Capítulo 1

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--Lauren on--

-A minha terra ficou inabitável então a minha espécie decidiu vir para a tua terra. - diz ela.

-A tua terra? Explica-te! - disse a encostar mais a arma à sua barriga. 

-Uma espécie de universo paralelo. Cada um tem o seu sósia no outro planeta estás a ver? - explicou. - Tu és uma espécie de lenda do multi-universo. Tu és única. És a única pessoa no universo que não tem nenhuma sósia. Pois se houvessem mais pessoas com os teus poderes e os teus sósias o usassem para o mal. Todo o multi-universo estava destruído. 

-Como assim, os meus poderes? - perguntei.

-Nunca sentiste que eras diferente? Nunca sentiste nenhum poder dentro de ti? - perguntou-me confusa e espantada.

-Não. - murmurei.

Ela ri-se mais uma vez. 

-O quê que eu tenho de fazer? - perguntei. - Sabes? Para salvar o mundo ou lá o quê.

-Se eu te disser, tu vais me matar e vais estragar o plano dele. - Exclamou.

-Eu mato-te se tu não me disseres. E quem é ele? - perguntei.

-O chefe. Nunca o conheci. O mais perto dele que conheci foi o Doutor Oswald. O homem que te quer morta. - respondeu-me sem expressão. - eu não sei o que tens de fazer para salvar o mundo, vais ter de encontrar a profecia, lá vai dizer o que tens de fazer. Ninguém sabe onde ela está nem o que contém. Só se sabe que a nossa heroína é a LM e que os seus poderes não têm limites. - respondeu.

Enquanto tentava processar toda aquela informação, a rapariga tentou me tirar a arma e eu disparei sem pensar. O seu olhar ficou preso no meu enquanto caía no chão. 

Assim que o seu coração parou de bater, fechei os seus olhos. Eu estava em choque. Naturalmente, nunca tinha morto alguém. Suspirei fundo e peguei no seu cartão de acesso. Procurei por mais alguma coisa que eu fosse precisar e só então caminhei até Tracy e Jane. Ambas choravam de desespero. Abracei-as rapidamente e caminhamos até à porta principal. Levantei o cartão e a porta abriu-se. 

-Limpem as lágrimas. Temos de nos misturar. - disse eu.

Ela assentiram a tentar controlar o medo. Entrámos no edifício que parecia estar quase vazio. Encontrei duas raparigas a dormir e tirei-lhes os cartões delas. Jane e Tracy iam precisar deles para fingirem pertencer ali. 

-Meninas, usem estes cartões para abrirem as portas e essas coisas. Têm de parecer convincentes. - exclamei. 

Só então lembrei que estas raparigas que dormiam podia estragar o plano todo e então percebi que tinha de fazer alguma coisa. Olhei-as mais uma vez antes de pegar na arma e lhes dar um tiro a cada uma. 

Jane e Tracy estavam de boca aberta ao verem-me fazer aquilo. Voltei a suspirar. Eu já nem era a mesma. E só se tinha passado meia hora daquele dia horrível. 

-Parem com essa cara. Temos de lutar. - disse-lhes.

Peguei também nas armas das raparigas mortas e dei uma a cada uma das minhas amigas. Elas pegaram-nas com receio. Toquei ao de leve numa das raparigas e ela apenas desapareceu. Espantei-me, mas toquei na outra também. Não podia ficar espantada sempre que descobria um novo poder. Não me podia dar a esse luxo. 

-Devíamos nos separar. Se eles nos virem às três com estas caras de perdidas vão entender que se passa alguma coisa. - disse-lhes.

Novamente, elas assentiram às minhas ordens. Olhei para a cara de pânico delas e pensei. Se calhar elas deviam ficar escondidas. Elas não iam conseguir fazer nada. Ainda estavam num grande choque.

-Fazemos assim. Fiquem aqui dentro e esperem que eu venha cá ter. - exclamei empurrando-as para a sala onde, antes, dormiam as raparigas que eu acabara de matar. Elas entraram lá e sentaram-se no chão. - Mas estejam atentas e estejam sempre com as armas prontas.

Saí da sala, ficando a porta atrás de mim. Caminhei pelo corredor escuro até que cheguei a uma sala escura. Entrei lá calmamente e procurei por vestígios de passagem de alguém. Aquele sítio estava quase deserto. Até agora só tinha visto a rapariga que nos trouxera até aqui e as duas raparigas que dormiam. 

Haviam algumas folhas numa secretária grande. E um televisor dependurado numa das paredes. Senti a presença de alguém na porta a observar-me e peguei rapidamente na arma e apontei para a pessoa. Um rapaz quase idêntico ao Jason da minha turma. No entanto, este rapaz era robusto. Ele usava uma camisola de alças e eu via o seu corpo de jovem bem crescido. O seu sorriso era muito mais sincero e os seus lábios aveludados. O seu cabelo era curto dos lados e puxado para trás em cima. Este levanta os seus braços em forma de rendimento, enquanto se ri.

-Prenda-me. - diz a brincar.

-Quem és tu? - pergunto-lhe ainda com a arma apontada.

-Eu é que devia de perguntar isso a ti. - respondeu-me. 

-O meu nome é... Elaine. -disse eu. - Agora diz-me quem tu és.

-Liam. Sabias que o significado do teu nome é "a reluzente"? - perguntou-me com o seu sorriso sincero.

-Que interessante. - respondi. - Olha, o que se passa? Eu só sei que primeiro eu estava lá e do nada acordei aqui. 

Isso, inventa alguma razão para não saberes o que se passa.

-Nós estamos a nos mudar para esta nova terra. - respondeu com um sorriso triste.

-Tu não gostas disso? - perguntei-lhe baixando a arma e metendo-a de volta na cintura. Alguma coisa naquele rapaz me transmitia segurança. Talvez por ser um rosto conhecido.

-Não muito. Sei lá, sou ok com isso. Mas ele podia parar para pensar que mudar de planeta é um bocado estúpido. Viemos para aqui matar pessoas. Mata-mos para nos salvarmos. - suspirou ele chateado.

Eu também já matei três pessoas só para me salvar, pensei.

-Acho que podíamos fazer muita coisa diferente. Pessoas estão a morrer sem razão. Nem que partilhasse-mos esse planeta. De certo que estes humanos nos iam acolher. - resmungou. - Mas se é o que temos de fazer. 

Dito isto, forçou um sorriso. 

-Não há forma de o parar? - perguntei.

-Há. Mas só a LM o pode fazer. - respondeu.

-O quê que ela tem de fazer? - voltei a perguntar. - Sempre tive interesse nessa profecia. é mesmo interessante.

Fingi que apenas perguntava por simples interesse.

-Ela tem de matá-lo. - respondeu-me.

-Nossa. - suspirei.

Tinha de matar pelo menos mais uma pessoa.

-Olha, eu ia agora almoçar na cafeteria. Queres vir comigo, Ell? -perguntou-me ele.

Ell? Gostei. Pergunto-me como ele me chamaria se soubesse o meu nome real.

-Ok. Por acaso estou a morrer de fome. - respondi.



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