Depois dos testes de saúde você faz a formatura oficial que confirma a sua entrada ao exército, e aí vem o mês mais difícil da minha vida, o internato, são 4 semanas dormindo e acordando no quartel, você só vai embora na sexta feira, mas nem aproveita o final de semana porque você chega tão cansado que só pensa em dormir.
É uma das coisas mais difíceis que tem no quartel, um mês sem ver a família, sem ter a mãe ali do lado, mas é a semana que você começa a virar um homem de verdade.
Nesse mês de internato nós passamos por várias instruções, incluindo uma que todo soldado fica muito ansioso para ter, que é a instrução de tiro. Quando eu fui atirar eu estava com 40 graus de febre, e eu estava me tremendo todo, eu fui péssimo nos tiros, errei a maioria e mesmo com o protetor de ouvido eu fiquei três dias surdo.
Nesse tempo de internato eles dão tempo pra tudo, e oque eu mais odiava era quando eles davam tempo pra gente colocar a farda, em uma dessas vezes o Tenente Luiz estava no alojamento, é onde fica nossas camas e nossos armários, eu estava com dificuldade de colocar o fardamento de tão nervoso que eu estava, e o Tenente Luiz estava perguntando quem queria ajuda e na minha cabeça eu achava que ele realmente queria ajudar, pois eu me enganei muito, foi aí que eu me surpreendi com o Tenente Luiz, ele veio até mim, pegou o meu fardamento inteiro e jogou ele pro outro lado do alojamento, o nosso alojamento era divido no meio por armários, o pessoal já estava todo em forma, só faltava eu e eu não estava achando a fivela do meu cinto então eu pedi ajuda pra um soldado e diferente do Tenente Luiz ele me ajudou e eu consigo terminar de me fardar então eu fui entrar em forma mas quando cheguei lá o pessoal estava na posição de flexão, e se já não bastasse isso, todos nós tivemos que tirar e colocar o fardamento várias vezes, todos os dias e se tivesse uma pessoa se quer que não conseguisse colocar a farda no tempo determinado todos teriam que tirar a farda e colocar outra vez e isso aconteceu várias vezes.
O soldado que me ajudou a achar a fivela da minha calça se chamava Antônio e ele não me ajudou só naquele momento, ele me ajudou várias vezes durante o ano, me dando conselhos, ele foi um dos poucos militares que eu gostei de ter conhecido, eu ainda vou falar muito dele aqui.
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ALVORADA
AcciónMe chamo Bruno zuchinali, tenho 20 anos e em 2017, eu servi o exército por 11 meses, um ano que eu jamais vou esquecer, tudo foi culpa minha? Não demorou muito pra eu perder a cabeça depois da primeira morte. Em um lugar onde nada é realmente oque p...