Capítulo 15- Obrigado por ser um anjo

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Acho que entramos em uma época de chuva, há dias não vejo o sol brilhar apenas vejo pequenos raios de luz atravessando as grandes nuvens carregadas, eu detesto quando isso acontece, se for para chover que chova, mas quando o céu fica em dúvida se vai chover ou fazer isso me tira do sério. Felizmente hoje está chovendo, o céu está escuro e não se vê sequer um raio de sol, os dias ficaram assim após minha quase morte ainda não consegui acreditar que fui capaz de fazer isso.

Estou tão despreocupada com a vida que há alguns dias atrás quase me esqueci como se carrega uma arma, mas esse tipo de coisa não podemos esquecer porque agora no mundo em que vivemos, isso é essencial.

Começo a andar sozinha pela mansão Willians, a casa está no mais perfeito silêncio e não há nada para fazer, estou no completo tédio. Entro no nosso quarto e abro os armários, começo a procurar alguma roupa confortável e quente porque pelo visto já está esfriando. Já estava farta de usar calça, botas e jaqueta, agora que estamos morando aqui em um lugar seguro, posso usar roupas que eu quiser na hora que eu quiser. Acho uma calça de moletom e um par de botas que mais parecem pantufas.

As vezes paro e penso se essa história de morar aqui todos juntos e felizes vai durar por muito tempo, uma hora isso vai acabar, a comida da cidade pode acabar, um de nós pode morrer por um motivo bobo e tudo que sempre sonhamos irá por água abaixo.

Vou para a sala e encontro todos muito quietos e fazendo alguma coisa que tente destraí-los. Ruby lê um livro sem figuras e de um tamanho grande, tento espiar para ver o título mas está um pouco apagado. Robie faz algumas anotações em uma pequena agenda com uma fita preta para fora. E Tifanny também lê um grande livro sobre o sistema solar e eu apenas fico andando pela casa entediada e sem ninguém para conversar, por que eles ainda estão tentando se convencer de que estão animados?.

- Já me cansei desse silêncio. - Digo em um tom baixo mas que todos possam ouvir. - Ei... estou aqui.

- Percebemos. - Diz Tifanny de sem tirar os olhos do livro.

- Eu vou buscar alguma coisa para bebermos. - Diz Robie.

- Tudo bem. - Digo simples.

Robie sai da sala e eu me sento ao lado de Ruby, ela me parece muito entretida com seu livro.

- Sei que está entediada e parece um pouco brava por isso. - Diz Ruby.

- Sim, para piorar essa chuva estragou meu dia. - Digo.

- O que?! O dia está perfeito e sem querer te ofender, mas você está sendo muito mais muito idiota agindo dessa forma. - Ruby diz seco.

- Por que?!. - Pergunto.

- Porque estar entediada deve ser bem melhor do ficar por aí correndo e arriscando a própria vida. Eu não sei o que se passa na sua mente Cassie, mas parece que você gosta de toda essa adrenalina.

- Eu sei lá... passamos tanto tempo correndo de zumbis que eu até me acostumei com a idéia. Mas você tem razão, ficar em casa em um dia de chuva deve ser bem melhor do que correr de zumbis. - Dobro as pernas. - Então temos que fazer alguma coisa para aproveitar esse dia de chuva.

- Sugere que andemos na chuva?. - Comenta Tifanny ironicamente.

- Claro que não, mas talvez podemos contar histórias da nossas vidas, jogar jogos de tabuleiro ou sei lá...

- Voltei!. - Diz Robie segurando uma bandeija com canecas brancas.

- O que é isso? - Diz Tifanny curiosa e arqueando a sobrancelha.

- Chocolate quente. - Diz Robie.

- Onde conseguiu leite fresco?. - Ruby pergunta olhando o tempo todo para dentro da caneca.

Correr ou Morrer : Apocalipse Onde histórias criam vida. Descubra agora