VERMELHO - Parte II

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Em meados de dezembro nós alugamos uma chácara em Mairiporã, uma cidade a aproximadamente quarenta quilômetros de São Paulo. Fomos comemorar o final do semestre, estava a turma toda.

A festa começou animada e divertida, tocando música sertaneja, um pagodinho, muito churrasco para comer e mais ainda cerveja, a galera conversando e brincando, era total momento de descontração. Lógico que no meio da festa começou a "pegação" e com ela vieram os conflitos.

Nós éramos muito amigos, com exceção de algumas pessoas que não se davam bem, no meu caso eu era brigado com um rapaz chamado Lucas.

Lucas era o metido da turma, filho de pais ricos e o bonitão, mas também era um grosso, se achava o cara mais lindo e legal da face da terra e muitos da turma puxavam o saco dele.

Ele ficava com a Irene, uma das mais belas garotas da classe, eles terminaram o namorico fazia poucas semanas, apesar dele gostar muito dela tinha a trocado por uma moça do quarto ano, só que o mesmo havia se arrependido e queria outra chance.

Irene por sua vez não queria nem saber dele, ela estava magoada, pois o Lucas a traiu com outras mulheres da faculdade, o relacionamento não terminou bem e os dois não se falavam.

Todos os caras presentes estavam dando em cima dela, o Lucas para provocar começou a ficar com a garota de quem ela não gostava, a Irene ficou muito sentida, foi nítido.

Eu sinceramente não estava nenhum pouco interessado com picuinhas, queria ficar na minha, beijar meus "boys", tomar a minha cerveja e curtir o som.

Entretanto a tarde foi chegando ao fim, dava para ver o céu escurecendo até ficar todo preto com o brilho único e exclusivamente das estrelas.

O ambiente já estava muito sinistro, trocaram o sertanejo pelo rock pesado, os engraçadinhos da turma começaram a acender velas vermelhas e brincar como se estivem no meio de uma devoção maligna, as meninas ficaram irritadas.

Por outro lado, o pessoal começou a esquentar o clima, todos, especificamente todos já estavam bêbados e alterados.

Muitos casais foram para os carros, os quartos e banheiros da chácara encontravam-se ocupados fazia certo tempo. Assim que começou a tocar Black Sabbath eu, irritado, puxei um amigo e fomos ao carro dele para ficarmos mais a vontade. De repente apareceu a Irene e me pediu preservativos, eu sem prestar muita atenção na situação entreguei. Momentos depois chega o Lucas completamente descontrolado, abre a porta do carro, me arranca a força e me dá um soco na cara.

Eu não estava entendendo nada, na hora não consegui ter reação, ele começou a me xingar enquanto os outros caras da turma o seguraram, se não ele tinha me arrebentado todo.

Meu companheiro desceu do carro e começou a gritar histérico com o Lucas, que começou a retrucar fervorosamente, estava completamente escuro, uma gritaria, o som no último volume tocava War Pigs, eu escutava também carros latindo, não sabia de onde vinha.

Eu respirei fundo e fui até ele, pedi para que parasse de gritar, ele cuspiu em mim, os outros rapazes o seguravam, até o instante que ele se acalmou.

- O que eu fiz para você? – respondi um pouco nervoso.

- A Irene foi transar com o Matheus por culpa sua. – ele retrucou, mal dava para um ouvir o outro, por isso gritávamos.

- Eu? A culpa é sua que sai com toda garota, ela só me pediu uma camisinha e eu dei a ela, se você quer saber, hoje durante a tarde conversei com ela e pedi para que ela reconsiderasse e desse outra chance pra ti. – afirmei com tranquilidade, mas ainda falando alto, os cães continuavam latindo muito e a música pesada do Black Sabbath estava nas alturas.

As Sete Cores do Arco-írisOnde histórias criam vida. Descubra agora