trouble

058| GILINSKY.

Eu havia superado qualquer idiotice que um dia fiz na minha vida.

Como se a situação não estivesse ruim o suficiente, tinha que dar um jeito de estragar tudo ainda mais. O maior problema é que não possuía noção de como tornar as coisas normais outra vez.

Havia chamado Johnson para ir para minha casa, na esperança que ele pudesse dar alguma sugestão boa o bastante para ser posta em prática. Dei glória aos céus quando a campainha finalmente tocou e pude ir em direção à porta, aliviado.

—Depois de tudo, você só conseguiu soltar um "ah..."? Esperava mais de você, right boy.

Meus olhos arregalaram. Tinha certeza de que estava vermelho e que parecia um idiota enquanto gaguejava várias palavras desconexas.

—Harley? O que você está fazendo aqui?

Ela não me respondeu, apenas entrou na casa e se dirigiu ao sofá, sentando no móvel. Fiquei mais alguns segundos digerindo o fato e criei coragem para encarar o que é que fosse acontecer.

—Eu acho melhor você ignorar tudo o que eu disse. Não sei bem porque tomei essa atitude... –disse, olhando para o chão.

Harley soltou um suspiro e se ergueu, pondo-se em frente a mim.

—Tem certeza? Por que sabe, eu estava prestes a dizer que sinto o mesmo. Mas já que pensa que desse jeito é melhor... –fala, se afastando.

—Como? Mas... Eu jurava que...

—Eu pensei que estivesse claro depois de tudo –ironiza, sorrindo– Precisei saber que o sentimento era recíproco antes de admitir para mim mesma o que já sabia a muito tempo. Acho que precisamos agradecer a Becca depois.

—É, eu também acho. –ri, passando meus braços pela sua cintura e a puxando para mais perto.

—Espero não ter que tomar a atitude sempre... –Harley sussurra, enquanto coloca seus braços em volta do meu pescoço.

—Não sei bem, acho que faz isso melhor do que eu. –respondo, finalmente a beijando.

—Seu nível de desespero é tão grande para deixar a porta aberta? Ok, eu pensei em algo enquanto vinha para cá e espero que funcione, porque não aguento mais.... Ah, oi gente!

Nós nos separamos, olhando para a figura sorridente de Johnson a alguns metros.

—Acho que não precisam de mim. Se me dão licença, vou comemorar o êxito do meu plano. Pode ter sido a Rebecca quem os juntou, mas quem viu o potencial antes de todo mundo fui eu.

Ele saiu da sala, murmurando elogios para si mesmo, enquanto eu e Harley gargalhavamos da cena.

FIM.