capítulo 14

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_ Queremos a verdade, desde o início.

    Sinto um seco descer pela minha garganta. Meu sexto sentido diz que daqui para frente, as coisas só vão piorar.

_ Desculpe, mas eu não posso...

_ Olha, nós já sabemos que temos um traidor no palácio, e que foi ele quem ajudou vocês.

"Merda", penso comigo.

Olho para Marcos, que parece estar bem convicto que vou falar TUDO, assim como Draco.
  Então e isso? OK! Não sou obrigada a falar desde o início, menos mal. Só que, ainda tenho certeza que eles não vão gostar nem um pouco de saber que esse traidor é a própria mãe.

_ Quem é?_ Draco me pergunta sem nenhum animo_ E por que?

_ Aquele homem... Aquele que veio avisar que viram o fugitivo, ele estava mentindo. Quando você me disse que ele estava desisperado, eu liguei os pontos, por que eu vi, ele passando pelo corredor assobiando, antes de ir para a sala de jantar. Então, no dia seguinte, foi para a região em que você disse que ele comandava, e possivelmente morava... E fui na casa dele. Ele não estava, mas a filha sim, ela disse que ele vendeu ela...

_ Por isso ela havia sumido!
Marcos me interrompeu.

_ ... Ela me contou tudo, eu prometi ajuda lá. Quando ele chegou, eu ainda estava lá, então fui direito ao ponto. E ele me falou que o traidor, ameaçou ele, se ele não ajudasse a engana lós, talvez para fazer aquele bandido que vocês tanto procuravam, fugir, não sei.

_ Esse traidor te ajudou, quem é?

_ Sua mãe.

Durante um tempo muito desconfortável, eles continuaram calados, sem expressão.  Podia jurar que talvez, eu tenha sido um tanto grossa na hora de falar, a final, é a mãe deles. Não vou dizer que gosto dela, mas não tambem não odeio, a mulher errou, e deve ter um motivo bom pra isso, eu espero.

_ Está de brincadeira... _ Marcos se pronúnciou, visivelmente frustrado. Eu sinceramente, não sei o que dizer para mudar isso _ Minha mãe? Você só pode ter de enganado, É MINHA MÃE!! Ela não faria isso com a gente... não com o povo dela.

   O silêncio de Draco já esta me assustando. Sei que ele é mais controlado com os sentimentos dele, isso tornou ele forte. Mas para uma pessoa como eu, que geralmente pensa e age na hora, isso é assustador!
   

Hadessa
Droga!! Droga!!
Aquelas malditas!! Desde o  primeiro momento eu devia ter adivinhado, eu devia ter  me preparado mais. Agora estou afundando por culpar delas! Minha família está ruim, meu marido esta morto e minha casa está em guerra, eu não duvido está tudo relacionado a elas.
Agora Kaleesse esta lá, me colocando contra meus filhos!
Sinto uma lagrima solitário descer pelo meu olho, mas rapidamente a limpo.

"Não vou deixar essa mulherzinha, acabar com tudo o que eu tenho..."

  Suspiro e começo a fazer curvas pelo corredor, direto para a sala do trono.  Assim que chego a porta, vejo minha criada fazendo curva no final do corredor, caminhando em minha direção.

_ Me faça um favor, prepare minhas malas, irei fazer uma viagem para o Mordu.
Digo isso antes de oncontrar meus filhos, parados, olhando para o nada, de frente para Kaleesse.

_ Então é oficial, ela já virou a cabeça de vocês contra mim.

Falo anunciando minha chegada na sala do trono. Assim que escutam minha voz, tanto Marcos quanto Draco se viram para me encarar.

_ Eu não coloquei ninguém contra você, só disse o que sabia da minha parte.

   Escuto o grito de Draco assim que o silencio se instala no salão:
_ Então é verdade?? Foi você!?

Ergo minha cabeça para encarar meu filho, que esta visivelmente revoltado.

