Para! Por que esta fazendo isso?
Giro meu braço me soltando e acertando um peteleco na cabeça de Draco.
_ É melhor se defender logo Grandão!
Começo a golpeá ló, e depois de um tempo, o mesmo parece cair na realidade.
Tento dar vários golpes diferentes no mesmo, mas só acerto alguns. Ele é mais forte, mas eu sou mais ágil. Em nenhum momento ele tentou revidar, talvez por medo de me machucar. Não quero me gabar, mas sou muito boa em resistência, foi o que mais meu pai me ensinou, já que sou bem menor que a maioria dos homens, sendo quase todos guerreiros.
Depois de um tempo, Draco pareceu transbordar toda a sua raiva e tristeza na luta.
"Finalmente!"
Ele me acertou poucas vezes, já que como disse, sou bem ágil. Vou ser sincera, não sei quanto tempo passei ali, só sei que uma hora, e ele acabou me levando ao chão. Talvez pelo cansaço! Eh! Eu preciso mesmo voltar a treinar. Durante minhas caminhadas com Kênia nesses dezertos, tivemos que lutar muito pra nos manter seguras sem uma casa permanente. Mas mesmo assim, não era o tipo de treinamento adequado, foi mais para ganhar experiência mesmo.
Depois de um tempo deitados, recuperando o folego, Draco quebrou o silêncio:
_ Onde aprendeu a lutar assim?
A voz dele, mesmo regulada, deixou transparecer uma certa irritação.
Eu entendo ele, tem horas, que eu realmente desejo conhecer ele, e ter mais intimidade, já que só temos isso na cama.
_ Sou mesmo obrigada a falar isso agora? Não quero trazer mais problemas, já não basta os que estamos tendo?!
Digo mostrando meu cansaço, meu desgosto em ter que entrar em assuntos delicados. E... Na hora errada.

_ Entenda: não vou te deixar sair até saber a verdade, sei que tem algo muito errado, e você simplesmente se afasta..._ Ele solta um longo  suspiro antes de continuar _ Sabe o quanto é frustante isso?
_ Olha, a última coisa que quero nesse momento, é ter que  voltar e me afundar em águas que não voltam mais! Acha que é fácil guardar tudo isso, e ainda suportar o fato que minha única família esta longe de mim?!
Agora ele ficou bravo! Se levantou e me puxou junto.
_ Por que acha que estou te perguntando?! Por curiosidade? Só para te conhecer melhor? Estou perguntando por que sei isso te machuca, da pra ver sabia?! Em tudo o que faz, no seu olhar! Acorda no meio da noite com falta de ar, tendo pesadelos,  passa muito tempo quieta, e só fala quando é realmente necessário...  Vou tomar um banho, e te aconselho o mesmo, por que está noite, teremos uma conversa séria. Eu, você e Marcos.
Ele simplesmente sai sem esperar uma resposta.
"Estou com grandes problemas"

Amor Escravo_ REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora