Resolvendo as coisas

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  Clara olhou até a escada e viu Patrick em pé no topo.
    - Eu não queria bagunçar a sua vida Clara - ele falou descendo as escadas, sua boca estava machucada pelo soco e o olho um pouco inchado.
     - Você não a bagunçou Patrick, ela sempre foi bagunçada - Clara riu - E Tomás?
     - Dormiu, ele estava agitado. Não era pra menos, não queria fazer ele passar por essas coisas.
     - Tadinho, mais Tomás tá acostumado com isso sabe, lá na Espanha tinha um cara, ele se chamava Renato, ele era melhor amigo do Celso, e no dia que eu anunciei que estava namorando com o Celso houve uma briga enorme que meu Deus, o Tomás presenciou tudo sabe, e o Renato ainda nos ameaçou, graças a Deus sumiu se nossas vidas... Venha vamos cuidar desses machucados.
  Eles foram até a cozinha onde estava a caixinha de primeiro socorros, ela começou a cuidar dele.
      - Como você consegue ein Clara satirizar a sua própria vida.
      -  Temos que rir para não chorar né Patrick - ela estava limpando a boca dele, quando ele se aproximou dela, suas bocas estavam tão perto.
       - Você continua tão linda Clara.
   Estavam cada vez mais próximos.
       - Cof, cof - ela tossiu - pronto, machucados limpos meu caro. Quer um chá, um café?
        - Café, a maneira Clara Tavares ? - ele levantou uma das sobrancelhas.
        - com toda a certeza. - sorriu.
    Ela preparou o café e ficaram conversando, acertando as contas, procurando fios soltos que ligasse as pessoas certas que armaram tudo para separa-los.
     - Já são 4:30 Clara, acho melhor eu ir, você precisa descansar, essa noite não foi favorável para você.
      - As horas passaram rápido - ela olhou no relógio de pulso.
      - As horas sempre passam rápido ao seu lado Clara.
    Ela engoliu seco e sorriu.
       - Você volta amanhã? - ela se deu conta do seu tom de voz - digo, você vem amanhã para ver o Tomás, ele precisa conhecer ainda mais o pai.
        - Bom no caso eu volto hoje mesmo não - ele bateu no relógio em seu pulso - eu venho sim Clara. E eu vou tirar toda essa situação a limpo.
     Ele se despediu com um beijo no rosto, ela sentiu seu coração parar por alguns instantes, ele entrou no carro, e ela o seguiu com o olhar até ele sumir do alcance dos seus olhos. Ela se deitou no sofá com a mão no rosto, era tudo tão de repente, que ele sentia que tinha voltado no tempo em que eram apenas dois jovens numa universidade em que ele era o jovem nerd que apresentava o curso e ela a adolescente mimada que não queria nada com a vida.
  Fabiana e Adriana estavam na sala esperando Patrick chegar.
     - Até que enfim meu amor - Adriana falou bruscamente.
    - Fabiana vamos para o escritório - Patrick estava visivelmente irritado
    - o que aconteceu primo?
    - não se faça de cínica.... Você já dez anos atrás forjou cartas para me separar da Clara.
     - Patrick, não acredito que você vai brigar com a sua prima por essa mulher que já tá no passado - Adriana retrucou.
     - Passado? Era como a Fabiana queria que ela estivesse, mais olha só como o destino é né, a mulher que você quis tanto afastar de mim, é a mesma que tomou o seu lugar na agência Paraíso.
     - Maldita infeliz - bradou Fabiana.
     - lave a sua boca antes de dirigir qualquer ofensa a ela, a única maldita e infeliz é você, tão mal amada que não suportou que uma jovem, de classe baixa tivesse o amor que você nunca teve. Fez de tudo para nos separar. Quase conseguiu, quase, sabe por quê? Porque você não contava que dentro dela tinha um filho meu.
    - Filho? - Fabiana e Adriana falaram juntas formando um coro.
    - Sim, um filho, ele se chama Tomás e vai completar dez anos agora, e mais uma coisa que você não contava Fabiana. A Clara é minha esposa de papel passado.
    - Esposa? como assim Patrick - Adriana estava tentando assimilar as informações.
     - Dentro do meu coração eu sempre soube que a Fabiana daria um jeito de me separar da mulher da minha vida, então antes de partir para Nova York eu me casei as escondidas com a Clara, bom e não importa se ficamos separados por todo esse tempo, no papel ela continua sendo a minha esposa.
    - Você é um infeliz Patrick - gritou Fabiana subindo as escadas, ela não tinha argumentos para tentar se defender.
     - Patrick se ela é sua esposa como fica a nossa situação, somos noivos - indagou Adriana.
     - Éramos noivos. Desculpa Adriana, mais você sempre soube do meu amor pela Clara, e sempre te preparei para o momento de quando eu a revesse, você sabia que nós não seríamos mesmos depois do regresso dela. Então respondendo a sua pergunta de como fica a nossa situação... Simplesmente não fica.
      - você acha que está sendo justo comigo? Depois de tudo que vivemos.
       - eu não seria justo com o meu filho se eu lhe apresentasse uma " madrasta" logo após ele ter rejeitado um padrasto por mim. Me desculpa.
      - não tem desculpa. O que você está fazendo é desumano, você me usou para suprir a falta dessa Clara. Eu vou embora dessa casa porque não sou obrigada a aguentar mais humilhações, mais você ainda vai ouvir falar de mim.
     Adriana se retirou, deixando no ar um peso enorme, uma nuvem de maldade estava cobrindo o escritório, ela não estava brincando.

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