Capítulo 8

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   — Não Scott, deixe-me explicar as coisas... — Tentava explicar-me a Scott, mas ele já estava furioso.

   — Mais uma vez... você subiu no carro porque quis, ou ele te levou contragosto? — Ele já havia feito a pergunta, e se eu não respondesse diretamente, ele iria me tratar igual um criminoso qualquer que é pego pela CIA, mais frio do que já está.

   — Sim, mas me deixe explicar como as coisas aconteceram!? — Iria explicar o que aconteceu — não detalhadamente — mas aquele agente idiota e invejoso se intrometeu na hora que iria falar, aliás, ele ainda está vendo toda a ceninha de "Scott e sua zanga" .

   Scott balançou a cabeça com sinal de não — Porra garota, você acha o quê? Você poderia controlar a merda dos seus impulsos, não!? Olha aqui Hellen... esse cara não é mau, o mal é dele. Um dos mais procurados da CIA, um dos maiores traficantes por ordem hereditária. — ele olhou pra mim friamente — Agrrrrrr. — e tacou um vaso de flores na parede.

   — Scott, calma... — Blante tentou falar, mas Scott interrompe.

   — Agora você quer que ele se acalme, não é!? Seu idiota! — os dois me ignoraram.

   — Calma!? Calma!? Aliás, que porra você está fazendo aqui? Dá um fora! Já fez sua fofoca, agora pode sair daqui. — Ele olhou pra Blante analisando. — Ou tem mais alguma coisa?

   — É... É que a Hellen deixou uma bagunça pra nós arrumarmos... — ele começou gaguejando, mas logo voltou aquele tom de acusação a mim. — ...quando Hellen estava no hotel, atirou no Cobra, isso deixou as pessoas curiosas, por sorte, a imprensa não soube do acontecido. O Cobra, pagou o hotel e saiu com seus capangas. O hotel informou que ofereceu atendimento médico, mas ele recusou, e inclusive, passou identidade falsa ao hotel. — Blante olhou como se estivesse em um jogo, onde ele estava ganhando. Scott, me observava com raiva e frieza.

   — Mais alguma coisa que você tenha feito Hellen? — balancei a cabeça — Sai daqui, Blante. — Blante continuou no mesmo lugar. — SAI DAQUI, AGORA! — ele se apressou e saiu.

   — Eu posso explicar?

   — O quê? Você foi com o Cobra porque quis, foi pra este hotel com ele, fez bagunça no hotel, chega um dia depois de desaparecer só porque eu lhe disse coisas suas, a sua verdade, o seu antepassado!? Ahh, isso eu já sei. Espere, está faltando alguma coisa? — Eu comecei a chorar. — E não adianta chorar.

   — Eu estava desestabilizada, eu precisava de um abraço, e esse abraço, você seria a última pessoa naquele momento a dar. Eu não tenho culpa dele ter me levado a um hotel. E eu precisava fugir, foi o único modo que eu encontrei pra fugir. Pior seria se eu não estivesse aqui, com certeza ele quer me matar nesse momento...

   — Como? Ele sempre quis te matar, ele só está esperando a hora conveniente para que todo mundo se afete com isso. Só te peço, não tente chegar perto dele, pois ele não vai hesitar em te matar.

   — Quem seria todo mundo que se preocupa comigo?

   — Eu, a CIA... — parou pra pensar. — Charles, que inclusive, está uma pilha, preocupado com você. A CIA nem se fala. — falou mais relaxado.— Menina, o que você tem na cabeça?

   — Eu tenho algumas informações...— falei mais pra mim, do quê pra ele.

   — É? Quais?

   — Os capangas, que agora são seguranças, chamam ele de Goran. E ele está muito bem evoluído. — falei, e só agora percebi que isso não é tão importante.

   — Hmm... é. São informações, mas não são importantes. Isso era previsto, ele evoluir e tudo mais. — falou se sentando.

   — Agora vamos conversar sobre minha família. Dessa vez, não sairei correndo como uma louca. — falei sorrindo.

   — Depois que você tomar um banho. — falou apontando pra mim.

   — Ei, não estou fedendo! — falei fingindo raiva.

   — Não está, mas essa roupa é de que dia, mês passado? — brincou.

   — Já está fazendo piadinhas, aposto que aquela raiva era encenação.

   — Deixe-me encenar em paz. — falou emburrado. —Aliás, você deixou a merda do seu carro na frente da minha garagem. — falou brincando.

   — Cale a boca, você já foi reparar no seu?  Das antigas igual o dono! Hahaha — falei gargalhando e ele revirou os olhos.

   — É queridinha. Brinque, pois quando passar daquela porta, com certeza receberá um aviso do diretor na sala dele. — falou e fiquei séria. — Hahahahahaha, quem ri por último...?

   — Ri melhor! — fiz voz de criancinha. — Vamos! Quanto mais rápido sairmos daqui, menos terei que ver olhares questionadores.

   — Então vai lá. Vou ver o que você fez tanto e passarei aqui para irmos ao seu apartamento, e depois iremos na minha casa pra conversarmos e você tirar aquela sua lata velha da frente da minha casa. — falou se levantando.

   — Você viu a cara do Blante? Hahaha

   — Uhhh. Coitado. — falou rindo.

   — Coitado nada, aquilo é um invejoso....

   — Tchau! Me espera, ok? — Saiu e deu uma piscadela antes.

   — Aggr. Agora vou ter que me ver com aquele velho chato...— Falei comigo mesma e levantei e fui ruma a sala do chefe.

***

  Após uma conversa longa com o diretor Tround — que parecia escolher palavras certas pra conversar comigo —, observei que ele sabe sobre meu pai, mas não sabe que eu sei sobre meu pai. Ele falou que eu tenho que dá valor ao meu cargo na CIA, porque nem todo mundo é agente. "Será se ele sabe que o Scott me obrigou a ser agente da CIA?" — me questionei.

   Agora, depois de ter passado pelo corredor, andado de elevador, e está na recepção do prédio,  com olhares curiosos dos agente que me viam — como se procurassem pedaços faltando em mim — , e eu revirando os olhos. " Scott poderia voltar logo" — penso.

   — Senhorita!? — Um dos seguranças fala comigo.

   — Oi!

   — O agente Scott está lhe esperando no estacionamento.

   — Ahhh, já era hora. Ele me deixou plantada aqui de propósito. Obrigada!

   — Por nada!

_*_

Horas antes...

   Vejo Hellen se afastar de mim, fico sem entender até observar que ela esconde algo na cocha, sinto um vazio na minha cintura. A maldita havia pegado minha arma, mas não vai ficar assim. Tento me aproximar, mas ela atira em minha perna sem hesitar.

   Depois de ameaçar a recepcionista, sai do hotel e logo sobe em uma motocicleta.

   A recepcionista tenta ligar pra um hospital, ou dá primeiros socorros, mas eu recuso. Digo para meus homens se ajeitarem antes da polícia vir.

  Pago o hotel, a recepcionista tenta me barrar — até tenta chamar seguranças — , mas eu tenho meus seguranças, e logo saio. Ao entrar no carro começo a pensar.

   " Mais uma vez falhei."

   " Ele fará alguma coisa antes de mim, e será pior pra ela."

   " Ela deu um tiro em mim, e eu ainda me preocupo com essa..."

   — Aiiii, faz isso direito! — Falo com o segurança que também é médico, que está tentando tirar a bala.

   — Eu estou, não tem como não doer.

   — Tá.

   " E se ele resolver me matar também?"

   " Não, não, não. "

   "Eu tenho que fazer algo prestável, pra não virar um imprestável."

   " Maldita seja, na próxima vez que eu encontrá-la, não vai ter quem interfira. Não terá hora marcada. Eu irei matá-la. Já cansei de joguinhos. Chegou a hora dela."
  

  

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2018 ⏰

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