_ Foi, eu os traí. Não podia ficar longe de vocês, nem do seu pai... Sabe o que  aconteceria se ele soubesse que mulher dele mentiu todos esses anos??! EU TINHA UMA VIDA! não podia deixar nenhum bandidinho de meia tigela me entregar, muito menos essa perdida que você insiste em manter aqui dentro!

Desabafo apontando para a imprestável que me desgraçou.
Depois de controlar e absorver tudo o que eu disse, Draco se pronuncia com a voz gélida, que eu só usa com assassinos e  ladrões. Isso doeu fundo, por que percebi que meu filho esta me odiando nesse momento, meu menino, meu bebê.

_ Eu quero a verdade, desde o início.

_ A verdade vai doer muito mais do que você imagina... Mas, uma hora ou outra você iria descobrir mesmo.
"Eu era uma prostituta. É! Desde meus 14 anos,  quando minha mãe morreu com um câncer terminal, e meu pai me estuprou. Eu fugi, e comecei a viver assim, Me vendendo. Depois, mais velha, com 22 anos, eu nem me importava mais, e quer saber? Eu até gostava, por algumas hora, eu era amada, e no final ainda ganhava dinheiro.  Encontrei um homem maravilhoso, que me prometeu o mundo, e ele conseguiu, eu o amava. Nunca pensei em amar, a final, estava disposta a fazer tudo para conseguir a vida  que sempre mereci_ e que toda mulher provavelmente merece. Um ano depois descobri estar gravida, e eu já tinha me juntado com ele, pranejavamos um casamento, e estávamos voltando para a terra natal dele. O povo de Kall. Encontramos uma caravana, que ia para lá tambem, levando um dos reis mais poderosos existentes. Uma coisa me incomodava, o rei, ele me queria e não escondia isso, fez o impossivel para meu marido me largar, tentou me comprar, e ele não aceitou. Então, o rei o matou. Ele matou meu amor! E me obrigou  a vir com ele. Nós casamos, eu eu tive meu filho, meu menino Draco...
Claro que eu ainda odiava ele. E claro que eu ainda amava o sei pai, Draco. Mas com o tempo, eu fui me acostumando a suportar a dor, ele também sempre me deu tudo, mesmo eu não querendo receber.  Quando tive o  Marcos, ficou mais fácil, suportar, a final, a partir daquele momento eu senti que tinha uma ligação com seu pai, e isso nos uniu mais. Mas nunca foi o mesmo que sempre senti com o único homem que amei.  
  A época que me prostitui, fiz coisas muito erradas, que não me arrependo, e faria de novo, eu queria o poder, queria ter a vida que nunca tive. Então fiz o possível.  Entre as pessoas com quem me envolvi, o rato estava no meio. Ele me chantageou, e  eu precisava tira ló da cidade..."

_ Acho que o restou vocês já sabem... Foi tufo pelo meu bem! A vida não ne perdoou, e eu precisava me erguer. Foi isso que fiz.

   Falo por fim, ingolindo meu orgulho. Esta  doendo mais do que eu imaginei, eles são meus filhos, não podem fazer nada contra mim. Não podem dar ouvidos a mais ninguém, tudo o que fiz foi para meu bem.

_ Guardas... _ escuto Draco falar com voz grossa, demonstrando severo desgosto _
Prendam-na no seu quarto, até segunda ordem.
Eles começaram a me puxar.

Eu fiquei perplexa, olhando para eles, meu filho o Marcos continua me olhando sem dizer uma palavras, com os olhos arregalados. Quanto a Draco simplesmente virou as costas.

" Meus meninos..."

"Um dia, eles vão saber, e nesse dia, você vai se arrepender!"_  Me lembro ditidamente das palavras da vidente e corandeira do povo de Kall.
  Ela estava errada, eu não me arrependo, só sinto ódio daquelas perdidas, que estragaram minha vida!

1229 palavras

Amor Escravo_ REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora