Angel

2.

Não sabia onde me derigir pois a farmácia estava lotada de pessoas apressadas.

Caminhei até a um balcão a custo, mas nada. Não havia ninguém que me pudesse dar informações e já nem sabia onde o Harry estava...não há ninguém aqui, não quero chegar atrasada:

-Outch!!-virei-me bruscamente para ver quem tinha empurrado, mas antes que pudesse olhar nos olhos do rapaz...PAMM!!

Desviei a minha cara para os pés deles e vários fracos de medicamentos encontravam-se partidos no chão. Só me faltava mais esta, logo no primeiro dia.:

-E-Eu peço imensa desculpa, eu não queria...

-Não te preocupes com isso, está tudo bem.-disse dando uma leve risadinha, não consegui olhar para a sua cara e a minha já estava quente. Mas de alguma maneira a sua voz doce e estranhamente confortável acalmou-me.

Ele agachou-se e eu pode ver o seu cabelo que estava emarenhado perfeitamemte, parecido com o Harry. Para piorar a situação ele olhou para cima e apanhou-me a admirá-lo. As suas faces demonstraram um tom cor-de-rosa, também aquele lindo rapaz estava envergonhado com a situação constrangedora que eu criei, mas mesmo assim sorriu para mim. As suas bochechas

e as suas covinhas eram incrivelmente fofas...mas os seus olhos eram de outro mundo, e eu não me conseguia descolar.

Acordei da minha transe e fiquei aflita porque já estava atrasada:

-Hmm...tu não sabes onde está a patroa pois não? É que depois de arrumar isto tudo, eu preciso de ir ter com ela!

-És a nova estagiária não és?

-Sim, sou...-sorri pela primeira vez desde que cá cheguei.

-Ela ainda não chegou teve um imprevisto e não vem da parte da manhã. Podes ir para casa, que eu arrumo...como te chamas?-perguntou amigavelmente.

-Caroline Styles e tu?-arrisco.

-George Shelley...-sorriu.

Desprendi-me da sua bela e perfeita pessoa e derigi-me à porta de saída acenando-lhe levemente.

Vento forte atingiu-me a cara ou ligava já para o meu irmão ou apanharia uma grande constipação. Mas onde raio é que ele se meteu? Ele disse que ficaria aqui até começar a estagiar. Depois de 10 toques ele atende:

-Caroline?-a sua voz desmonstrava confusão.

-Onde estás Harry?

-Ah..ah,ah...no supermercado!-ele está a mentir.

-Sim, claro!-digo ironicamente mas rapidamente mudo de assunto senão irei morrer congelada.-Vem me buscar se faz favor, estou dispensada da parte da manhã.

-Ok.-responde simplesmente e desliga.

Mas que raio? Ele nem reclamou.

"Tim, tim, tim..."

Atendo o telemóvel apressadamente com as mãos a tremer:

-Sim?-ouço soluços do outro lado da linha.

-Podes dar um recado ao Harry?-é a Marieh a namorada dele que é também a minha melhor amiga, a única mulher com que desabafo.:

-Que se passa?-ela respira fundo e continua.

-Diz-lhe que eu nunca pensei que ele me pudesse fazer uma coisa dessas. Desculpa Carol. Até um dia, ex-amiga.

Ela desligou antes que pudesse raciocinar sequer as suas palavras. O idiota do Harry fez uma merda e das grandes, a Marieh e eu já não somos nada e agora? Eles amavam-se tanto, tal como eu queria amar alguém, um dia. Um Range Rover buzina. Harry.

Corro para lá para dentro:

-Desculpa ter demo...-interrompe-o demasiado friamente.

-O que fizeste à Marieh?-ele engasga-se com a saliva:

-O quê?-quase guincha.

-QUE MERDA FIZES-TE. FALA, HARRY!-descontrolo-me.

-Podemos falar quando chegarmos a casa, é porque estàs muito nervosa para o meu gosto.

Estou passada, abri a porta com o carro em andamento mas rapidamente fechei apercebendo-me da loucura:

-FODASSE, NÃO VOLTES A FAZER ISSO.

-Já que cometeste o maior erro da tua vida em acabares com a pessoa que tanto precisas, ao menos sê homem e admite o que fizeste, merda!

-Eu trai a Marieh.-susurrou.

-Com quem?-pergunto chocada.

-A Jessi, a minha ex...-ele falava e parecia distante, frio e arrogante. A rapariga da farmácia...ai meu caralho.

-TU ÉS NOJENTO!-berrei.

-Não abras mais a puta dessa boca.-o tom assustador do Harry impediu-me de falar.

Eu não conhecia este seu lado. Ele não é o meu mano. Eu tenho medo dele.

O silêncio foi sempre cortante até chegar a casa, eu decidi falar:

-V-Vais falar com ela-a?-ignorou-me.

Ele estava a beber um líquido amarelado whisky, nunca o vi beber.

De seguida passou por mim como se não estivesse ali e saiu porta fora. Decidi ignorar a sua atitude após alguns minutos a olhar para a parede branca da entrada.

Tinha de estar a 110%  mais tarde quando ele chegar e estiver sóbrio tenho de resolver isto. A única coisa de boa que hoje me aconteceu foi o George.