Melhores Amigos

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STEVE

Eu odiava me atrasar. Sempre acordava às cinco e meia para poder me arrumar com calma, tomar meu café da manhã, e chegar nas indústrias Stark às oito, mesmo se eu tivesse algum imprevisto.

Infelizmente Tony não tem esse mesmo bom senso, e essa é a parte ruim de se precisar de carona para poder ir trabalhar.

Já se passara das oito há muito tempo, e agora eu já estou duvidando que fossemos chegar antes das nove.

Claro que para ele isso não era um problema. Tony achava que o fato de sermos filhos do fundador nos faz poder chegar quando quisermos.

Eu não sou exatamente filho. Meus pais morreram quando eu tinha treze anos, e Tony era meu melhor amigo, então seus pais meio que me adotaram.

Já era quase nove quando Tony começou a buzinar insistentemente na frente do meu prédio, ignorando o fato de setenta por cento dos inquilinos dali serem idosos já aposentados.

Saí do prédio rapidamente e entrei no carro.

— Já pode tirar a mão da buzina, Tony. — Falei para ele quando entrei, pois ele ainda buzinava por alguma razão que eu desconhecia.

— Espera. — Ele falou e continuou buzinando em um ritmo irritante.

— Por que está fazendo isso?

— Porque aquela velha chata que mora no apartamento do lado do seu disse que sou um otário infantil e mimado.

—O que? Por que ela te disse isso?

— Porque eu estava buzinando para você. Agora estou buzinando para ela.

Coloco meu rosto em minhas mãos, dando um suspiro longo. Aquilo era a cara do Tony.

— Eu vou acabar sendo expulso por culpa sua.— Falei em um tom derrotado.

— Ótimo. Assim você volta a morar comigo.— Ele falou dando um sorriso.

— Já conversamos sobre isso.

—É. Já conversamos. — Ele diz, e percebo que seu sorriso agora é forçado.

Tony para finalmente de buzinar e dá partida no carro, cantando pneu no asfalto, e vejo a Sra. Clark xinga-lo pela sacada dela.

Passamos todo o caminho em silêncio. O fato de Tony ter tocado no assunto de voltarmos a morar juntos fez com que qualquer outro assunto desaparecesse de nossas mentes, ou parecesse muito banal e insignificante para perdermos tempo falando sobre aquilo.

— Você tem uma coletiva de imprensa hoje. — Eu disse quando entramos na empresa.

Tínhamos um trato de só falar de negócios na empresa, ou na Mansão Stark, já que o pai de Tony não tinha muitos assuntos além dos da empresa da família.

— Você estará comigo, não estará?!— Ele perguntou, parando subitamente e me olhando.
— Tony...

— Vamos. Podemos ir jantar em algum lugar. Por favor. Você é meu braço direito aqui.— Ele disse me dando um soco no ombro.

— Na verdade seu braço direito está caminhando até nós agora mesmo.— Falei, olhando para a assistente de Tony se aproximar enquanto falava ao telefone e fazia algumas anotações.

—É. Seus cabelos loiros ao vento e sua incrível capacidade de não querer me matar me fazem gostar tanto dela.

— Bom dia, Sr. Stark. Bom dia, Sr. Rogers.— Pepper Potts diz, parando em nossa frente.

Heart ChallengesOnde histórias criam vida. Descubra agora