Conhecendo

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    - Venha Patrick - Clara fala puxando Patrick pela.
    - Pra onde Clara - Ele secava as lágrimas que insistiam em rolar pelo seu rosto.
     - Fomos vítimas das armadilhas das nossas famílias Patrick, fomos machucados demais, e todo o tempo que perdemos não volta mais. - Clara suspirou - mais tem uma pessoinha lá em casa que não merece sentir um terço da dor que eu senti, aquele menino que te abraçou e te olhou com tanto afeto, sonhou a vida inteira, desde que ele começou a ter noção das coisas, com o dia que ele abraçaria o pai. Na cabeceira da cama dele, tem uma foto sua Patrick, e tinha noites que eu entrava no quarto e ele tava pedindo a Deus para que ele pudesse te conhecer e te dar um abraço. Eu nunca falei mal de você pra ele, e graças a Deus que eu nunca fiz isso. Eu sabia que você nunca rejeitaria um filho, eu sabia no fundo que algo estava errado, e não importa se agora é quase meia-noite, eu te peço venha comigo pra minha casa, venha dar o primeiro beijo de boa noite no seu filho.
      As palavras de Clara fizeram Patrick desabar em lágrimas, ela o puxou pela mão e no carro dele foram para sua casa. Chegando lá entraram e encontraram Tomás ainda acordado inquieto na sala, Clara pediu que Patrick aguardasse atrás da porta.
    - Filho - chamou Clara.
    - Mãe , era o meu pai na festa ? Você não imagina mãe quantas noites eu pedi pra Deus deixar eu conhecer meu pai, Deus me atendeu mãezinha. - ele abraçou a Clara - amanhã podemos procurar ele, eu quero conversar com ele, quero ser amigo do meu pai.
   Patrick escutava tudo escondido, tentando conter as lágrimas.
      - não podemos filho - falou sério Clara
     - por que não mãe? - o sorriso no rosto de Tomás se apagou.
     - não podemos procurar seu pai amanhã, porque - suspirou - entra Patrick. Seu pai tá aqui filho, ele veio te ver.
  Patrick cruzou a porta, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, Tomás se atirou nos seus braços.
     - Pai, papai, paizinho - o menino chorava - o senhor não imagina quantas vezes eu sonhei que tava te abraçando e te chamando assim.
      - Oh meu filho você não imagina quantas vezes eu desejei ter alguém pra me chamar assim.
   As lágrimas invadiram todo o ambiente, Clara chorava, mais de alegria por ver o filho tão feliz. Pela primeira vez, em muito tempo, ela se sentia feliz.

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