Novas Escrituras

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Os dias ficaram sombrios.

As chamas da minha alma estavam apagando aos poucos dentro de mim.

Eu sentia uma tristeza enorme e uma enorme vontade de me alimentar de algo.

Eu estava péssimo, meu rosto parecia ter envelhecido vários anos.

Passou uma semana e comecei uma nova rotina. E aquele era o dia em que comecei a fazer um curso preparatório pros vestibulares de tudo quanto é lugar.

Mas não é isso que importa atualmente.

Meu corpo... estava estranho, eu me sentia vazio, meu rosto... eu poderia ver diferenças, porém disfarçava com maquiagem a aparência repugnante que me formava.

Procurei um médico em um posto de saúde perto de casa, ele me disse que eu deveria fazer uma série de exames pois eu poderia estar com hepatite ou anemia, eu não entendia muito sobre quaisquer doenças, mas queria poder saber o que realmente eu estava sentindo.

Meu pai sempre que podia me ligava, e me dizia pra rezar, sempre, qualquer que fosse a condição ou o momento, precisamos de algo em nossa vida, e esse algo era Deus e toda a nossa fé, era o que ele dizia.

Eu sabia exatamente como agir quanto a isso, ou fingia.

Precisava mais vezes saber qual seria o rumo certo a seguir, e então ia à igreja quase todos os domingos. Mesmo assim, não achava o suficiente o que fazia.

Por que eu ainda acho que tudo pode dar certo?

A cada dia que passa, eu me sinto cada vez mais morto por dentro, e a cada hora que passa eu sinto que cada célula de cada região do meu corpo estavam apodrecendo. E isso não era diferente dos sentimentos. Não era diferente da minha alma.

Eu gritava por ajuda, mas era inútil. Eu apenas gritava dentro de mim. Quem poderia ouvir? Deus?

Eram vários pensamentos, e ao mesmo tempo nenhum. Eu não conseguia me prender em nenhum deles. Eu só sabia que havia algo de ruim comigo.

No entanto, não posso reclamar de nada.

Fiz um amigo no curso, o Kaleb. Ele é o típico bobão nerd, além de muito lindo, até poderia me apaixonar, mas não posso, na minha mente só vem essa suposta doença que eu adquiri, e também, o Herick...

Por que, Herick? Já não bastava o quanto me cortei com minhas desilusões, você ainda insistia ficar aqui?

A quem eu quero enganar, você construiu uma bela casa em mim, mas estou despedaçando, Herick, meu garotinho... Eu sinto que não serei o mesmo, e você faz bem em me desprezar.

- Oooi Miguel! - Kaleb interrompeu meu momento poético,  confesso que estava ficando bastante triste, mas ele me assustou.

- Por que será que eu desconfio que você adora me assustar? - falei de uma forma que eu parecia estar irritado, mas ao mesmo tempo fui irônico.

- Você tava tipo, viajando sabe...

- Sim eu sei, eu tava pensando.

- Hm! Em que você tava pensando? Em como você me ama? 

- Ah claro... teu sonho! - eu adorava irritar ele, mas eu odiava essas brincadeiras dele, porque eu sabia que ele não se interessaria em mim, isso era quase impossível.

A gente estava em um fastfood, ele me convidou pra ir comer com ele depois do curso, eu não recusaria contanto que ele pagasse pra mim... e ele pagou. 

Eu estava com tanta fome, que comeria um leão.

- Uau o que houve, suas mãos estão roxas, parece que socou algo - Kaleb falou bem chocado e olhando minha mão

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