045| HARLEY.

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O colégio nunca pareceu tão insuportável.

Em primeiro lugar, tive que lidar com as meninas dizendo coisas aleatórias que sempre tinham a ver com "assumir sentimentos". Enfiava meus fones no ouvido sempre que esse assunto vinha a tona, ao que elas murmuravam insatisfeitas.

Em segundo, meu próximo horário era com o Gilinsky e não estava nem um pouco preparada para encontrá-lo. Tudo indicava que seria bastante constrangedor permanecer no mesmo ambiente que ele.

Me sentei na minha cadeira, tirando um caderno da mochila apenas para fingir estar ocupada. Alguns segundos antes do sinal tocar, ele e Johnson surgiram. Me cumprimentaram com um "bom dia", ao que respondi usando a mesma expressão.

A aula estava passando tranquilamente, até o professor nos forçar a fazer duplas... Com quem ficava atrás de você. E, no caso do Jack, essa pessoa era eu.

—Muito bem... Acho que se dividirmos os exercícios, terminaremos mais rápido. O que acha de...

—Por quanto tempo vai agir de forma estranha? –me interrompe.

—Estou normal. Não sei porquê cismaram que há um problema comigo. –respondo, voltando a ler o primeiro enunciado.

—Talvez por que tenha?

—Podemos focar no nosso trabalho, por favor?

—Tudo bem. –ele respira fundo, abrindo a apostila.

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Andei até a saída do colégio rapidamente, tentando fugir de Gwen, Ali e Becca. Sabia que iam me passar outro sermão e a única coisa que queria era enfiar a cara em um sorvete.

Avistei os meninos conversando alegremente entre si e abaixei a cabeça para que não notassem que eu estava passando a pouco metros deles. Não adiantou muito, já que no segundo seguinte, Taylor apareceu ao meu lado e um escândalo começou.

—Pare de fugir! Você tem coragem de fazer as coisas, mas não de assumir as consequências por elas, certo? Isso é patético.

—Não estou a fim de brigas, Taylor. Só me deixe ir embora.

—Não! Acha que pode fazer toda essa bagunça e aparecer no dia seguinte como se nada tivesse acontecido? –ele esbraveja.

—Vai se ferrar, Caniff. –digo, virando de costas.

—Por que você não se permite sentir coisas?

—Porque da última vez que isso aconteceu, a pessoa que eu gostava estava dormindo com a minha mãe! –grito impulsivamente– Aquela vadia fez ele se aproximar de mim só para destruir minha vida, porque achava que eu era a responsável pelo divórcio. Quando tudo veio a tona, precisei de semanas de terapia para superar o trauma e jurei a mim mesma que nunca mais passaria por isso. Mudei de cidade, passei a viver com meu pai, mesmo ele não podendo ficar mais de uma semana em casa e me tornei a Harley que vocês conhecem. Virei amiga das meninas e aqui estamos. Então, antes de tacar pedras em mim, pense que toda história tem dois lados. Pode não ser uma justificativa para o que eu fiz, mas vá cuidar da porra da sua vida e me deixe em paz!

Meu rosto provavelmente estava vermelho de raiva. Todos permaneciam em choque.

Fui embora, sem olhar uma vez sequer para trás.

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8K DE VIEWS MAS EU NEM FIZ A MARATONA DE VOTOS AINDA

só queria dizer que comecei a escrever a fase final de trouble e tô muito feliz porque custei manas k

o que acharam do segredo da Harley? k

1/5

love you,
nath

trouble Onde histórias criam vida. Descubra agora