Olhava para as coisas espalhada no chão, havia livros de física, química, e muitos mais muitos livros de fantasia.
Entre eles também haviam muitas, muitas estatuetas de madeira, dos mais variáveis tipos de animais.
Queria abraça-la por ter guardado todas aquelas coisas.
Durante anos tentava descobrir como eles eram, ou do que gostavam se eram parecidos comigo, e agora simplesmente tinha dezenas de livros e estatuas que haviam tocado as mãos deles.
Com cuidado segurava uma pequena estatueta de cervo, passando meu dedo podendo sentir os contornos da madeira. Lágrimas encherem meus olhos envolvia a estatueta em meus braços sendo inundada pela felicidade que tinha de finalmente saber mais sobre quem meus pais eram. Sobre quem eu era.
Ela se ajoelhou ao meu lado me abraçando.
--Chloe....—falava com os olhos cheios de lágrimas—Obrigada – Dizia a abraçando
Ficamos abraçadas enquanto eu olhava para o pequeno cervo de madeira, podia sentir a respiração de Chloe em meus cabelos, levantava meu rosto agora percebendo como nossos rostos estavam perto.
Aqueles olhos azuis pareciam brilhar com tanta intensidade agora, fui me aproximando mais, sentindo que mesmo que se eu quisesse já não conseguiria desviar meu olhar do seu, era como se estivesse presa e já não pudesse mais me libertar.
Antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa Chloe selou nossos lábios com um beijo, sentia meu coração acelerar, enquanto borboletas inundavam meu estômago, abraçava-a puxando para junto de mim, Chloe pedia passagem com a língua e eu cedi, senti seus dedos se entrelaçarem em meus cabelos me puxando cada vez mais perto de si.
Eu precisava respirar, mas não queria parar, não queria que aquele momento acabasse.
Senti sua mão segurar em meu cabelo e de uma hora para outra fui arrancada daquele beijo, e atirada ao chão sem entender o que estava acontecendo.
--Chloe o que ...—
--Sai daqui agora Max – Ela dizia ofegante apertando os punhos de raiva
- Mas Chloe, o que foi que...—
--SAAAAAAIIIIIIIIIIIII—
Eu me assustei quando ela gritou, não podia ouvir nada além do ódio em sua voz. Descia o mais rápido que pude pela trilha já não mais conseguindo pensar direito no que havia acontecido.
Tudo o que me vinha na mente era.
-- o que eu fiz de errado? O que eu havia feito para ela me odiar— pensava comigo mesma
Enquanto corria sentia meu coração apertar, ela me odiava, eu tinha certeza, podia ver em seu rosto.
Lágrimas se formavam em meus olhos, sentia como se meu mundo tivesse desmoronado. Não sabia o que havia feito, mas ela estava com raiva e agora me odiava.
Cada paço parecia uma tortura, era como se milhares de vespas estivessem ferroando meu coração, sentia a dor de segurar meu choro percorrer minha garganta, queria gritar, queria voltar queria dizer saber o porquê de ela ter começado a me odiar.
Quando finalmente cheguei à estrada pude sentir que uma leve chuva começando a cair, já não precisava mais segurar minhas lágrimas.
Era a primeira vez que não gostava que estivesse chovendo. Coloquei meu capuz e me pus a andar novamente para Blackwell.
Durante todo o caminho me perguntava o que estava havendo comigo. Já tinha perdido amizades antes, mas nenhuma havia me deixado assim, nenhuma me feito desejar voltar e me desculpar mesmo sem saber o que havia acontecido.
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Presa em meio a Escuridão
FantasíaEu buscava respostas. Guerras, mortes e destruição. Seria tudo um truque? Eles me usaram, me manipularam como a uma arma. Eu acreditei neles. Eu acreditei nela... Realmente achei que ela me amasse.