Capítulo 6

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  Já se passaram 2 semanas depois que saí com Charles. Depois daquilo saimos mais uma vez, nos vemos na CIA. Nada muito além. Eu pensava que ele era aquele cara iria pedir logo pra namorar, mas me enganei. E se eu disser que estou feliz com isso, estaria mentindo, mas não estou triste, talvez ele nem queira nada comigo mesmo.

   — Ahhhh, vamos dormir Hellen...— falei comigo mesma.

   Até dormir, mas quando deu cinco da manhã alguém me liga e eu penso: " nossaaaaa... essa pessoa não tem o que fazer mesmo, agrrr!", e atendo mesmo sem ver quem é:

   — Olá! — falou com uma voz preguiçosa.

   — Hellen, — Essa era a voz de Scott, só que de um jeito muito diferente. Parecia que ele chorava — precisamos conversar!

   — Você está bem? Sabe que horas são?

   — Estarei melhor depois de conversar com você. Deve ser cinco horas.

   — Você não me dá uma folga, não é mesmo!? — falei me levantando.

   — Venha, apenas venha! — e desligou.

    Olhei para o celular e pensei: " Devia nem ir, pela sua falta de educação..." . E comecei a me arrumar, e logo saí do meu apartamento, indo pra garagem. Ao começar a andar, vejo que ainda está um pouco escuro, e amaldiçoou Scott pela ousadia. Grrrrrrr. Estou com ódio e sono.

    Logo chego na casa do Scott, abusino. " Se eu não vou dormir, vizinho nenhum dorme." — Pensei.
Logo ele abre a porta da garagem, que mais parecia uma cerca. Olho pra ele, e vejo que ele realmente estava chorando. " Scott me chamou pra consolá-lo?" — me perguntei.

   — Acho bom o assunto ser importante, pois senão for eu...

   — É muito importante, vamos entrar! — Ele nem pediu, mandou, e entrou.

   — Bom mesmo...— sussurrei o acompanhando.

   Logo ele se sentou na cadeira, e pediu pra me sentar no sofá.

   — Sabe Hellen... Tinha uma menina, ela se chamava Vallentiny. Um grande e bem conceituado agente da CIA, como pai; uma bela mulher como mãe. — Ele falou, e aquilo já estava me dando sono. — No dia em que eles iam no cartório registrá-la como filha, aconteceu algo...— ele pausou— algo. Na verdade uma perseguição.

   — Um belo enredo pra livro, digno de uma bela adaptação pra novela mexicana. Não acha!? — ri.

   — Nessa perseguição... — ele me ignorou. — esse casal pediu pra uma certa pessoa, cuidar da pequena Vallentiny. Por sorte, essa pessoa se salvou com a pequenina. Uma pena o casal não ter a mesma sorte. — Ele chorava, e só agora eu resolvo dar atenção a história, pois nunca tinha visto Scott chorar assim.

   — Por que está me contando isso? Quer que eu cuide da garota por você? Já vou dizendo que não tenho prática com crianças, mas posso... — ele me interrompe.

   — Não, eu tentei Hellen. Eu te juro. — ele chora mais — Depois de conseguir sair da floresta com muita luta, essa pessoa sem pensar e muito angustiada, levou essa garotinha a um orfanato chamado " Os Smithsons"... — Agora ele chorava mais ainda.

   Eu não sabia o que fazia, pois o orfanato que ele se refere foi o que eu fui criada. Mas não pode ser, deve ser uma criancinha, sei lá...

   — Isso vai fazer 21 anos, Vallentiny! — Ele olhou pro meu rosto, como se esperasse uma reação minha.

Maldito PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora