—Lauren on—
Abri os meus olhos e olhei em redor. A minha secretária branca com a mochila azul com flores pronta para mais um dia de escola. A minha parede cheia de fotos com as minhas amigas e com a minha família. Mais um dia normal. Apenas mais um dia. Decidi me levantar logo antes de começar a ficas com mais preguiça. Fui até à cozinha e tirei um café longo, juntei um pouco de leite e peguei num bocado de pão tostado ao qual juntei um pouco de manteiga de soja. Comi enquanto lia um pouco e fui me vestir. Vesti umas calças de ganga e uma camisola comprida para tapar um pouco a largura da minha anca e das minhas coxas. Lavei os meus dentes e pus creme na cara. Penteei o meu cabelo e hidratei os lábios. Calcei as minhas adidas Stan Smith rosas Claras e peguei meu casaco bordô da Calvin Klein Jeans. Lembrei de colocar o meu anel de diamantes pretos e brancos e fui esperar o meu pai para ele me levar para a escola.
Já tinha a minha mochila às costas quando o meu pai chegou.
Cheguei à escola em 18 minutos. Eu vivia longe da escola. Cheguei lá dentro, atrasada como sempre, e Jason, um rapaz impossível de aturar, já estava no corredor, muito provavelmente com uma falta disciplinar. Revirei os olhos ao seu sorriso para mim.-Bom dia, menina Lauren. - disse-me.
-Bom dia, menino Jason. - respondi-lhe antes de virar para a porta da sala.
Dei três leves batida na porta antes a abrir.
-Posso entrar, por favor? - perguntei.
-Podes. - respondeu-me a professora de português.
Entrei e disse bom dia para todos. Sentei no meu lugar e esperei compreender em que parte da aula já estávamos. Estávamos a falar d'Os Lusíadas e tentei me manter atenta. De repente, ouvimos uma explosão muito alto. Todos nos olhámos assustados. Os diretores foram às salas chamar as turmas e os professores e levaram-nos para o campo da escola. Todos estávamos aterrorizados. Olhei para o céu e uma imagem explodiu na minha mente. Uma espécie de visão: pessoas a morrerem asfixiadas. A visão era tão forte que me fez cair no chão. Lágrimas rolaram do meu rosto. Mais uma explosão se fez sentir e esta destruiu o edifício escolar. Os professores falavam com as famílias e alguns miúdos choravam. Outros apenas gritavam. Outros olhavam o chão assustados. Eu era a única que olhava tudo em redor. Tinha de haver uma maneira de parar aquilo. Como os alunos não podiam ter os telemóveis, apenas aqueles que os tinham escondidos, tentavam ligar para a família. Outra visão: minha irmã! Ela morta nos meus braços. Fechei os meus olhos para tentar controlar aqueles pensamentos. Porque eu estava a ver aquilo? Que se passava comigo?
Mais uma explosão, esta atingiu os meninos do 5º ano. Berrei o nome da minha irmã.
-Lili? Lili! - gritava eu.
Corri para o sitio da explosão. Alguns professores metiam-se à minha frente, mas eu lutava para me libertar. Consegui chegar até à minha irmã. Seu rosto estava com sangue e já não respirava. Peguei-a ao colo como na minha visão e chorei. Que porra era esta?! Então fechei os meus olhos. E mais uma visão: outra bomba a cair ali. Berrei o mais alto que pude que tínhamos de sair dali. Muita gente chorava e nem me ouvia. Continuei a berrar. Apenas alguns me ouviram e seguiram na correria para fora dali. Entre eles: Jane, Tracy e Kyle. Chegamos até à estrada e ouviu-se mais uma explosão, exatamente no campo da escola. Engoli em seco, a tentar compreender as minhas visões.
Fechei os olhos e tentei ver alguma coisa. Eu não sabia o que fazer agora. Estava completamente passada com a situação. Era só mais um dia normal! Devia ser mais um dia normal!
De repente, à minha volta as pessoas começaram a não conseguir respirar direito. Tal como na minha primeira visão. Uma rapariga para a carrinha ao ver aquilo e eu berro para que eles entrem nesta, tínhamos de sair dali. Mesmo. A rapariga trancou as portas. Não queria miúdos desconhecidos no seu carro. Mesmo que isso a salvasse. Enfim. Berrei que entrassem para a parte traseira aberta e que tentassem controlar a respiração. Porquê que eu nem me sentia afetada por nada? Eu estava a respirar normalmente.
Rasguei um pouco da minha camisola, enrolei em volta do meu punho e parti o vidro da porta do condutor. Abri a porta e empurrei a rapariga para o assento do acompanhante. Ela também respirava bem. Como é que ela também respirava bem? Liguei o carro e tentei compreender como conduzir aquele carro. Assim que consegui compreender o básico arranquei e perguntei se estavam todos bem.
-Também consegues respirar bem? - perguntou-me.
-Sim. Não sei como, mas pronto. - respondi a olhar para estrada.
-Tu não podes ser... - falou ela baixo.
-Não posso ser o quê? - perguntei.
-Nada. Queres sobreviver e salvar os teus amigos? - perguntou.
-Sim. - exclamei.
-Então conduz para onde te digo. - disse-me.
Conduzia o mais rápido que conseguia e tinha medo do que pudesse estar a acontecer aos meus amigos lá fora.
Assim que chegamos a um edifício amarelo, ela levantou um cartão e o portão À nossa frente abriu. Lá dentro havia uma espécie de jardim e um pequeno lago. Entrei e parei o carro. A rapariga saiu e vi uma faca e uma arma no assento vazio. Por instinto, peguei nos dois e pus a arma presa na minha cintura e a faca entre a minha sapatilha e as minhas calças. Saí do carro e vi Tracy chorar desalmadamente. Kyle estava caído em seus braços. Kyle e Tracy namoravam fazia um ano. Ambas Tracy como Jane respiravam bem agora. Kyle devia ter ficado sem ar mesmo e acabou por morrer.
A rapariga olhava-me atentamente e eu tentava compreender em que pensava.
Ela não pode ser a LM. O Doutor Oswald vai ficar muito contente de eu a ter apanhado. Não acredito que a profecia seja real. Só tenho de a entregar morta e passo a ser a sua favorita.
Eu ouvia a sua voz, mas como que em forma de pensamento.
Kyle, acorda. Não podes morrer. Eu amo-te tanto. Não.
Dizia Tracy, mas quando olhei para ela, esta estava calada com a testa encostada à de Kyle.
Por favor, eu não quero morrer. Por favor.
Dizia Jane, mas os seus lábios não me mexiam.
Estaria eu a ouvir os pensamentos das pessoas. Que se passava comigo?
Tenho de a matar. E os amigos dela também. Só espero não estragar esta roupa.
Olhei para a rapariga e pedi-lhe que se chegasse perto de mim. Fiz de conta que ia lhe falar algo e assim que chegou perto de mim peguei na arma que estava na minha cintura. Ela olhava para mim assustada.
-Vais me explicar tudo o que se passa! Eu tenho estas visões horríveis e estou a ouvir os pensamentos das pessoas. - disse eu já maluca.
Ela ri-se.
-Heroína que nem o sabe que é. - exclama a rir mais ainda.
-Conta o que se passa. - disse.
-A minha terra ficou inabitável então a minha espécie decidiu vir para a tua terra. - diz ela.
![](https://img.wattpad.com/cover/141147867-288-k426043.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Noutro planeta
RomanceLauren Miller é apenas mais uma rapariga de 15 anos que apenas pensa no stress da escola e nos seus amigos. Até que o mundo é atacado por pessoas de uma outra terra que tentam dominar o mundo em que vive. Jason Clark era um rapaz imaturo da sua esco...