5-Meu herói!

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          Depois de terem sido engolidos pelo buraco, Lucas e Aline aparecem desacordados sobre a grama de uma colina, o sol estava em seu auge no céu, mesmo assim, sua luz é fraca e o calor expelido por ele é quase inexistente. Então, após alguns minutos desmaiados naquele lugar, acordam ao mesmo tempo, com uma forte tontura, Lucas olha para os lados e vê Aline com a mão na cabeça reclamando:

-Poxa vida, parece que eu tô de ressaca!

-Por acaso você bebe?-Pergunta Lucas com uma risada de deboche.

-Não... Mas ouvi falar que é a mesma sensação...-Responde Aline olhando para o lado.

-Sei...-Fala Lucas fingindo acreditar.

          Aline se levanta na mesma hora, cambaleia, mas volta a ficar estável no chão, olha para Lucas e fala:

-Vamos deixar de conversa mole para sabermos ao menos onde estamos!

          Surpreendido pela tomada de iniciativa, ainda sentado, Lucas a olha admirado com cara de paisagem.

-Você não vem não ou prefere ficar aí chupando o dedo?-Pergunta Aline apressada.

-É que você não parece ser tão patricinha assim.-Responde Lucas enquanto levanta-se do chão.

-Como!? Nunca fui uma.-Fala Aline olhando para o lado.

          Já de pé Lucas dá uma risada e fala:

-Você acha que o mundo gira ao redor de seu umbigo, suas relações são baseadas em aparências e você parece ser do tipo que se algum imprevisto acontecer não saberia como reagir e acabaria se desesperando, como se o mundo fosse sumir e tudo precisa sair como você quer...

-Eu pareço assim...?-Pergunta Aline não se identificando com o que Lucas havia dito.

-Você não parece, você é assim, mas o motivo é fácil de saber.-Responde Lucas enquanto segue em frente descendo a colina.

-E qual é?-Pergunta Aline curiosa sobre do que Lucas falava.

          No entanto, ele para de andar e se cala repentinamente, então Aline pergunta assustada:

-O que está acontecendo Lucas?

          Levantando seu braço, em um gesto de silêncio, Lucas olha para o céu como se estivesse vendo algo e uma brisa suave vem de encontro aos dois que ao sentirem-na, começam a tossir de modo que passasse a impressão que tivessem algo entalado em sua garganta, não paravam de tossir, com dificuldades para respirar, Aline cai no chão se contorcendo, tentando de todas as formas inspirar o oxigênio, mas apenas quando não sente mais aquela brisa que consegue respirar novamente.

-O que foi isso!?-Pergunta Aline ofegante ainda tentando controlar sua respiração.

          Ela volta sua visão para Lucas que tinha permanecido de pé e ao vê-lo, repara que seus olhos estão arregalados demonstrando espanto, ele fala:

-Ei... Não sei se você percebeu, mas o ar daqui tem pequenas partículas de poeira... Porém, elas são estranhas, tem uma cor avermelhada, parece sangue... Nunca havia visto isso em nenhum livro de biologia, química ou qualquer outra matéria...

-Deve ser ferrugem ou algum livro vermelho queimado, né?-Fala Aline tentando diminuir a situação.

-Aline... Pelo pouco que andamos, você reparou que este ambiente é frio, mesmo o sol estando em seu máximo.-Fala Lucas sem mudar sua expressão.

-Por que é inverno?-Pergunta Aline.

-Não! Olhe para o ambiente ao nosso redor, estávamos em seu quarto e agora estamos em um campo aberto, nenhum sinal de civilização ou a presença de animais, não acha engraçado não escutar o canto de pássaros sendo que estamos em pleno meio dia? Além do mais, as árvores, a grama... A sua coloração está bem esverdeada, como se fosse a primavera, isso já contesta a ideia de estarmos no inverno, pois tudo não deveria aparentar estar mais "morto"?-Responde Lucas seriamente.

O outro ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora