Um novo amigo

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BUCKY

Meus pulmões queimavam, minhas costelas doíam muito, e minhas pernas pareciam ter toneladas as segurando toda vez que eu tentava dar mais um passo.

Eu deveria estar morto. Carl iria me matar se aquele homem não tivesse entrado naquele beco.
Aquele cara ou era muito corajoso, ou muito idiota. Ou talvez os dois.

- Espera. Por favor.- Peço com dificuldade, segurando o seu braço.

Por que eu segurei seu braço?

Que estupidez. Eu deveria tê-lo deixado ir. Assim seria mais fácil me livrar dele sem ter que responder perguntas.

Mas não. Eu tinha que pedir para ele esperar.

Eu já não estava arrependido o suficiente. Quando ele se vira sinto meu coração falhar uma batia. Eu o conheço. Ele é o cara de quem roubei o celular mais cedo.

Droga. Droga. Droga. Droga.
Parabéns, Bucky Barnes, agora você vai voltar para a cadeira por culpa da sua completa estupidez.

Eu deveria correr, mas quando tentei fazê-lo sem a adrenalina que antes corria por meu corpo percebi o motivo pelo qual meu pé queimava enquanto eu corria. Eu torcido o tornozelo na metade do caminho, e agora não conseguia correr dele nem um metro se quer. Mas eu tenho que tentar.

Péssima ideia. Agora eu estou com a cara no asfalto, em cima de uma poça de água, e para completar, um ciclista passa em cima do meu pulso, e dou um gemido de dor.

- Você está bem?-O homem louro que deveria estar me xingando pergunta, ajoelhado do meu lado com feições preocupadas e me ajudando a levantar.

A noite está tão fria que todos os pelos do meu corpo estão arrepiados, e eu estou tremendo levemente enquanto calafrios percorrem meu corpo.

- Não me entrega pra polícia, por favor.- Peço, o olhando suplicante.

É o meu fim mesmo. Mas que escolha eu tenho?

A única coisa que eu posso fazer é implorar. Se eu não estivesse tão ocupado prestando atenção nas dores pelo meu corpo, teria percebido pelo seu rosto que ele não tinha nenhum plano de me entregar, e assim poupado a cena de ter implorando para ele não me entregar.

- Calma. Uma coisa por vez. Não posso te prometer que não vou, mas posso prometer que não vou fazer isso hoje. Você está péssimo, e não me parece uma má pessoa.- Ele diz, passando meu braço por seu ombro para que eu possa me apoiar.

Eu não entendo o motivo de ele estar me ajudando. Esse cara tem algum problema?

Ele não é nenhum bandido. Não. Tem feições doces demais para isso.

- Consegue ficar de pé?- Ele pergunta, e antes mesmo que eu responda, ele solta o peso do meu corpo sobre meu pé e eu dou um grito de dor.

-Me desculpa.- Ele pede, assustado, sustentando boa parte de meu peso novamente em seus ombros.- Onde você mora? Vou te levar até lá.

Esse era o problema. Há vinte e quatro horas atrás eu tinha uma casa. Na verdade um quarto na pensão do Carl, mas alguns fatores me fizeram acabar sem casa e apanhando em um beco escuro.

- Bom... Pode me deixar em qualquer lug...- Sou interrompido pela maldita tosse rouca que estou tendo há algum tempo.

- Não vou te deixar em qualquer lugar. Você está machucado, e doente.

-E o que irá fazer? Me levar para a sua casa?- pergunto com um sorriso presunçoso.

-É.- Ele responde com naturalidade e olho para ele sem acreditar.

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