Escolhas Supostamente Erradas

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STEVE

— Custava me ligar? Ou pedir um táxi? Ou pegar um dos carros da empresa?— Tony perguntava em uma mistura de irritação e preocupação, enquanto colocava gelo em meu rosto.

Me pergunto há meia hora como que com um único soco o cara conseguiu cortar meu lábio e deixar minha bochecha e meu olho esquerdo roxos. Qual era o tamanho da mão desse homem? Meu Deus.

Dei outro gemido de dor, me mexendo desconfortável em uma de minhas poltronas na minha sala quando Tony colocou a bolsa de gelo mais uma vez em meu rosto.

— Fica quieto.— Ele ordenou, pressionando a bolsa.

Eu me sentia um completo idiota por: 1- Eu corri atrás de um ladrão; 2- Eu o peguei e o deixei escapar; 3- Eu o deixei escapar porque estava distraído demais admirando a beleza do cara que roubou meu celular.

Quem é o idiota que fica hipnotizado pela beleza do cara que acabou de roubar seu celular?

— Steve Rogers.
Isso mesmo.

— STEVE.— Tony grita e desperto de meus pensamentos, olhando para ele.— Viu o rosto dele?

—O quê?— Pergunto constrangido e corando.

— Perguntei se viu o rosto dele. Se tiver visto podemos fazer um retrato falado, e talvez consigam seu celular de volta.

Respiro aliviado. Sorte que ele estava de costas para mim, pegando mais gelo. Tony me conhece o suficiente para saber o que se passava pela minha cabeça só pelo meu olhar. E talvez o fato de eu ter ficado bastante corado denunciasse que havia algo fora do normal.

Droga de falta de melanina na pele que não ajuda.

A pele do ladrão não era tão clara como a minha. Era mais bronzeada. Seus olhos... Por que diabos eu não conseguia parar de pensar naqueles olhos?

— Qual o seu problema?— Tony pergunta parado na minha frente com os braços cruzados.

Me pergunto há quanto tempo ele estaria ali, me olhando. Será que ele percebeu algo? Droga. A última coisa que eu preciso é do Tony estressado/chateado.

— Nenhum.— Respondo pegando o espelho de mão encima da mesinha de centro e olhando meu rosto.

— Claro. E eu não te conheço desde que tínhamos três anos.— Ele retruca cerrando os olhos.

— Eu fui assaltado. Levei um soco. Você queria que eu estivesse feliz da vida?— Retruco, me esgueirando de seu interrogatório.

Tony se vira de costas para mim e começa a analisar meu apartamento. De novo.

Droga, vai começar.

—Quem é seu decorador?— Ele pergunta olhando para as paredes.

— Eu.— Respondo, me levantando do sofá e indo até a cozinha, que é separada da sala por um balcão, o que faz com que a mesa fique tecnicamente na sala.

— Qual é, Steve? Você tem dinheiro. Poderia muito bem pagar um decorador, e quem sabe assim seu apartamento não parecesse com a bandeira dos Estados Unidos.

— Qual o problema em ter vermelho, azul e branco nas paredes? E o que tem de errado com a bandeira do nosso país?

—Steve. Eu não entendo por quê você insiste em ter um apartamento de classe média no meio de um monte de velhos sendo que...

— Sua casa está à minha disposição?— Completo, o interrompendo.

—É. Minha casa está à sua disposição. Ou qualquer outra casa melhor do que isso.— Ele abre os braços indicando meu apartamento.

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