Engano

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STEVE

Eu estava preparando as minhas panquecas, às quais Tony sempre elogiou tanto, quando o vi entrar.

Tony tinha uma cópia das chaves do meu apartamento. O que irritava a Sra. Clark, pois isso significava Tony entrando quando quisesse no prédio, e ela tendo de dar de cara com ele sem qualquer aviso prévio.
No primeiro momento fiquei feliz em ver Tony. Feliz de ele se preocupar tanto comigo, e ter vindo mesmo eu falando que ele não deveria vir. Até que me lembrei do porque falei para ele que não deveria vir.

Bucky.

Tony não gostaria nada de saber que eu havia pegado um homem na rua. O mesmo homem em questão que havia me roubado e batido, e agora estava cuidando dele dentro da minha própria casa.

— Você está bem? O que aconteceu?— Ele perguntou vindo até mim e me examinando.

Por que eu tinha de ter ligado para um médico da família Stark?

E onde fica o sigilo médico?

Sorte que o médico avisou Tony sobre meu chamado antes de chegar aqui, ou Tony saberia que o médico não era para mim, o que seria um problema maior.

Eu sei que deveria viver a minha vida sem ficar pensando se irei chatear Tony ou não, mas ele sempre foi meu melhor amigo. Não posso simplesmente seguir minha vida sem me importar. Eu jamais quis magoa-lo. Eu amo Tony, mas não como ele queria que eu amasse.

— Eu estou bem, Tony. Tá tudo bem.— Digo calmo, segurando seu rosto para que ele me olhe.

— Você me disse isso umas quarenta vezes ao telefone.— Ele diz olhando em meus olhos.

—E ainda assim você não acredita em mim. Eu estou bem, e você deveria ter embarcado para o México há meia hora.

— O avião é meu. Ele espera. Não comprei um avião para precisar chegar na hora.

— Tony...

— Eu precisava ver como você está. E eu queria pedir desculpas por ontem. Eu não deveria ter gritado, ou te pressionado.

— Tudo bem, Tony.— Sorrio e ele dá seu habitual sorriso galante de volta.

— Steve, poderia me emprestar uma roup...?— Bucky fala, aparecendo na cozinha e parando logo após a curva do corredor, com seu corpo ainda molhado, e só com uma toalha enrolada na cintura.

O olho surpreso. Por um instante eu me esqueci que ele estava ali. E agora me lembro, e o vendo desse jeito percebo o quanto ele é bonito, e forte.

Meu Deus. Se eu não tivesse visto, jamais imaginaria que este é o mesmo homem da noite passada.

Bucky não tinha a postura de um homem de rua. Tinha a postura de um militar, e o corpo também. Será que ele já havia servido ao exército?

Parei de pensar quando me lembrei de Tony ao meu lado. Olhei para ele e o vi fuzilar Bucky com os olhos. Ele o olhava com um misto de raiva, e ciúmes.

Eu sabia exatamente o que se passava na cabeça de Tony, nesse exato momento, e agora olhando o porte físico de Bucky, acho que não teria sido uma má ideia.

Olhei para Tony novamente, pois agora ele me encarava, e eu estava seriamente cogitando a ideia de mandar Bucky correr.

O clima na sala/cozinha era tão tenso, que era quase palpável.
Bucky parecia perdido, sem saber o que fazer, e me identifiquei, pois eu não sabia se começava a me explicar para Tony, saia correndo ou rezava para a Sra. Clark aparecer por ali.

Eu nunca quis tanto aquela velha na minha sala quanto eu queria naquele momento.

— Atrapalho?— Bucky pergunta, quebrando o silêncio, e tenho vontade de trance-lo no quarto.

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