Capítulo 1- Últimos dias de paz

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  Acabo de chegar na Betty's bread, coloco meu uniforme e avental e fico espero algum cliente chegar. Talvez eu tenha chegado cedo demais, não vejo uma alma penada aqui.

   Betty está nos fundos da loja resolvendo problemas como encomendas e estufas novas... essas coisas de cafeteria. Ela é a dona dessa loja e nem sempre é uma chefe muito legal, sempre acha um jeito de me punir se eu chego atrasada ou falto um dia. Uma vez ela me fez lavar o chão inteiro da cafeteria só porque eu eu faltei um dia de trabalho, mas eu não tive escolha, meu pai estava internado no hospital e eu tinha que ficar lá com ele. Somos só eu ele e minha irmã caçula. Até hoje não consigo olhar coisas quadriculadas sem sentir raiva do maldito chão da cafeteria. Tirando isso, ela até que é uma boa chefe, nos respeita e  nos paga bem, além de nos tratar como escravos.

    Enquanto limpo as mesas e passo pano no chão, o resto dos funcionários chegam para colocar essa droga para funcionar. Ficam umas duas pessoas na cozinha, uma na caixa registradora e eu sou a garçonete, juntamente com minha colega Flora. Bem, aqui é bem lotado quase todos do Texas já vieram aqui pelo menos uma vez, então o trabalho é bem puxado, o estabelecimento fica com mais movimento pela parte da manhã e da noite, a tarde é tranquilo e quando Betty está de bom humor as vezes me deixa sair para treinar.

    Vou até a mesa de uma senhora, que aparentemente parece meio antipática, tento ser o mais compreensiva possível com esse tipo de gente, eles sempre acham que tem razão e ficam nos humilhando quando fazemos algo de errado. Pego a xícara e começo a colocar o café bem devagar, a senhora está lendo um jornal, eu tiro os olhos do jornal dela e direciono a TV que interrompeu a programação anterior para fazer um anúncio importante. Uma mulher loira com um microfone começa a falar meio sem jeito.

"Alerta, uma onda de crimes violentos vem atingindo a cidade de Nova York, pessoas estão matando seus próprios familiares e desconhecidos na rua.
As forças armadas americanas já estão tomando suas devidas providências e estão já direcionados nas ruas para qualquer movimentação estranha. Algumas pessoas desconfiam de que uma nova droga está deixando as pessoas alucinadas, com problemas de fala e até canibalismo.
   A população está desesperada quase não saem de casa para não serem atacadas.
   Ainda não se sabe o real motivo de toda essa onda de crimes, mas o governo suspeita de que seja uma droga ou algo relacionado.
  Esta onda de violência já chegou em outros estados como Ohio, Nevada e Texas.
   Escolas fecharam essa semana para que não aja nenhum incidente com as crianças.
Meu nome é Ângela Mendes e eu falo de Nova York, é com você Nancy".

- Ei, Ei garota você está derramando todo o café em mim!!!. - Ela grita e me olha com raiva.

- Meu Deus, me desculpe senhora eu sinto muito eu estava vidrada na TV. Sinto muito. - Coloco a cafeteira de lado e tento limpá-la o mais rápido possível.

- Preste mais atenção da próxima vez!. Incompetente.

- Desculpe. - Acabei derramando o café inteiro na senhora que estava lendo o jornal, mas é que essa notícia é muito estranha eu nunca vi ou ouvi nada parecido antes, como pode as pessoas do nada começarem a atacar umas as outras? Isso é muito estranho.

   Eu poderia ter ter ter retrucado quando ela me chamou de "incompetente", mas Betty preza tanto pelo velho ditado que "o cliente tem sempre a razão" que eu não pude falar nada a não ser que quisesse perder o emprego.

     Finalmente a "mala" daquela senhora foi embora, essa mulher é chata demais, ficou um bom tempo aqui e reclamava de tudo, Anne levou suas panquecas e ela disse que não as queria porque estavam queimadas, depois ela reclamou do café, disse que estava amargo, tive que ter muita paciência para não falar nada de errado pra ela. Eu não posso perder esse emprego preciso muito desse dinheiro, meu pai estava internado e eu tenho que pagar o tratamento dele, fora que eu tenho que pagar todas as contas da casa, comprar comida e tudo mais, meu pai está incapacitado para trabalhar ou fazer algum esforço. É assim desde 2011, do hospital para casa, de casa para o hospital, até aí eu não precisava me preocupar com essas coisas Até que a pior coisa da minha vida aconteceu, minha mãe morreu em 2012 por conta de um derrame cerebral. Nossa vida parou completamente, com meu pai doente minha mãe era a "cabeça" da família, nós dependiamos dela para tudo, então se eu não tivesse feito nada a respeito, estaríamos passando fome, ou morando em um abrigo, provavelmente minha irmã iria para algum orfanato da cidade. Então eu não posso cometer nenhum vacilo.

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